Já mt se disse aqui sobre este tema e parece unânime que não faz sentido tornar mais cinzenta uma cidade já de si tão cinzenta, devido ao clima. Mais parece Espanha há 20 anos atrás...
Faz-me lembrar cenas das praças em Moscovo em documentários sobre o início do século XX. Cinzento frio e desconfortavelmente amplo. O que se nota de bom, o óbvio e já comentado espaço dos peões pois a cidade é para o homem nao para o carro, e o desenho, limpido e fluido. Característico do desenho de um bom arquitecto. Que é o que o Siza continua a ser por mais que faça asneiras. Eu já cheguei a histerizar um bocado neste blog por causa deste tema. Por um lado não sei se me resignei um bocado ou se as tuas fotografias de tão boas amenizam o meu desgosto. É que se ao menos, mas só ao menos voltasse aquele verde florido e fresco que enchia a Liberdade e se reflectia nos Aliados. Essa cor desapareceu toda a avenida parece um deserto gélido e poupem-me à história de festejos, aquela zona do Porto não é a mais movimentada em termos de lazer seja de dia ou de noite. Tem os cafés e o McDonalds mais um restaurante aqui comprar a lotaria ali...não tem vitalização suficiente em redor para dar um minimo de sangue quente ao raio do sítio. Eu antes gostava de descer até lá baixo por Sá da Bandeira para ir apanhar o autocarro na Liberdade. Agora apercebi-me que já não me dá essa vontade, não por preconceito, mas quase inconscientemente.
O ardina que lá está para sempre, devia de voltar para ver o que fizeram ao pitoresco duma cidade cheia de contrastes e já de si melancólica o suficiente, para ainda vir o arquitecto do coração de pedra empedernir o coração da baixa.
Eu também não gosto de calcorrear os Aliados sobre aquele triste pavimento de granito, que começa a ficar surrado. Incomoda-me também a falta de verde na placa central, no entanto, fiquei agradavelmente surpreendido com o tal desenho límpido e fluido, que referes, quando assomei a uma janela e avistei pela primeira vez, do alto, os Aliados. É um espaço magnífico que qualquer cidade não desdenharia ter.
Vem a propósito um esclarecimento. A minha intenção, com esta entrada, não é relançar a polémica sobre um caso que está encerrado, mas sim abordar a recente intervenção no seu conjunto e sem preconceitos, dado que no último post apenas fotografei os desenhos da desaparecida calçada portuguesa e o jardim, que se perdeu, na placa central da Avenida.
Um bom trabalho fotográfico que sem duvida enriquece o que aí temos. Fez-se sóbria, perdeu a cor do chão e dos jardins, sobretudo a da faixa central cheia de vida e de pombas. Ganhou em estilo arquitectónico realçando a beleza dos edifícios que antes quase no se viam. Não sejamos tão derrotistas e esperemos que as arvores cresçam para suavizar-nos destes calores com a sua sombra e encher de passarinhos a avenida e que terminarão por dar um certo encanto ao sitio e nos deixarão alguma recordação doutro teor. Não vivo no Porto como vós, mas vou sempre que posso e cada dia a minha cidade está mias bonita, por isso é uma das cidades mais belas do mundo. Devemos ser exigentes e procurar o melhor para Ela, mas estou convencido que vamos mudar de opinião a curto prazo, como disse antes, deixai que as ramas das arvores estiquem os seus braços.
«...A minha intenção, com esta entrada, não é relançar a polémica sobre um caso que está encerrado...»
Pode estar encerrado para si, caro Carlos Romão, e para muitos dos seus amigos e visitantes que por aqui passam e apreciam as suas belìssimas fotos e mais ou menos displicentemente (ou não) comentam (ou não)...mas não o está de todo para muitos portuenses nomeadamente para nós, "ALIADOS".
Faço questão de "lembrar" que o caso está entregue à justiça, para além de estar a ser independentemente investigado por outras entidades oficiais.
Aliás permita-me que aqui diga e torne a repetir o que durante mais de um ano vimos clamando nos ALIADOS: o verdadeiro problema é continuar a ver-se, a querer tratar deste "caso" como apenas uma questão de gosto. O que se realizou no centro do Porto foi -um monumento à autocracia, como escreveu Manuel António Pina.
