08 março 2005

Antes a Pronúncia do Norte # 1

... ou o linguajar mediático.

«Este "pugrama" tem o patrocínio do Crédito Habitação MG - Montepio Geral»

Anúncio na TV

04 março 2005

A Oficina que Virou Museu



Há quase dois anos a CP abriu ao público um espaço museológico em Lousado, Famalicão, que permanece pouco divulgado.
Ali se conta, de uma forma muito interessante, a história do caminho-de-ferro de via estreita à volta do Porto.
O museu está instalado nas antigas oficinas do Caminho-de-Ferro de Guimarães (1883-1927), que constituem hoje um ícone a considerar no âmbito da arqueologia industrial portuguesa.



O acervo ali exposto inclui quatro locomotivas a vapor, que encabeçam outros tantos comboios formados por tipologia, representando oito companhias ferroviárias.
Está lá também a mais antiga locomotiva de via estreita em Portugal, construída em Inglaterra em 1874, que convive com a carruagem posto-médico, onde se homenageia Egas Moniz, médico ferroviário, galardoado com o Nobel da Medicina em 1949.



Se a história do país nos últimos 150 anos não se escreve sem a presença do
caminho-de-ferro, o museu da CP, mesmo junto à estação de Lousado, é um espaço a não perder.

03 março 2005

Sol de Inverno # 4



A Rua da Restauração

Em meados do século XIX, o Porto era uma cidade desventrada por inúmeros melhoramentos públicos. A par da abertura de novas ruas, da substituição das calçadas pelo macadame, da iluminação a gás e dos primeiros transportes públicos, assistia-se à construção de novas casas um pouco por toda a cidade.

É nesta euforia fontista do progresso que surge a abertura da Rua da Restauração, uma via direita e desafogada a ligar a Cordoaria, na parte alta da cidade, ao Cais das Pedras, em Massarelos.

Obra de difícil concretização, cavada em socalco na encosta do íngreme e pedregoso Monte da Marca, esta rua vai permitir em 1873 a circulação, como já aqui se disse, dos carros da primeira concessionária de transporte de passageiros e mercadorias, a Companhia Carril Americano do Porto à Foz. Em 1895 por aqui passará o primeiro carro eléctrico da Península Ibérica.

Com um flanco virado para o sul, a rua oferece uma ampla vista sobre o vale do Douro. Talvez por isso alguma alta burguesia da cidade a tenha escolhido para viver.

Na Restauração morou João Francisco Allen, inveterado coleccionador, cujo espólio artístico, adquirido pelo município em 1849, viria a constituir o núcleo do futuro Museu Soares dos Reis.

Aqui também viveu António Luís Gomes, militante do Partido Republicano e membro do Governo Provisório de 1910.

Mais uma curiosidade sobre esta rua: a conhecida marca de cerveja Cristal nasceu aqui, produzida pela Fábrica de Cerveja Leão, que em 1890 foi incorporada, com outras seis fábricas de cerveja do Porto, na Companhia União Fabril Portuense, empresa que está na origem da actual Unicer.

01 março 2005

Sol de Inverno # 3



A Casa do Roseiral, nos Jardins do Palácio de Cristal, vista da Rua da Restauração.

Sol de Inverno # 2



Jogando a sueca no Passeio das Virtudes.

28 fevereiro 2005

Sol de Inverno # 1



A fachada de uma casa na Rua das Virtudes, iluminada pelo Sol meridional deste Inverno sem chuva, assinala o regresso das imagens à Cidade Surpreendente.
Obrigado ao Escrita com Luz por ter reposto as hiperligações.

25 fevereiro 2005

A cidade às escuras

Fui forçado a interromper temporariamente a actualização regular deste blogue, até conseguir resolver um problema surgido com o alojamento das imagens.
A todos aqueles que por aqui têm passado, o meu obrigado e... até breve.

24 fevereiro 2005

A Igreja da Misericórdia



Fachada da Igreja da Misericórdia: apesar da decoração luxuriante, a frontaria da igreja actual corresponde ao mais simples de vários estudos apresentados pelo arquitecto Nicolau Nasoni, no século XVIII.

Há quarenta anos, Santana Dionísio descrevia assim a igreja anterior:

«A igreja primitiva foi construída na segunda metade do século XVI (1555-90), quando a Misericórdia se transferiu da Sé para esta rua, [a Rua das Flores] aberta uns vinte anos antes, por ordem de D. Manuel I a fim de facilitar o trânsito, dentro da cidade, entre a Porta Nova, junto ao rio e a Porta dos Carros, junto do convento das freiras beneditinas. A igreja então construída era bastante diferente da actual. A fachada era recuada uns vinte palmos em relação ao alinhamento da rua e tinha na frente, a toda a largura da fachada, um pátio. (...) Do lado norte, contíguo à igreja, existia um terreno (17x28m) e na frente deste, fazendo face para a rua, estava a Casa do Despacho. Do pendor rochoso, contíguo ao terreiro, jorrava uma abundante nascente: - "...uma fonte muito fermosa que deitava muita água em demasia". (ainda hoje um prédio dessa rua recebe essa água; é o que tem os números 44-48)».



O interior: um lugar tranquilo propício à meditação e ao recolhimento.