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11 novembro 2015
Uma profunda tristeza
«Viver depressa, mobilizar pessoas de diferentes áreas, fazer as coisas acontecerem e marcar a agenda cultural e mediática. Era este o programa de vida e de acção de Paulo Cunha e Silva (1962-2015). O facto de o fazer, muitas vezes, até à exaustão física poderá ter contribuído para um desfecho tão dramático quanto inesperado: morreu na madrugada de terça para quarta-feira na sua casa em Matosinhos, vítima de um enfarte do miocárdio agudo. Tinha 53 anos.»
(Na foto: como eu vi Paulo Cunha e Silva, o vereador da Cultura da Câmara do Porto, durante a apresentação do Programa de Arte Pública, em Fevereiro passado, na Casa do Infante.)
03 abril 2014
Da inimputabilidade política
Gondomar é geralmente ignorada pelas gentes do Porto e, no entanto, é tão parte integrante da mancha urbana que tem o Porto no centro, como Gaia, Matosinhos ou a Maia.
Marco Martins, o actual presidente do município, tem para gerir quatrocentos processos judiciais em que a câmara é ré, herdados de Valentim Loureiro, que presidiu ao município entre 1993 e 2013. Interrogado sobre a possibilidade de responsabilizar o anterior autarca, respondeu com a verdade dos factos: «qualquer tentativa nesse sentido costuma ter do ponto de vista prático, zero de solução».
A ler no Porto24.
Marco Martins, o actual presidente do município, tem para gerir quatrocentos processos judiciais em que a câmara é ré, herdados de Valentim Loureiro, que presidiu ao município entre 1993 e 2013. Interrogado sobre a possibilidade de responsabilizar o anterior autarca, respondeu com a verdade dos factos: «qualquer tentativa nesse sentido costuma ter do ponto de vista prático, zero de solução».
A ler no Porto24.
12 março 2014
O Presidente e o Arquitecto
Rui Moreira conversando com o arquitecto João Carlos dos Santos, após a visita de hoje às obras de reabilitação da Igreja e da Torre dos Clérigos. João Carlos dos Santos é uma espécie de seguro de vida para a intervenção que está a ser efectuada naquele espaço monumental, dada a sua experiência no restauro, na reabilitação e recuperação de edifícios patrimoniais. É da sua autoria, juntamente com a arquitecta paisagista Maria João Dias Costa, a recuperação do Mosteiro de S. Martinho de Tibães, em Braga. Sobre a visita, veja aqui.
11 dezembro 2013
23 agosto 2013
21 agosto 2013
31 julho 2013
Os Pritzker

10 abril 2013
18 junho 2010
23 abril 2010
A fisionomia de Nicolau Nasoni

Há um retrato a óleo na entrada da torre dos Clérigos que nos é apresentado como sendo de Nicolau Nasoni, o arquitecto toscano que veio de Malta para o Porto em 1725, com o encargo de pintar o interior da Sé do Porto e por cá ficou, marcando de forma singular, com a sua arte, a fisionomia da cidade.
Sabe-se muito sobre ele, com quem casou, quantos filhos teve, onde viveu e trabalhou. Também se sabe que não se fez cobrar pelo projecto da igreja e da torre prodigiosa, e que acompanhou a sua construção, dedicadamente, ao longo de décadas, tendo como contrapartida, apenas, a entrada para a Irmandade dos Clérigos Pobres.
Morreu sem haveres no ano de 1773. Sabe-se também que, a seu pedido, está sepultado na igreja dos Clérigos, mas é corrente não saber-se onde, apesar de um autor afirmar estar o túmulo de Nasoni na pequena cripta da igreja, junto de outro onde repousa um cardeal.
Quanto à fisionomia do arquitecto também persiste a incógnita. Se, para alguns autores, o quadro que revelaria Nasoni terá desaparecido, para outros a figura ali representada não é a dele por exibir anacronismos no vestuário. Para outros ainda, trata-se sim de Nicolau Nasoni, mas num retrato póstumo.
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ADENDA
23Março2018
Sobre o quadro acima, o historiador Francisco Queiroz publicou no Facebook o seguinte texto:
O falso Nasoni
A Internet tem destas coisas: facilita a pesquisa histórica, colocando ao dispor de todos cada vez mais fontes e bibliografia, mas também induz o facilitismo e dissemina de modo descontrolado os resultados desse mesmo facilitismo, eternizando erros. Vem isto a propósito do retrato a óleo que alguém um dia viu no edifício da Irmandade dos Clérigos e, sem qualquer fundamento e sem ter sequer em consideração que representa claramente um burguês do segundo quartel de Oitocentos, supôs que representasse a efígie do célebre arquitecto setecentista Nicolau Nasoni. Ao longo dos últimos anos, tenho vindo a corrigir e a chamar a atenção para publicações que incluem o dito retrato como representando Nasoni. Contudo, o erro disseminou-se e sedimentou-se de tal modo que o suposto retrato deste arquitecto do período barroco está já fixado no próprio espaço público, mais concretamente num mural que representa grandes figuras ligadas ao Porto, situado na esquina da Rua do Bonjardim com a Rua Gonçalo Cristóvão. António da Cunha Barbosa - o verdadeiro retratado - viu-se assim inusitadamente guindado à categoria de um dos mais ilustres portuenses, apenas porque, como era muito dado a pertencer a irmandades e a exercer nelas a virtude da Caridade, mereceu que se lhe pintasse o retrato, retrato esse que alguém, na sua ignorância, achou que poderia representar Nasoni. É possível que o erro já não seja corrigível e passemos a ter em breve ainda mais publicações que mostrem esta faceta mistificada de um Nicolau Nasoni vanguardista, vestindo roupa que, na sua época, ninguém sequer ainda usava. Mas também pode ser que algum "grafiter" apreciador da verdade histórica queira caridosamente fazer justiça ao caritativo António da Cunha Barbosa e, no referido mural, coloque o nome correcto do retratado.
30 março 2010
O marionetista

