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25 janeiro 2024

Tragédia no Mar

"Tragédia no Mar" é a denominação do feliz grupo escultórico de José João Brito, visto aqui na tarde de hoje. Inspirado numa tela de Augusto Gomes, o monumento evoca o desastre que houve em 1947, quando uma violenta tempestade ao largo de Leixões provocou o naufrágio de diversas embarcações de pesca, levando a vida de 152 pessoas.

09 fevereiro 2016

Daniel Eime

Largo de Artur Arcos, Miragaia.

O rosto de uma habitante da zona ribeirinha retratado por Daniel Eime. Para ver mais obras deste artista portuense com renome internacional, prima aqui.

12 maio 2015

O atelier de José Rodrigues

É nas instalações de uma antiga confecção de chapéus no alto da Fontinha, a Real Fábrica Social (1846-1914), que José Rodrigues tem o seu local de trabalho. São 1 300 m2 que, além do atelier, abrigam a residência do escultor, espaços expositivos e são também morada de outras actividades ligadas às artes.

José Rodrigues é considerado um dos renovadores da escultura em Portugal. Com ele, segundo a investigadora Laura Castro, a escultura nacional evoluiu «da estaticidade que lhe era peculiar para o movimento, da opacidade para a transparência, da ideia de estátua para a de objecto, do bronze e da pedra para todo o material que se quiser converter em matéria artística».

A Fábrica Social está aberta ao público de Segunda-Feira a Sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

07 fevereiro 2015

Mr. Dheo

Arte urbana no parque de estacionamento da Trindade

28 janeiro 2015

29 outubro 2014

Um navio no cais da Ribeira

O navio Douro como fio condutor para uma incursão em pinturas de Eduardo Viana, Joaquim Lopes, Domingos Alvarez, Dordio Gomes e António Cruz, artistas que se inspiraram na actividade fluvial do porto do Douro e do Cais da Ribeira, nos anos 20 e 30 do século passado. A ler em do Porto e não só...

17 outubro 2014

A Menina Nua

A necessidade de qualificar o espaço aberto pela então Avenida das Nações Aliadas, levou a Câmara do Porto a abrir concurso, em 1929, para aquisição de um motivo decorativo a colocar naquela artéria. Das três obras a concurso emergiu a de Henrique Moreira, de cujas mãos saiu a bela figura feminina.

O autor baptizou-a como A Juventude, mas a cidade, que depressa a adoptou, mudou-lhe o nome para Menina Nua.

Sentada numa fonte prismática, decorada com quatro carrancas, a mulher sorridente e quase infantil, com a cabeça reclinada, é o retrato de uma jovem que também serviu de modelo a Dordio Gomes, Sousa Caldas, Teixeira Lopes, Camarinha e outros.

Aurélia Magalhães Monteiro, a Lela, viria a falecer no Porto, com direito a notícia na imprensa, em 1992, imortalizada no monumento art-déco que passados 85 anos continua a alegrar os nossos dias na parte central da Avenida dos Aliados.


30 setembro 2014

Casa-Museu Abel Salazar mostra obras do homem da ciência e das artes

Alterações introduzidas na página do Porto24, o único jornal na rede dedicado exclusivamente à região do Porto, deixaram indisponíveis as fotografias que ilustravam uma reportagem feita na Casa-Museu Abel Salazar. É natural que assim tenha acontecido; recuperar na totalidade milhares de artigos publicados ao longo de anos, constituiria uma tarefa de grande fôlego. Para colmatar essa lacuna faz-se renascer aqui a reportagem produzida em Julho de 2013. O texto é de Ana Isabel Pereira.

O museu da Universidade do Porto, em S. Mamede de Infesta, tem quase 40 anos e «esconde» desenhos, pinturas, textos, cobres martelados, gravuras e caricaturas de Abel Salazar.

Fica em S. Mamede de Infesta e recebe cerca de três mil visitantes por ano. Nasceu pouco depois do 25 de Abril de 1974, mas muito pouca gente sabe o que é, onde fica ou o que faz.
Situada em Matosinhos, a Casa-Museu Abel Salazar é gerida pela Universidade do Porto e 60% dos seus visitantes são público escolar. As escolas já chegaram a representar 80%, mas a crise também atingiu os estabelecimentos de ensino e a falta de transportes para a zona, onde o cientista e artista plástico português viveu cerca de trinta anos, são quase inexistentes.