O que aconteceu,não foi - parafraseando outro ilustre portuense -a reinvenção da Avenida, foi a sua falsificação, num processo descarado de arrogância intelectual e prepotência política. Uma indignidade!
Todavia não posso deixar de esperar que o local se torne aprazível, habitado, vivo, que as árvores cresçam e façam sombra, escondendo um pouco a vergonha...
Eu gostaria de saber quantas das pessoas que dizem que os Aliados estão com pior aspecto, realmente usufruiam dos Aliados? Sim. Pois eu já ouvi muita gente criticar para depois confessar que já não ia há baixa desde o Natal passado!... Que a baixa está deserta, etc e tal... Pelo menos a intervenção tem o mérito de voltar a levar lá pessoas. Nem que seja para falar mal. Quantas dessas pessoas passeavam de facto na espécie de jardinzeco que lá havia? Quando caminhavam diariamente pelos passeios reparavam nos Aliados? Depois da intervenção eu vi lá avós que iam com os netos no dia de calor ver o espelho de água. Vi senhoras e senhores sentados nas cadeiras em amena cavaqueira. Lembram-se dessas imagens nos últimos tempos antes da intervenção. Eu não... Pois bem na minha opinião os ALiados estão mais monumentais do que nunca. Está uma bela praça. Despedida de rococós. Será que tem que existir sempre uma série de flores coloridas para um espaço ficar bonito? Os aliados tornaram-se numa sala de estar da cidade, moderna, um local de apresentação para quem se distribui pelos imensos labirintos que a cidade esconde. Para quem sobre os Clérigos, para quem ainda vai até à Rua do Almada, para quem vem da Trindade, para quem vem da Ribeira... Para quem como eu já muito calcorreaou aquela malfadada calçada portuguesa e muitas vezes escorregou nas bisgas esverdeadas (estes dias de chuva são mm uma grande prova ao novo pavimento), agora, pelo menos já não se escorrega... é disso que sentem falta?
Só hoje descobri o teu blog e amei!!!!!!!!!!!! Como estudei no Porto e deixei a cidade à pouco tempo (quando me formei), conheço todos esses sitios, todas essas "caras"... E conheço não de passar, mas de passar e de viver! O Porto foi a minha casa durante 5 anos, deixei-o, mas permanecerá para sempre no meu coração!!! Sempre que deixo VNG e passo a ponte para o Porto... sinto-me feliz e um sorriso estampa-se na minha cara(E quem conhece, percebe o que eu digo!!!) Continua o bom trabalho!
as imagens do link dizem tudo...poderia ser um jardim caótico, mas tinha a sua fauna...mas somos todos uns velhos do Restelo...é o que é! agora ficamos á espera do bairro da Bouça, ok?
Olá! Descobri este site por mero acaso e fiquei maravilhada! Infelizmente não consegui ter tempo para o ler de uma ponta á outra, mas vontade não me falta! Estou a tentar ir para o porto estudar e sou completamente maravilhada por esta lindissima e envolvente cidade! Não só a cidade, mas as próprias pessoas...k maravilha! Não sei se as fotos são suas, mas são de uma definição espectacular e de um bom gosto fenomenal! Continuação de bom trabalho e continuação de uma bela cidade!
Andreia, julgo que a questão aqui não são rococós, é óbvio que a praça como estava pedia uma intervenção mais moderna. Mas a mim ensinam-me na faculdade que consciencia ambiental, ecologica, paisagista, tem mais importância do que reduzir tudo a uma construção rigida. E pessoalmente nunca me precisaram de dizer que os espaços verdes têm grande importância na cidade por inúmeras razões. Da Liberdade aos Aliados não existe extensão comparável à maior parte das praças da Europa. Aliás, e isto só por curiosidade, a avenida dos Aliados é a avenida menos "avenida" do Mundo uma vez que esse termo se guarda para ruas largas e extensas, mas graças a uma disputa entre a Ordem da Trindade e a Camara Municipal esta acabou por se plantar ali só para despeitar a Ordem tirando-lhe a anterior vista para o rio. Ainda assim por mais que seja uma praça e avenida humilde em área continuo a achar que mais espaço verde dinamizava e vitalizava com mais eficácia sem ter necessariamente de esconder os belos exemplos de arquitectura que ali se encontram.
quase que esperava o seu comentário e até compreendo que a Manuela se abespinhe de cada vez que toco nos Aliados. Sei que para si é uma questão epidérmica. Reconheço também o empenho com que se envolveu na contestação à remodelação da Avenida. Luta sua, e doutros também, que, acredite, eu respeito.