Sobre este tema consulte:
Teatro de Marionetas do Porto
Museu de Marionetas do Porto
Blogue de Marionetas do Porto
20 abril 2009
Expressão gestual

Nadir Afonso durante a conferência As Cidades no Homem, proferida na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, em Guimarães, onde, para além do mais, estiveram presentes duas características do pintor, a franqueza no trato e a expressividade dos gestos.
20 novembro 2008
Manoel de Oliveira em São Bento



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08 junho 2007
António Lobo Antunes na Feira do Livro

Chegou com mais de meia hora de atraso. Trazia sapatos de pala pretos, brilhantes – a marca de uma geração –, calças de ganga e a camisa solta. Suspenso pela mão esquerda, um pesado blusão de pele caído nas costas.
Vagueou um pouco, daqui para ali, dali para acolá, estranho, indeciso, com um olhar vazio e sofrido. Aparentemente ter-lhe-á desagradado a centralidade e a exposição visual do Café Literário. Após uma troca de palavras com dois acompanhantes solícitos, o cortejo transferiu-se para um recanto, feito de divisórias amovíveis, debaixo da escadaria do Pavilhão Rosa Mota.
No caminho um rapazola ousado aborda o escritor. Lobo Antunes acede a figurar numa fotografia com o rapaz, que passa a máquina fotográfica à namorada. Entusiasmado, o moço abusa. Abre um sorriso para o retrato, eleva o braço esquerdo e pousa-o nos ombros do autor, como se fossem íntimos. Lobo Antunes dá a figura, sem participar da farsa. Olha para o lado, como se estivesse perdido.
A atmosfera, no pequeno local, rapidamente fica irrespirável. Há muita gente com livros, ansiosa por conseguir um autógrafo. O autor, sem nunca abandonar o olhar vago e sofrido, atende cada um com a solicitude possível. «O seu nome, por favor?». «César Augusto!». «É um nome pesado…» - comenta. E lá deixa a dedicatória nas primeiras páginas de «A Explicação dos Pássaros».
Afasto-me, pensando que prefiro a implícita e salutar arrogância das habituais entrevistas do escritor, a este António Lobo Antunes fragilizado pela doença que recentemente o acometeu.
07 abril 2007
Do moinho e da vida

«Não me fotografe, fico muito velha nas fotografias», diz-me Maria Estrela. «Eu ponho-a nova», respondi-lhe. E ela aí está, fazendo jus ao nome, sorridente, digna, com uma vida de trabalho marcada no rosto.


Nasceu ali, em Coucela, Penha Longa, freguesia ribeirinha do grande rio. Tem cinco filhos e onze netos, todos residentes em Portugal - coisa rara nesta terra marcada pela emigração. Aos oitenta anos ainda semeia, colhe, mói e faz o pão. Vive entre pés de vinha e árvores de citrinos. É Domingo e Maria Estrela de Oliveira enverga roupas de trabalho. Para assinalar o dia traz dois vistosos brincos de ouro. Parece divertida com o nosso interesse pelo moinho, mas quantos de nós viram um moinho a trabalhar?

