Integrado no ciclo Cinema à Moda do Porto, o documentário Arquitectura do Rabelo passará, em versão video, no próximo sábado dia 15, no Batalha Bebé.
Este documento etnográfico único, que despertou o interesse de alguns museus de marinha do norte da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá, relata-nos, com algum pormenor, a construção de um barco rabelo no último areio do Douro segundo o método tradicional, por uma equipa dirigida por um dos últimos calafates do rio, o Mestre Arnaldo Pereira.
O guião é da autoria de Octávio Lixa Filgueiras, o mentor, durante trinta anos, da arqueologia subaquática em Portugal. As filmagens decorreram, ao ritmo da construção do barco, durante todo o mês de Junho de 1991. A produção é de José Monteiro e a realização de Vítor Bilhete.
10 julho 2006
05 julho 2006
De volta ao Batalha
Sei que não é com atitudes voluntaristas que voltaremos a ver a baixa do Porto com a vida que teve num passado não muito distante. Nem com um pequeno passo, como é o da reabertura do Batalha. É antes com alguns grandes passos, de quem tem o poder de decidir e de legislar, e com muitos, mas muitos pequenos passos como este. Daí o meu entusiasmo com o sopro de vida que surgiu naquele espaço. E daí, também, a decisão de lá voltar.
Na abordagem que aqui fiz em Março passado, a par de uma resenha histórica, vimos apenas o Disco Volante, o bar instalado nos pisos de entrada do antigo cinema. Mas há mais.
Há um restaurante, nos andares superiores, e uma esplanada no terraço donde se usufrui de um magnífico, e inédito até agora, panorama sobre a irregular, mas nem por isso menos interessante, Praça da Batalha.
E há ainda a harmoniosa sala de cinema, agora denominada grande auditório - dedicado a espectáculos musicais - por contraponto à sala pequena, o Batalha Bebé, de que não tenho imagens, que reencontrou a vocação inicial nas sessões promovidas pelo Cineclube do Porto.
Na abordagem que aqui fiz em Março passado, a par de uma resenha histórica, vimos apenas o Disco Volante, o bar instalado nos pisos de entrada do antigo cinema. Mas há mais.
Há um restaurante, nos andares superiores, e uma esplanada no terraço donde se usufrui de um magnífico, e inédito até agora, panorama sobre a irregular, mas nem por isso menos interessante, Praça da Batalha.
E há ainda a harmoniosa sala de cinema, agora denominada grande auditório - dedicado a espectáculos musicais - por contraponto à sala pequena, o Batalha Bebé, de que não tenho imagens, que reencontrou a vocação inicial nas sessões promovidas pelo Cineclube do Porto.
28 junho 2006
No Mercado do Bom Sucesso
Não foi seguramente por ser «um esquipático alpendre, recurvo e abafado», como o classificou alguém já nosso conhecido, detentor de uma linguagem muito própria, que, há uns anos, a Câmara do Porto avançou com a hipótese de demolição do Mercado do Bom Sucesso.
O motivo seria outro, mas as razões apresentadas foram as de que o edifício, com a mudança dos hábitos de compra da população, se teria transformado num mercado grossista, tendo deixado a sua função inicial de servir os residentes para ser útil aos comerciantes da indústria de restauração da Boavista. Sendo verdade, não foi razão suficiente para que a derriba avançasse.
O mercado foi projectado em 1949 pelos mesmos autores da Igreja das Antas, Fortunato Leal, Cunha Leão e Morais Soares reunidos na empresa ARS, um grupo composto por arquitectos, pintores e escultores, que deixaria inúmeras obras interessantes à cidade. Viria a ser inaugurado em 1952.
Tem como características marcantes a forma hiperbólica e a intensa iluminação natural, proveniente dos lanternins de vidro que fecham a concha que o cobre. Como se pode observar é um importante exemplar de arquitectura modernista, que faz parte do património da cidade.
O motivo seria outro, mas as razões apresentadas foram as de que o edifício, com a mudança dos hábitos de compra da população, se teria transformado num mercado grossista, tendo deixado a sua função inicial de servir os residentes para ser útil aos comerciantes da indústria de restauração da Boavista. Sendo verdade, não foi razão suficiente para que a derriba avançasse.
O mercado foi projectado em 1949 pelos mesmos autores da Igreja das Antas, Fortunato Leal, Cunha Leão e Morais Soares reunidos na empresa ARS, um grupo composto por arquitectos, pintores e escultores, que deixaria inúmeras obras interessantes à cidade. Viria a ser inaugurado em 1952.
Tem como características marcantes a forma hiperbólica e a intensa iluminação natural, proveniente dos lanternins de vidro que fecham a concha que o cobre. Como se pode observar é um importante exemplar de arquitectura modernista, que faz parte do património da cidade.
23 junho 2006
De velas ao vento
Amanhã, quando a cidade acordar após a festa da grande noite tripeira, os rabelos ancorados no cais de Gaia içarão as velas para percorrer o Douro entre o Cabedelo e a Ponte Luís I, na amável regata organizada pela Confraria do Vinho do Porto. Não percam. É às 13h00.
21 junho 2006
Aliados - a memória presente
Na entrada aqui publicada em Maio de 2005, intitulada Aliados - a memória futura, prometi regressar à avenida depois de concluídas as obras em curso naquele espaço público. É esse percurso do olhar que se faz agora, com o futuro, então anunciado, já presente. As imagens não retratam a totalidade da intervenção. Por opção apenas fotografei os mesmos locais de há um ano, para observar a diferença, apesar de gostar do espaço que os peões ganharam, mais abaixo,na praça. Lá voltaremos.
Na avenida o resultado está à vista.
A luz reflectida pelo anterior pavimento de calcário e basalto, decorado com desenhos que aludiam à actividade comercial do Porto, passou a ser absorvida pelos tristes paralelos de granito que cobrem tudo, passeios, faixas de rodagem e a placa central.
O verde da relva desapareceu...
... juntamente com os tradicionais bancos vermelhos e as pessoas, por não terem onde se sentar.
Às flores foi um ai que lhes deu, e até os pombos se refugiaram a sul - sabe-se lá porquê - na Praça da Liberdade.
Se houvesse um som para definir este espaço seria o de um silvo contínuo.
A Avenida dos Aliados está agora cinzenta, monótona, sem ritmo, homogénea, definitivamente (?) petrificada.
Na avenida o resultado está à vista.
A luz reflectida pelo anterior pavimento de calcário e basalto, decorado com desenhos que aludiam à actividade comercial do Porto, passou a ser absorvida pelos tristes paralelos de granito que cobrem tudo, passeios, faixas de rodagem e a placa central.
O verde da relva desapareceu...
... juntamente com os tradicionais bancos vermelhos e as pessoas, por não terem onde se sentar.
Às flores foi um ai que lhes deu, e até os pombos se refugiaram a sul - sabe-se lá porquê - na Praça da Liberdade.
Se houvesse um som para definir este espaço seria o de um silvo contínuo.
A Avenida dos Aliados está agora cinzenta, monótona, sem ritmo, homogénea, definitivamente (?) petrificada.
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