15 maio 2012
A ver
O Pintor e a Cidade (1956)
O Pintor e a Cidade é uma belíssima deambulação pelo Porto dos anos 50 saída do imaginário de dois artistas singulares, o pintor António Cruz e o realizador Manoel de Oliveira que afirmou ser esta narrativa um filme de êxtases. E é-o, de facto, quando o comboio cruza o espaço sobre a Ponte Maria Pia, num desafio às leis naturais quase impossível de vencer, ou naquele olhar ascendente pela fachada da Igreja do Carmo que acaba por se fundir no céu com o vôo das pombas. É-o ainda em tantos outros momentos em que nos sentimos arrebatados pela simbiose perfeita entre a pintura de António Cruz e a realidade captada por Manoel de Oliveira.
Verifique-se a modéstia – tantas vezes inerente à genialidade – com que o realizador abordou este filme, numa entrevista a Leon Cakoff, publicada em Manoel de Oliveira, pela editora Cosac Naify, em São Paulo, em 2005, quarenta e nove anos depois de ter rodado O Pintor e a Cidade:
O Pintor e a Cidade é o meu primeiro filme em cores e também o primeiro filme português em cores, revelado nos laboratórios da Tobis Portuguesa. É, ainda, o primeiro filme onde faço tudo: produção, direção, fotografia. Mais tarde arranjei um auxiliar para fazer um som póstumo. E esse filme hoje caracteriza-se pela banda sonora, que não tem uma qualidade de som extraordinária, mas é muito apreciada. Depois de Vale Abraão, a cinemateca de Paris, já nem sei a que título, passou O Pintor e a Cidade e lá ficaram encantados com a banda sonora e com a cor da fotografia, em especial com os vermelhos. Enfim, uma curiosidade como outra qualquer, é o primeiro filme que fiz sobre o Porto, mostrando as partes mais centrais e as ruas mais típicas da cidade. Fi-lo por amor à cidade e por ser mais fácil filmar no Porto, onde vivo. Como se tratava de um filme a cores, levei comigo o pintor António Cruz, um aquarelista muito particular, que tinha muitas aquarelas sobre a cidade, e que eu admirava. E assim se deu ao filme o nome O Pintor e a Cidade, como se dera o nome a Portugal, que deriva de Porto-Cal. É um documentário onde eu me ensaio como operador (camera men). Quanto ao mais, já tinha praticado tal coisa em filmes anteriores.
26 abril 2012
19 abril 2012
17 abril 2012
Ai moranguinho barato! Bindó morango!
A ouvir: os pregões das ruas da Invicta, no Jornalismo Porto Net.
Via 1PNP.
16 abril 2012
O Porto de Domingos Pinho
Domingos Pinho, nascido no Porto em 1937, tem uma obra extensíssima que está patente em vinte e sete vídeos disponíveis no Youtube. Deles destaco um, do período da juventude do pintor, onde se expõem óleos, guaches, desenhos e aguarelas que nos mostram a região do Porto entre 1955 e 1959.
Domingos Pinho, que foi professor da Escola Superior de Belas Artes do Porto durante 35 anos e co-fundador da Cooperativa Árvore, está representado nas colecções do Museu Nacional de Soares dos Reis, do Museu Amadeo de Souza-Cardozo, do Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian e noutros museus e colecções particulares no país e no estrangeiro.
Domingos Pinho, que foi professor da Escola Superior de Belas Artes do Porto durante 35 anos e co-fundador da Cooperativa Árvore, está representado nas colecções do Museu Nacional de Soares dos Reis, do Museu Amadeo de Souza-Cardozo, do Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian e noutros museus e colecções particulares no país e no estrangeiro.
13 abril 2012
11 abril 2012
Bairro do Livros
Comprar livros com desconto de vinte por cento, todos os segundos sábados de cada mês em livrarias da baixa, vai ser possível no Bairro dos Livros. A iniciativa, que nasceu de uma parceria entre alguns livreiros e a Culturprint, tem já onze livrarias aderentes mas tenderá a integrar as cerca de trinta livrarias que existem no espaço “geográfico e emocional”, segundo a organização, que vai da Rua da Fábrica à Praça de Carlos Alberto. A intenção é promover o livro e a leitura e dinamizar a baixa do Porto. A festa do livro, é o que se pretende que seja, à semelhança do que acontece com as galerias de arte em Miguel Bombarda, começa no próximo Sábado, no Palacete dos Viscondes de Balsemão com intervenções, entre outros, de Antero Braga, da Lello & Irmão, e Germano Silva, e uma performance de violoncelo. Durante a tarde haverá flashes poéticos nas livrarias, à noite cinema, no Cineclube do Porto, e mais poesia e música na livraria Biblioteca Musical.
Clique na imagem para aceder ao programa do Bairro dos Livros.
09 abril 2012
Loa ao Porto
Que impulso de dizer-te pátria, Porto: O corpo amuralhado de granito, Cabelo d'água, à névoa, ao vento, exposto, Face esculpida em grito. Braços de ferro, arqueados, desmedidos, Sobre o fluir dos barcos e do barro. E um rumor antigo Na voz das tuas ruas e mercados. Vestes de escuro e enfeitas-te de luzes Antes do Sol perder seu oiro pálido. E das torres com sinos e com cruzes Acenas ao mar largo. Bulícios de cafés (há mais de mil) Entornam-te nas veias graça e fogo. E o lírico torpor dos teus jardins Suspiros e repouso. Que impulso de dizer-te pátria, Porto: Coração, não de Pedro, mas de pedra Com sangue fértil, vinho generoso A gerar alma e terra. António Manuel Couto Viana
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