«Há pouquíssimos transportes para aqui. Há um autocarro que vem do centro do Porto e outro do aeroporto. Os professores ou arranjam camionetas para trazer as escolas ou é muito difícil cá chegar», explicou ao P24 Luísa Garcia Fernandes, a directora do museu criado pela Fundação Calouste Gulbenkian e inaugurado em 1975.

Abel Salazar (1889-1946) «foi cientista, escritor – escreveu na imprensa toda da época, regional e nacional - e artista plástico. Na arte, também foi um experimentalista. Pintou, fez cobres martelados, gravura e caricatura», começa por explicar Luísa, que está na casa-museu desde o início dos anos 90.

A casa, que «até aos anos sessenta foi mantida pelos amigos» de Abel Salazar e onde «a mulher ainda viveu vinte anos», «esconde» essas obras. «Temos um espólio muito grande, mais ou menos um terço do espólio que está espalhado pelo país», sublinha Luísa Fernandes.
«A parte de cima da casa estava reabilitada e os amigos abriam-na ao domingo. A certa altura, propuseram à Gulbenkian comprar esta casa e a Gulbenkian comprou. Todo o percurso museológico que vêem aqui é da responsabilidade da Gulbenkian», contou ao P24 Luísa Fernandes, acrescentando que, «depois do 25 de Abril», a fundação «ofereceu património» e doou a casa-museu de Abel Salazar à UP. «Na altura, o director da casa-museu era o reitor da UP, Ruy Luís Gomes», recorda a responsável.

Do desenho à escultura

No rés-do-chão da casa, onde noutros tempos funcionaram a cozinha e a sala e havia uma capela, estão expostos vários desenhos de «um desenhador compulsivo» – «Temos muitas obras de reserva. Temos mil e tal desenhos e só temos estes expostos», confidencia ao P24 Luísa Fernandes – e esculturas e é possível ver os cobres que o homem da Ciência e das Artes trabalhava à mão.

«Isto é lindíssimo e também há muitas peças no património privado, que ele vendia muito». Pela casa estão espalhados cinzeiros – Abel Salazar, que morreu em Lisboa, vítima de cancro do pulmão, «era um fumador compulsivo» –, jarras e tampos de mesas de apoios feitos segundo esta técnica.

«A escultura feminina é de pequenas dimensões e muito elegante», observa Luísa Fernandes, mas entre os bustos que Abel Salazar esculpiu, há dois de mulheres: «a irmã e a sobrinha da sua assistente Adelaide Estrada, a quem Abel Salazar deu explicações e escrevia cartas pictográficas onde descrevia os fins-de-semana com os amigos quando ia para fora».

A jovem com quem Abel Salazar então se correspondia ainda é viva e tem na sua posse dezenas de «cartas charadas». «Ela deixou-nos fotografar algumas, há uns anos, e até fizemos um filme com essas imagens que ainda está em VHS».
No segundo andar da casa-museu, é um possível ver uma dessas cartas, juntamente com algumas caricaturas, «de professores e colegas» de Abel Salazar à época, gravuras e as prensas do artista e o espólio científico. É também nesta zona da casa que fica o quarto de dormir Abel Salazar – a mobília, aqui como nas restantes divisões da casa, é a original.

A mulher trabalhadora e a burguesa

O primeiro piso é dedicado à pintura. Há obras que mostram o Minho – Abel Salazar «era de Guimarães a família tinha uma quinta em Baltar», explica a directora da casa-museu – e uma série de pinturas sobre «a mulher trabalhadora». «Era um tema importante na pintura dele. Ele representava sobretudo mulheres. Quando pintou homens eram pessoas que ele admirava».

São cenas do desaparecido Mercado Anjo, no Porto, as leiteiras, «as carrejonas que andavam com a lenha», as tanoeiras. «Era diferente da pintura naturalista da época», sublinha a estudiosa da obra e do homem.
«Diziam que ele foi percursor do neo-realismo por causa destes trabalhos, mas ele é anterior. E aqui também vemos uma mulher com corpo generoso, não se vê aqui sofrimento».