Este é movido pela água do Refojos, um ribeiro que foi cavando um sulco na montanha e corre apressado de pedra em pedra, encosta abaixo, num percurso que não terá mais do que seis quilómetros, até se despenhar no Douro, em Afonsim, duas curvas abaixo do Carrapatelo. Um lugar idílico onde o silêncio apenas é quebrado pela passagem dos barcos que transportam turistas, rio acima, rio abaixo, a horas certas.

Manuel Joaquim Messia, bem tratado, diz manter o moinho por gosto. Tem uma névoa no olhar que lhe tolda a visão. Foi dono de quatro moinhos em Vila Real. Ficaram para trás, perdidos no tempo, quando deixou o Corgo e se instalou nas arribas do Douro, para comprar terra e casar.
O rio de então não era o lago de hoje, comprimido pelas barragens. Corria livremente, tormentoso no Inverno e manso no Verão. Das margens avistavam-se os rabelos transportando vinho, e tudo o mais que o Douro interior produzia, rumo ao Porto.
«Ó senhor Arrais! Quantas pipas levais?». «Levo uma… levo duas… levo três! Vai pró corno que te fez!».
Memórias e vivências de outro tempo, a cada dia que passa mais distante e difícil de encontrar.
24 dezembro 2006
Um Pai Natal andaluz

Para o estereótipo ser perfeito faltam-lhe as vestes vermelhas. E ser menos comunicativo também, porque o velhote nórdico apenas solta uns monossílabos ininteligíveis. Gino Barba Iglesia, pelo contrário, é um homem concreto, simpático e conversador, que ri das amarguras da vida. Artista plástico itinerante, retratista de rua por estes dias a residir no Porto, acedeu amavelmente partilhar o desejo de Boas Festas aos visitantes que comigo fazem A Cidade Surpreendente.
20 julho 2006
Rostos com nome
Uma das razões porque tem havido poucas fotografias de rostos n'A Cidade Surpreendente, deve-se a um conjunto de incertezas pessoais, que vão do pudor ao sentimento de intrusão, na altura de fotografar, e daqui, à legitimidade da exibição pública das imagens.

A solução, encontrada recentemente, tem sido a abordagem directa: um pedido de autorização para fotografar e, na sequência, expor o resultado. Perde-se, por vezes, a espontaneidade do fotografado mas ganha-se a legitimidade, o que não é má troca. Quanto às reacções, têm variado da concordância imediata, a mais comum, à indiferença e ao não rotundo, a resposta menos ouvida.

O meu obrigado ao Rui, um insólito homem-estátua em Santa Catarina, e ao Sr. Jaime, pedinte naquela rua, por me terem deixado fazer algo de que gosto, fotografar pessoas.

A solução, encontrada recentemente, tem sido a abordagem directa: um pedido de autorização para fotografar e, na sequência, expor o resultado. Perde-se, por vezes, a espontaneidade do fotografado mas ganha-se a legitimidade, o que não é má troca. Quanto às reacções, têm variado da concordância imediata, a mais comum, à indiferença e ao não rotundo, a resposta menos ouvida.

O meu obrigado ao Rui, um insólito homem-estátua em Santa Catarina, e ao Sr. Jaime, pedinte naquela rua, por me terem deixado fazer algo de que gosto, fotografar pessoas.
23 dezembro 2004
Poema Panfletário - para um Natal à la page

(...)
«Vai morrer esta noite à meia-noite. E pronto!
E um pai natal de gravata e accent do sul
ou regional virá nos feixes, sobre as ondas
anunciar a boa-nova a estes tempos:
o fontanário as fitinhas os quilómetros
de asfalto o coreto os milhões do PIB
as siglas várias da pedincha natural
- em suma, os Fahrenheit que medem o sucesso.
E os Anjos Adjuntos e mesmo os Sem Pasta,
no beija-bota que assegura a eternidade
terrena, entoarão em coro o estribilho:
"Glória ao Senhor na terra, paz a deus na lonjura"»
Urbano Bettencourt
Excerto de: Poema Panfletário - para um Natal à la page, sobre Vai Nascer Esta Noite à Meia-noite em Ponto, de David Mourão-Ferreira.
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