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Pensada inicialmente como simples alívio da Ponte Luís I, que em 1930 se mostrava já insuficiente para satisfazer as necessidades de circulação entre as duas margens do Douro, o projecto da Ponte da Arrábida viria a superar todas as expectativas iniciais, tanto pela grandiosidade da obra como pelo método construtivo.
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Edgar Cardoso, um homem que não recuava perante dificuldades técnicas, idealizou-a a pensar no futuro, como peça fundamental de um rede complexa de ligações rodoviárias, e dotou-a do maior arco em betão armado até então construído à face da terra. Uma temeridade para a pequenez da mentalidade do Portugal de 1955. A ousadia contudo não ficou por aqui.
O molde para o fecho central do arco que havia sido construído a partir das margens, tinha, ainda segundo O Tripeiro, «80 metros de comprimento e 11 de largura, pesava nada menos de 465 toneladas. Era uma desmesurada peça que tinha de ser deslocada dos estaleiros de Gaia até debaixo do ponto exacto da elevação no rio e aí soerguida verticalmente, em arranque sucessivos, até ao nível das consolas que iria ungir». A essa operação, que decorreu entre 14 e 20 de Julho de 1961 assistiram inúmeros mirones, alguns na esperança de ver toda aquela estrutura desabar o que, como se sabe, não aconteceu.
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Quando foi inaugurada, em 22 de Junho de 1963, a ponte dispunha de quatro elevadores para que os peões pudessem vencer a distância de setenta metros do rio ao tabuleiro, facilitando a travessia pedonal. Estava ainda equipada com duas pistas para bicicletas, um meio de transporte comum na época. Com a motorização do transporte pessoal estas facilidades desapareceram.
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O atravessamento da ponte a pé permite, no entanto, usufruir de um panorama único e ao mesmo tempo observar a modernidade daquela estrutura projectada há cinquenta anos. Os acessos são mais fáceis do lado do Porto, a partir do Teatro do Campo Alegre e do Centro Desportivo Universitário do Porto, do que do lado de Gaia.
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Nas torres dos elevadores, parte integrante da estrutura daquela obra de arte, podem observar-se quatro esculturas ornamentais com cinco metros de altura, fundidas em bronze. Duas do lado do Porto, do escultor Barata Feyo, simbolizando O Génio Acolhedor da Cidade do Porto - na foto acima - e O Génio da Faina Fluvial e do Aproveitamento Hidroeléctrico; e duas do lado de Gaia, do escultor Gustavo Bastos, representando O Domínio das Águas pelo Homem e O Homem na sua Possibilidade de Transpor os Cursos de Água.