28 fevereiro 2005

Sol de Inverno # 1



A fachada de uma casa na Rua das Virtudes, iluminada pelo Sol meridional deste Inverno sem chuva, assinala o regresso das imagens à Cidade Surpreendente.
Obrigado ao Escrita com Luz por ter reposto as hiperligações.

25 fevereiro 2005

A cidade às escuras

Fui forçado a interromper temporariamente a actualização regular deste blogue, até conseguir resolver um problema surgido com o alojamento das imagens.
A todos aqueles que por aqui têm passado, o meu obrigado e... até breve.

24 fevereiro 2005

A Igreja da Misericórdia



Fachada da Igreja da Misericórdia: apesar da decoração luxuriante, a frontaria da igreja actual corresponde ao mais simples de vários estudos apresentados pelo arquitecto Nicolau Nasoni, no século XVIII.

Há quarenta anos, Santana Dionísio descrevia assim a igreja anterior:

«A igreja primitiva foi construída na segunda metade do século XVI (1555-90), quando a Misericórdia se transferiu da Sé para esta rua, [a Rua das Flores] aberta uns vinte anos antes, por ordem de D. Manuel I a fim de facilitar o trânsito, dentro da cidade, entre a Porta Nova, junto ao rio e a Porta dos Carros, junto do convento das freiras beneditinas. A igreja então construída era bastante diferente da actual. A fachada era recuada uns vinte palmos em relação ao alinhamento da rua e tinha na frente, a toda a largura da fachada, um pátio. (...) Do lado norte, contíguo à igreja, existia um terreno (17x28m) e na frente deste, fazendo face para a rua, estava a Casa do Despacho. Do pendor rochoso, contíguo ao terreiro, jorrava uma abundante nascente: - "...uma fonte muito fermosa que deitava muita água em demasia". (ainda hoje um prédio dessa rua recebe essa água; é o que tem os números 44-48)».



O interior: um lugar tranquilo propício à meditação e ao recolhimento.

23 fevereiro 2005

Um Alfarrabista na Rua das Flores



A livraria Chaminé da Mota, detentora de «algumas obras classificadas como raridade, para além de numerosos manuscritos de escritores portugueses consagrados».



Um pormenor interessante: entre curiosidades bibliográficas antigas está um mocho, símbolo da sabedoria pela capacidade de perscrutar na escuridão.

Fica aqui o convite para amanhã virarmos as costas a esta vitrina, elevarmos o olhar para a fachada da Igreja da Misericórdia, atravessarmos a estreita rua - mandada abrir por D. Manuel I no início do século XVI - e entrarmos no templo.

21 fevereiro 2005

Bonfim



A altaneira Igreja do Bonfim , aberta ao culto em 1894.

18 fevereiro 2005

Massarelos Alcantilada



Um pormenor da cidade enraizada no desfiladeiro cavado pelo Douro, visto dos jardins do Palácio de Cristal.

A igreja voltada de costas para o rio pertence à Confraria das Almas do Corpo Santo de Massarelos. Fundada em 1394, esta irmandade «possuía grande importância no Porto, desempenhando funções bancárias, comerciais e outras, tendo navios que defendiam a costa quando apareciam piratas argelinos. Em 1741, a esquadrilha da Confraria compunha-se de cinco barcos: "São João da Foz", "Santo António de Lisboa", "São Pedro e São Félix", "Nossa Senhora da Conceição" e "Almas"».

A linha de carros eléctricos da Rua da Restauração, que sobreviveu à decisão de desmantelamento deste tipo de veículos na cidade, está ligada à história da viação pública portuense. Por ali passaram, a partir de 1873, os carros da primeira concessionária de transporte de passageiros e mercadorias, a Companhia Carril Americano do Porto à Foz.

Massarelos, que foi terra de mareantes e, mais tarde, um activo centro fabril e metalúrgico, é hoje parte incontornável da animada noite portuense.

16 fevereiro 2005

Destroços



Observo o modo como tratam as árvores no Parque de Serralves, com cuidado e sensibilidade.

Olho para os jardins do Palácio de Cristal e interrogo-me sobre a razão que levará a Câmara Municipal do Porto, a entregar as árvores do recinto ao cuidado de madeireiros.

14 fevereiro 2005

Um Templo Maciço e Imponente



Consta que a instalação dos padres beneditinos na cidade, em pleno século XVII, contou com a forte oposição do bispo do Porto, por este não concordar com o local escolhido para construção da Igreja de S. Bento: do outro lado do vale do então rio da Vila, desafiando a posição dominante da Sé Catedral sobre o velho burgo. O bispo terá reconsiderado, porque do lado dos beneditinos haveria o forte argumento, de no local estar instalada a sinagoga quinhentista da comunidade judaica. Com a aceitação do prelado, os judeus acabariam postos fora da muralha. O que aconteceu com a mudança da judiaria para o campo do Olival, então muito mais extenso do que o actual Jardim da Cordoaria.

Mais tarde, a Sé viria a ver disputado o seu domínio visual por outro poder, o judicial, com a construção da robusta Cadeia da Relação.

No século XVIII o templo perdeu parte da visibilidade sobre o rio Douro, desta vez por iniciativa do próprio bispado ao construir o Palácio Episcopal.

Apesar de ter visto surgir diante de si, três edifícios de dimensões consideráveis, para a época, a Sé mantém um aspecto maciço e imponente, não apenas pelo volume mas pelo sítio dominante em que se encontra.