Pela minha parte perdi, ao longo do tempo, todas as questões em que me envolvi por causas públicas, devia a Manuela, então, ser ainda uma menina. Para não ir mais longe, digamos que fiquei vacinado, o que não me tem impedido de consultar regularmente o Aliados e, a partir dele e da imprensa que também leio, saber «que o caso está entregue à justiça». Para mim, no entanto, repito, é um caso encerrado.
Quanto aos comentários displicentes que o blogue suscita ? e que a Manuela já referiu uma vez com ironia - gostaria de lembrar que A Cidade Surpreendente não é militante de causa nenhuma. É um blogue de imagens, aberto, onde todos os comentários são bem vindos, e que aqui faço apenas aquilo de gosto, fotografar.
Merdinhas, quando na casa do ferreiro o espeto é de pau, os santos da porta, surpreendentemente, fazem milagres. Conheço a Senhora do Ó desde pequenino ;)
Caros surpreendidos. Fico espantado com alguns comentários que continuam a lutar por uma memória, por canteiros verdes sem escala para serem fruidos. A avenida dos aliados conjuntamente com as duas praças que a limitavam constituiam um espaço disforme sem grande coerência, uma manta de retalhos, resultado de um processo de alterações, operadas ao longo dos tempos sempre incompletas, mediocres, nem o plano de Barry Parker(primeiro autor do plano para os aliados) foi concluido. Temos que entender o espaço de uma forma global, a arborização efectuada irá sombrear e proporcionar um ambiente mais fresco e agradável do que os canteiros de relva e flores que existiam. Uma praça é uma praça um jardim é um jardim.
Olá eu não sou do Porto mas interesso-me por tudo o que seja cidades em geral... A minha opinião sobre a nova Avenida dos ALiados é genericamente positiva, mas com algumas observações. claramente ganhou-se espaço e a noção de praça, sitio simbolico que anteriormente não havia. Como algúem anterior a mim disse e bem a antiga Avenida dos Aliados não passava de uma manta de retalhos, no geral todo o desenho e uniformização da praça está bastante conseguida. Também realça os edificios que se encontram á volta.
Agora a parte negativa ou se quiserem menos positiva.Parece que tem poucos bancos ou é impressão minha? as cadeiras "artisticas" que lá puseram pareceme que são insuficientes..
as arvores crescerão e concerteza darão outro colorido á avenida. não me importava porém de transladar alguns canteiros para ver como ficava e a adesão do público a tal acto
Parabéns ao Carlos pela qualidade que a sua arte acrescenta à realidade...
Obrigado à Manuela por não desistir de lutar.
Mas sabe Manuela, o quanto me entristece ler estes comentários de pessoas, ainda para mais, pessoas claramente bem formadas e bem informadas, mas que, ainda assim continuam sen ver, sem entender nem sequer intuir o fundamental :-(
Eu não gosto da "nova" avenida, mas esse não é, nem nunca foi, a questão.
A questão é que A AVENIDA É MINHA !!!!!!
É tanto minha,como da Manuela, do Carlos, e de todas as Manuelas e Carlos e Antónios que nasceram e vivem nesta cidade e de todos os Antónios, Manuelas, Carlos e outros que podem nem sequer ter nascido ou vivido na cidade ou sequer ter cá posto os pés.
O que não é, seguramente, é dum ditadorzeco de merda chamado RUI RIO (desculpem a linguagem mas é o que esse senhor é) por maior que tivesse sido (e nem foi) a maioria que o elejeu para ADMINISTRADOR deste NOSSO CONDOMÍNIO.
Das suas competência não faz parte, nunca fez, nem nunca (enquanto se achar que este é um estado de direito) irá fazer, decidir a seu bel prazer, ao arrepio da legislação e de todos os regulamentos, o que fazer do que é NOSSO, e não apenas dele.
IRRA
Será que é assim tão difícil de entender?
Desculpem a irritação mas tanta "passividade", tanta falta de cidadania, tanta falta de RESPEITO PRÓPRIO, irrita, irrita mesmo.