O desenho das carvoeiras é o estudo que Abel Salazar fez para o mural do antigo café Rialto, hoje sucursal do Millenium BCP, na Praça D. João I. No Porto, há outra instituição que preserva um mural do pintor: na Casa de Saúde da Boavista há «um painel de sete por cinco metros, que parece um desenho japonês» e que foi feito «a pedido de um colega médico».
Na sala de estar, é possível ver retratos do avô de Artur Santos Silva, de Henrique Pousão e António Luís Gomes, pai do antigo reitor da UP, Ruy Luís Gomes, e «a mulher burguesa, a portuguesa, a francesa e a alemã».
«A francesa é a que vai ver mais, era a mais coquete e extravagante a vestir”, diz Luísa, apontando para o retrato de uma caixeira das Galerias Lafayette. Abel Salazar retratava figuras como esta nas suas viagens em prol da Ciência. «Falava correctamente francês, a linguagem científica da época, e por essa razão acabava por representar muitas vezes os colegas nos congressos internacionais», explica a directora da casa-museu.

Reformado compulsivamente

Para além de mostrar a arte e a ciência – a obra científica de Abel Salazar está pouco explorada, confessa Luísa Fernandes –, a casa-museu, que tem apenas três funcionários e um guarda, testemunha o processo de afastamento compulsivo do professor da UP.

Abel Salazar, que «era de uma família com brasão, mas não ligava nada a isso», foi reformado compulsivamente, em 1935, porque tinha um método de ensino muito avançado para a época. Ele já abria as salas até mais tarde, por exemplo. E, na altura, o ensino era um ensino de sebenta», explica a directora do museu, ressalvando que o cientista «não era muito envolvido em política partidária». «Nunca foi».
Enquanto esteve afastado, Abel Salazar «não teve autorização para sair do país ou frequentar a biblioteca da UP». Em 1941, o fundador do Instituto de Histologia e Embriologia, que deixara a Faculdade de Medicina, voltou à UP, mas ao curso de Farmácia.
A casa-museu tem ainda um pavilhão no exterior que recebe lançamentos de livros, exposições temporárias – até 30 de Agosto, está patente neste espaço uma mostra de fotografia de Maurício Penha que assinala o centenário do seu nascimento –, workshops para os mais novos – até ao final de Julho, por exemplo, recebe o programa Universidade Júnior – e actividades promovidas pelos sócios.

Morte chocou a cidade

Na capela da casa, é possível ver em tamanho grande uma imagem do funeral de Abel Salazar, um acontecimento «muito chocante na cidade do Porto». O cientista «sabia que estava doente e foi morrer a casa da irmã», em Lisboa.

Quando sucumbiu ao cancro, «os amigos decidiram que o corpo viria para a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, mas a PIDE pegou no corpo e levou-o para o Prado do Repouso». Sem o corpo do amigo, o grupo manteve o funeral na associação, tendo seguido depois até ao Prado do Repouso. Pelo caminho, «havia populares que se iam juntando ao cortejo fúnebre. Quando chegaram ao cemitério, era um mar de gente. E a irmã pôde pôr os amigos a fazer o elogio fúnebre», recorda Luísa Garcia Fernandes.

16 setembro 2014

Uma manhã no museu de Serralves

O museu, obras da colecção Serralves e retratos do pintor sírio Mohamed Marouan Kassab-Bachi (1934), conhecido por Marwan.

Óleo sobre tela, de Paula Rego. Colecção Serralves.

O poeta iraquiano Badr Shakir al-Sayyab (1926–1964), retratado por Marwan (pormenor).

Retratos, 1962-1972. Marwan.

Albuquerque Mendes, acrílico e colagem sobre tela, 1998. Colecção Serralves.

O Pássaro Azul, de Paulina Olowska (1976), guache sobre tela de grandes dimensões, 2013. Baseado na encenação da peça de teatro homónima. Coleccção Serralves.

31 julho 2013

Os Pritzker

Os arquitectos Siza Vieira e Souto de Moura antes do anúncio da participação de arquitectos do norte do país, que incluem nos seus projectos o desenho de objectos e mobiliário que complementam a obra, na Triennale di Milano - Galleria dell'architettura, com a exposição Porto Poetic. A notícia está aqui.

16 abril 2012

O Porto de Domingos Pinho

Domingos Pinho, nascido no Porto em 1937, tem uma obra extensíssima que está patente em vinte e sete vídeos disponíveis no Youtube. Deles destaco um, do período da juventude do pintor, onde se expõem óleos, guaches, desenhos e aguarelas que nos mostram a região do Porto entre 1955 e 1959.
Domingos Pinho, que foi professor da Escola Superior de Belas Artes do Porto durante 35 anos e co-fundador da Cooperativa Árvore, está representado nas colecções do Museu Nacional de Soares dos Reis, do Museu Amadeo de Souza-Cardozo, do Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian e noutros museus e colecções particulares no país e no estrangeiro.

