Avenida do BrasilA imagem abaixo, da
Fotografia Alvão, revela-nos um conjunto urbano equilibrado em que sobressai o grande espaço do passeio marítimo da Avenida do Brasil. Terá sido tirada logo após a conclusão do projecto de embelezamento do local, concluído em 1931 com a construção da pérgula, obra do estucador portuense Enes Baganha.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqXHFOwq5Gm3S23kcd16nk0OTocKOIj4dSE49VNewP_TeWToNqbv2Tvo-UmjGGUV9iLLDVyt40KWCyxGrwDm7qm_rwuA-BszbD5WVQmnaxREferpisIFU985EaekU5xSD2iVGAOw/s1600/alvao_avenida_brasil.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib63fySfgNdEf3rjvmn_HNJaJk_LSpiU6RfppADjvYPfK94JaMi3ktkU089jLRAPERiJfelUd5nWfkWsVwB3iXJAK8WMB56OufvE3zdmcl5cICC2GXx2_8c2TTM1Z9ns7Vq2Bl9g/s1600/avenida_brasil.jpg)
Mas, o que mudou nas quase oito décadas que separam as duas fotos? O que está à vista e muito do que não se vê na segunda imagem.
As moradias que constam na foto antiga, construídas entre os anos 20 e 30 do século passado, desapareceram quase todas, substituídas, a partir dos anos 70, por incaracterísticos blocos de apartamentos, ocultos - na foto a cores - pelos
metrosíderos que entretanto ali cresceram, resistindo, como poucas árvores conseguem, à salinidade dos ventos que sopram do Atlântico. Outra resistente é a araucária que figura no centro da imagem a preto e branco, que continua lá, por detrás do Salva-Vidas - a escultura de
Henrique Moreira - assinalando a persistência do tempo, juntamente com a pérgula, a balaustrada, a posição inalterada dos candeeiros de iluminação pública e... esse sim eterno, o rochedo que, emergindo do Atlântico diante da Praia dos Ingleses, ganhou direito a nome próprio: o Gilreu.
Para além disto terá mudado também o cuidado posto nos canteiros ajardinados, que hoje parecem abandonados - uma imagem de marca dos jardins do Porto com que convivemos há alguns anos, distinguindo a cidade, pela negativa, dos concelhos vizinhos, da Póvoa a Vila do Conde, de Matosinhos à Maia e daqui a Gaia e a Espinho.