Caro Carlos Romão O meu "abespinhanço" tenta pelo menos ser racional pois faço um esforço por responder pedagogicamente, argumentando, explicando; repare também que refiro a displicência (ou NÂO)dos comentadores; quanto ao caso estar encerrado para si... desculpe mas permita-me perguntar: "em que sentido"? Alguma vez esteve aberto a não ser do modo como o exprime aqui? E como continua a fazê-lo, não se pode considerar que esteja proriamente encerrado (pois não?)já que continua a publicar imagens e a dar-se ao trabalho de responder a comentários (aproveito para lhe dizer que não entro em diálogo com mais ninguém aqui a não ser o Carlos- já me bastou um ano de Aliados...!)
Só mais uma observação acerca da sua afirmação :«Pela minha parte perdi, ao longo do tempo, todas as questões em que me envolvi por causas públicas, devia a Manuela, então, ser ainda uma menina. Para não ir mais longe, digamos que fiquei vacinado...» Uma "aposta" acerca de eu ser uma menina quando o Carlos já por aqui andava a batalhar... olhe que é bem provável (quase certo)ser o contrário. E sabe, ao longo das décadas (!)fui também ficando vacinada... só que, surpreendentemente,foi contra a indiferença. Todavia não sou ingénua, nem espero ganhar todas as causas em que "batalho". Esta dos Aliados foi uma que se perdeu (provavel/ devido também a todos/as que já estão vacinados...)e pouco espero dos resultados das averiguações da justiça. Abraço amigo
De facto acho que a baixa está muito mais arrumada e fluida como muita gente já o disse aqui, apesar de ter poucos lugares onde se sentar e muito pouco em termos de sombras. Mas apesar de Siza vieira ser um bom arquitecto também comete os seus erros, basta ver os exemplos do miradouro do castelo do queijo, que após a sua inauguração ficou ao abandono, tendo agora algumas obras que nunca mais acabam. O passeio de Leça da Palmeira que não passa de uma estrada pavimentada de alcatrão com uns quantos blocos de granico a fazer de bancos....mas mesmo ali ao lado está a piscina de Leça de Palmeira que está bastante melhor ;)
A avaliar a pela sua participação no Dias com Árvores, que acompanho desde o início, o que me aproxima de si tem sido mais forte do que aquilo que me afasta. Não posso, contudo, deixar de lhe dizer que a Manuela, ao disparar a torto e a direito, no caso dos Aliados, se tem revelado intolerante para com opiniões diferentes das suas. Eu teria preferido outra solução para a remodelação dos Aliados - não necessariamente condizente com a que defendeu - no entanto, viverei bem com a que foi adoptada. E não abdicarei de a usufruir, de a fotografar e de divulgar aqui as imagens, desde que isso me dê prazer. Com estima
Estimado Carlos Romão não se "abespinhe" nem me interprete mal. No caso dos Aliados revelei-me "intolerante com opiniões diferentes das minhas", e tenho "disparado a torto e a direito"? Se se sentiu atingido, por favor desculpe-me: nunca tive a mínima intenção de o ofender com os meus comentários nem menosprezar o seu talento.
Fala de uma solução de remodelação que terei defendido. Qual? Eu não defendi nenhuma. Não foi dada alternativa nenhuma!
O que o Carlos parece não entender, é que a minha (e não apenas) maior discordância foi e é acerca do modo autocrático como tudo se processou; o que me desespera e indigna é ouvir dizer à boca cheia que houve discussão, debate público, quando essa possibilidade foi negada à cidade e isso logo à partida ; de se afirmar que houve diálogo quando nem sequer se dignaram responder às cartas endereçadas, aos pedidos de audiência, aos milhares de assinaturas reunidas; quando foi recusada consulta de documentos , quando ao contrário do que clamavam se incorreu repetidamente em ilegalidades , etc.. Está a entender? É principalmente esta falta de lisura, de honestidade, este desrespeito pelos valores da democracia que mais ofendem e que nunca deixarei de apregoar.
Não sei em que é que isso o atinge, nem percebo porque acha que estou a disparar "a torto e a direito"! Olhe que não: os alvos estão bem definidos e não são as opiniões avulsas ou os gostos individuais. Tenho bem mais que fazer!