21 setembro 2011

Júlio Resende (1917-2011)

Há uma brutalidade nesta pintura, digamo-lo sem qualquer hesitação; brutalidade que consiste em obrigar-nos sem trégua a pensar que o homem é o mais mortal dos animais, que o seu corpo não cessa de ser corroído pela lepra do tempo, que o esplendor da sua juventude se converte com facilidade na mais grotesca paródia de si próprio, que tudo nele está inexoravelmente votado à morte.

Eugénio de Andrade sobre o painel Ribeira Negra, a revisitar aqui.

02 julho 2010

Ribeira Negra

Um texto de Eugénio de Andrade sobre o painel Ribeira Negra, de Júlio Resende.

clique para ampliar «Agora vinde cá, que vos quero dizer uma coisa. Como sabem, o grande cronista desta terra foi Camilo Castelo Branco, esse diabo, que não é tão feio como o pintam. Mas depois de Camilo vieram outros: o Ramalho, que era um homem de respeito, o Raul Brandão, que tinha um olho muito fino para os pescadores da Foz e para aquele mar, e já nos nossos dias, a Agustina, que fala do Porto ora com azeda melancolia ora com incomparável sedução. Mas a cidade tem outro cronista admirável, em que se não repara tanto por não se servir de palavras. É de Júlio Resende que estamos a falar. Agustina e Resende são em rigor contemporâneos, mas o olhar inquisitoriamente poético de ambos contempla realidades muito diferentes. O mundo que despertou o interesse da romancista é o da burguesia decadente, o da aristocracia rural, com algumas incursões às esferas da finança e da política; ou seja, um mundo pelo qual a pintura de Resende tem um soberano desprezo.»



«A gente a que o pintor sempre procurou dar corpo e alma, e que lhe sai ao caminho mal pega no lápis e no pincel, é aquela a que Fernão Lopes chamou arraia-miúda. Isto, que nunca passou despercebido àqueles que seguiram empenhados a sua obra, tornou-se pura evidência a todos quantos tinham olhos na cara a partir de Ribeira Negra, o magnificente historial da miséria e da grandeza da população ribeirinha do Porto, exposto pela primeira vez em 1984, no Mercado Ferreira Borges.»



«Há uma brutalidade nesta pintura, digamo-lo sem qualquer hesitação; brutalidade que consiste em obrigar-nos sem trégua a pensar que o homem é o mais mortal dos animais, que o seu corpo não cessa de ser corroído pela lepra do tempo, que o esplendor da sua juventude se converte com facilidade na mais grotesca paródia de si próprio, que tudo nele está inexoravelmente votado à morte.»



«É uma crueldade, é certo, mas a compensá-la há também em Resende uma infinita piedade por estas criaturas cobertas de farrapos, quase sempre mulheres envelhecidas muito antes de serem velhas, porque tudo lhes faltou excepto o mais amargo da vida, e a quem também coube em sorte, apesar de tudo, semear a terra da alegria.»



«Se pensais que exagero, olhai este painel de cerâmica, variações da anterior Ribeira Negra, que lhe encomendou a Câmara do Porto justamente para a Ribeira, num gesto análogo ao da Câmara de Barcelona para murais e esculturas de Miró.»



«Com mão aérea e certeira, o pintor, uma vez mais, povoou essa centena de metros quadrados de grés com as suas visões líricas ou dramáticas: crianças, mulheres, adolescentes, animais repartem entre si o espaço e o ritmo, a cor e a luz da sua cidade, com um lúcido ardor que é o outro nome da sabedoria. Posso garantir-vos que desde os seus primeiros trabalhos,* toda esta figuração, vinda do mais rasteirinho da terra,** estava destinada a ascender pela sua mão a essa suprema dignidade que só a arte confere. Eu creio que o que se faz aqui é mais do que perpetuar o rosto de uma cidade, de um país – é dar, apesar de tudo, algum sentido à vida.»

* Pascoal, 1942; Rua, 1946
** Alentejano, 1950; Ribeira, 1952; A Lota, 1956
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Em A Cidade de Garrett,
Fundação Eugénio de Andrade, 1993

03 outubro 2009

Se esta rua fosse minha





Os Gaiteiros de Sendim ...



... um tapete de flores ...



... passeios de burro ...



... "matrapilhos" ...



... locais insólitos de descanso ...



... tudo isto e muito mais, hoje, na 3ª edição do festival Se Esta Rua Fosse Minha.