![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjctLYZZ7HOh0UfFJH8YUwmeWo_N70_GqR4DJv_3l-xFFtZ6v5dfRba2eREFnfD1KTXHcc2uWmUhmLEN6Ted372BKvR_XzAvgrVj5iu-yDWXlULIbyGwqTdTreQcMFrCyOcLA48Ag/s320/lanificios_12.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd1m-XzlcV14kyM89wuTcfwm40EqI7HW0SZOoL4b3G4nqIfeUa5AmXmu5nX148iYolR5hif_WXH1xMqF6-3yV7GUqeicx4vXk3GgfIJN3T5XXxa6cWOzXnK-2IA7yANqjuzWDCWQ/s1600/lanificios_7.jpg)
A fundação do actual armazém remonta a 1921. O Porto de então estava em pleno crescimento, constituindo um pólo de atracção em toda a região norte do país.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLwVTZpXPCmpDSCvNtecztcr4jR337rc9q4CvZBJMIbNs7W_rIRl5b9TKXae9DNlva6fC14e7qqnKeVj2ADZNGa3jfDy907RGp-J95cBU1gKgrxchx-wdShsaAN8ATbd_b23PeIQ/s1600/lanificios_6.jpg)
José Gonçalves, um dos fundadores, começou a trabalhar em Guimarães, aos 12 anos de idade. Quando chega ao Porto, para exercer a profissão de viajante, é já um jovem adulto cheio de esperança e vontade de singrar. Passa a visitar os clientes do interior do país, munido de uma mala com amostras de tecidos, e regressa à casa mãe com encomendas.
![]( https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDXw73_kdZbH_x6X2hU6xxosFJwTg0BHwPeOKydETBu1XdSDDeHOYHYwXHttDh2o7o8RCzp9Jpb0DQF1Ot8UdRCK93bIKJ2kbh8CDWNtV4SfK_fU5MIK6hTgKQrA2UruwJDLLCfQ/s1600/lanificios_15.jpg )
Aqui conheceu Serafim Soares Monteiro, chefe de armazém com comprovada experiência mercantil, adquirida desde 1905, ano em que principiara a trabalhar numa firma do Largo dos Lóios. Ligados por uma sólida amizade e auxiliados financeiramente por João Rodrigues Loureiro – um industrial de Valença do Minho, conterrâneo e protector de Gonçalves, que o tinha levado para Guimarães em 1906 como marçano – fundam o armazém de lanifícios Gonçalves, Monteiro & Cia., Lda. O negócio prospera rapidamente na baixa fervilhante de actividade. Compram tecidos por grosso a vinte fábricas portuguesas e quatro inglesas, vendendo depois para todo o Portugal e colónias.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisDFnsrAiTdtymS7zQ0diD2qp7UA4qTPYEDQ-Pe8pqWkIHPJpzR0Wf8JZJB4mznD-44r-RvOeXXBxp9tTmjeIPcOF7poj_6adKgNIoeYQ80NEWespgEMuuL6nqoESI51iK7KmzYA/s1600/lanificios_1.jpg)
Com a morte dos fundadores a firma passa para os herdeiros, que nos anos 70 compram o prédio e avançam com um projecto de modernização das instalações. Esse desígnio, que alteraria por completo o que lá encontramos, viria a ficar pelo caminho devido à instabilidade provocada pela Revolução de Abril e ao posterior desaparecimento prematuro de José Milhão, o sócio mentor da remodelação.
José Augusto Gonçalves, um dos donos actuais e homónimo do fundador, afirma que há vinte anos se contavam pelas dezenas os armazéns deste ramo no Porto. Hoje subsistem apenas uns três ou quatro.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7AvPSXRAWn1zM6NmBqAd8QL8R98TcA9bZAYRH-nTzbwsk2Q9zTi5vGL7smA421CKgmBO1k76SclvtEurQ7xl5FsLx2TLeTY4H34v8aX3cDMu57fzt_5nVLd4YVXXpHCkZkb68kg/s1600/lanificios_5.jpg)
Mostra-me uma peça de surrobeco, um pano castanho e grosso caído em desuso juntamente com o burel, como exemplo dos velhos tecidos que continua a vender, para grupos de teatro e ranchos folclóricos, a par das actuais e excelentes casimiras importadas de Itália e dos poliésteres asiáticos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8zEAW_xfj7IFiRDBBw7A-GgYVa3vZsfbQyVufyKdwwmQ7HvmD1DHr12tWNY0Vke_POXwMU-HlzdF6oMRR8K6gTOOf-r2JvFdywkMiMFTzgjQWBG3gdRWPxxfUofgIVvZ67up7WA/s1600/lanificios_10.jpg)
Não se queixando do negócio acrescenta que, quando aparecer um comprador para o edifício, fechará as portas e irá para casa, dissipando em pó este interessante episódio da memória da cidade.