31 julho 2013

Os Pritzker

Os arquitectos Siza Vieira e Souto de Moura antes do anúncio da participação de arquitectos do norte do país, que incluem nos seus projectos o desenho de objectos e mobiliário que complementam a obra, na Triennale di Milano - Galleria dell'architettura, com a exposição Porto Poetic. A notícia está aqui.

22 julho 2013

Casa-museu Abel Salazar



O Porto24 foi à casa onde viveu Abel Salazar, em S. Mamede de Infesta. Faça uma visita a esta casa-museu, guiado por Ana Isabel Pereira, com fotografias do autor deste blogue. Aqui e aqui.

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SOBRE ABEL SALAZAR

Nasceu em Guimarães, em 1889. Trabalhou e viveu no Porto onde viria a desaparecer em 1946. Cientista, humanista, pedagogo, escritor e artista plástico, dele disse o prof. Egas Moniz:

«Possuo de Abel Salazar duas pequenas manchas que adquiri numa exposição que fez em Lisboa, com quadros a preços mais acessíveis, na intenção de espalhar a sua arte pelos menos favorecidos. O resultado foi contrário aos seus desígnios. Na manhã seguinte da exposição, quando eu cheguei tudo estava vendido. Adquiri o que restava, dois pequenos quadros que guardo, na minha aldeia, em local onde diariamente os vejo e aprecio.

A Abel Salazar faltava uma orientação perfeita na distribuição das suas actividades. Se se fixasse numa delas, seria um dos maiores do nosso tempo, quer no ramo científico quer numa das suas invulgares aptidões artísticas. Assim foi grande em tudo, lembrando outros autores de tomo, mas podia marcar uma época com obra colossal, se quisesse demorar-se mais tempo num dos sectores das suas variadas fulgurações.

Abel Salazar é um dos mais poderosos e brilhantes talentos da nossa grei. Honra-se o Porto com a Fundação que tem o seu nome e dignificaram-se os devotos que o levantam alto para que o não esqueçam e seja venerado pelos que têm alma para o compreender».

11 julho 2013

A Crise da Europa

Quando Abel Salazar escreveu A Crise da Europa, o continente europeu debatia-se com o drama da II Guerra Mundial. É neste contexto que o autor sistematiza o percurso histórico das civilizações, caracterizado pelo surgimento, pela permanência, durante um período mais ou menos longo, e pelo lento declínio. O autor, no entanto, deixa o aviso, que apesar das teorias expostas por si, o Homem não pode render-se de braços cruzados a um fluxo fatal da História. Terá a Europa contemporânea, nas suas entranhas, como afirmava Abel Salazar em 1942, o conceito de um mundo novo?

A Crise da Europa é agora editado em francês e inglês pela Orfeu, Livraria Portuguesa e Galega, em Bruxelas há 27 anos, com quem tenho o gosto de colaborar. Insere-se na linha de divulgação do pensamento português e será apresentado amanhã, 12 de Julho, pelas 17h00, na Casa-museu Abel Salazar, em S. Mamede de Infesta.

30 junho 2013

Manifesto pela Feira do Livro do Porto

«A relação entre os escritores e os leitores não se move ao gosto dos interesses de grupos, sejam eles económicos ou políticos. Move-nos o apreço, a cordialidade, a cumplicidade e o profundo respeito, valores que não podem ficar reféns de manobras palacianas, conveniências políticas ou intrigas mesquinhas. O encontro entre aqueles que escrevem e aqueles que lêem não pode, por isso, estar dependente de decisões administrativas arbitrárias. Ninguém tem o direito, por acção ou omissão, de impedir ou impossibilitar a realização daquele que é um dos mais importantes eventos culturais da cidade do Porto e do Norte de Portugal.

A Feira do Livro do Porto não se realiza este ano e não importa já discutir se a responsabilidade maior cabe à Câmara Municipal do Porto ou à Associação Portuguesa de Escritores e Livreiros, ou qual das instituições teve mais, menos ou nenhuma vontade de organizar o certame. Os leitores e os escritores foram privados da sua grande festa anual ao fim de 82 anos de história, facto que apenas pode ser entendido como um gesto de total desrespeito por aqueles que lhe deram corpo.

Os escritores signatários querem, assim, manifestar o seu repúdio pela não realização da 83ª edição da Feira do Livro do Porto. Para além de um ataque à vida cultural portuense, a decisão constitui uma afronta à cidadania e aos milhares de visitantes que todos os anos encontravam na Feira do Livro um espaço de convívio, lazer, partilha e cultura. Os signatários exigem ainda dos responsáveis políticos e corporativos a devolução da Feira do Livro à cidade do Porto, apelando à população e a todos os que, pelo silêncio, não querem ser cúmplices deste esbulho e confisco cultural a juntarem vozes e vontades para que a literatura regresse às ruas e praças do Porto. Queremos que os livros, os leitores e os escritores voltem a ser celebrados, como até aqui.

Ainda assim, e porque aquilo que nos move é apenas o irrepetível momento de comunhão que a literatura proporciona, estamos outra vez na Avenida dos Aliados. De várias formas e, sobretudo, com aquela que é a nossa única arma: a palavra.»

25 junho 2013

Os festejos sanjoaninos...

... vistos dos dois extremos da Ponte Luís I, no Porto e em Gaia.