É por isso que, francamente, a sua última frase- «E não abdicarei de a usufruir, de a fotografar e de divulgar aqui as imagens, desde que isso me dê prazer.» me deixa desgostosa! Terá pensado que os meus comentários pretendiam exercer alguma espécie de censura ou crítica ao que aqui publica? Lamento que os tenha interpretado desse modo e apenas me dou de novo ao trabalho de aqui lhe responder por, como o diz, aquilo que eventualmente nos aproxima ser mais forte do que o que nos afasta.
Contra a corrente, eu não desgosto dos novos Aliados. Melhor, eu não acho que os antigos fossem melhores. A nova Avenida dos Aliados precisa é de ganhar vida. Encham aquela placa central de esplanadas e vão ver como toda a gente via adorar os Novos Aleados.
É evidente que preciso de ver com os meus próprios olhos, mas assim à primeira vista fotográfica estou arrepiada com a esta visão fantas-light, ou seja, uma aberração tipo fantasmas sem alma, ou lençóis desalmados!? Já estou como o comentador anterior, encham a avenida de pessoas, ao menos...
Não lhe bastava o (enorme) mérito das fotos, ganha ainda, neste blog, o da discussão, causa maior entre os seres humanos. Eu gosto "destes" Aliados e reclamo o direito de gostar, embora considere que nem tudo é perfeito (afinal, a perfeição é uma chatice). Quanto ao cinzento, ao granito frio... cabe a nós, os que usufruem desta cidade, dar-lhe calor, com a ajuda dos que mandam e que, desde o início, deveriam ter criado condições para esplanadas, concertos, activiades culturais, desportivas, até. Levantemos a polémica por este lado e a cidade é capaz de ficar a ganhar
Nunca senti os velhos Aliados, que as minhas pernas sejam livres para seguir a vontade do meu olhar, se o mesmo não me agradar que deva eu seguir e continuar na procura de um espaço que me deleite e dormitar... Não sinto os velhos Aliados, e não preciso que velho sou eu no sentir, que tanto me alimenta como esses velhos Aliados que como disse não conheço...
é assim: venho aqui em silêncio, há muitos meses, mas hoje tenho que dizer que existem pessoas dotadas para falar e fazer amar as suas cidades. Parabéns
Obrigada pela fotografia da Câmara, do relógio onde aprendi as horas- e desculpem-me, eu quando o vejo, seja lá perto, ou em fotografias, não resisto a dizer "olha o meu relógio"- e já agora, se puder, para a próxima, 1 foto da Igreja da Trindade.
Devo confessar que cada vez gostomais. Quando vi aqui as fotos pela primeira vez fiquei primeiro bastante revoltada, mas depois de lá ter estado e também de ver agora estas, devo dizer que cada vez me parece melhor. A praça, que era dantes um aglomerado um pouco sem nexo, ficou praça, ganhou uma identidade comum, espaço para por exemplo se ver os edifícios do outro lado, etc. Eu votava uns banquinhos, mas não no meio, antes nas ruas laterais, mas de resto, apoio.
As suas fotos dos Aliados são limpas, luminosas, perfeitas. As que tirei no sábado são escorregadias e lúgubres? Porquê?
Porque, em contraponto à Av dos Aliados, cinzenta ou não, o que faz falta ao Porto e a Lisboa é gente feliz, desejosa de espaços livres, de arte e de convívio, como em Helsínquia, Copenhaga e Luxemburgo. Nestas cidades ocorre todo o tipo de manifestações de rua, que é usada descontraidamente, abusando-se dos pés e das bicicletas. Dir-se-ia, até, que aí vivem povos tão ou mais latinos do que os espanhóis.
Mas, para encher praças em Portugal, de dia e com alegria, só insistindo nos êxitos do futebol.
Ora, para isso, chega a árida e desolada vastidão dos novos Aliados.
Paris - Les Halles - por onde passei vão uns anos largos, sofreu, sofre da mesma contestação o que me faz lembrar a história "O Rapaz o Velho e o Burro" . Veja-se:
/... Les Halles : Un coeur Vert pour Paris TRIBUNE PARUE DANS LE JOURNAL MUNICIPAL A PARIS, SEPTEMBRE-OCTOBRE 2004
Les Halles ont besoin d?une rénovation : jardin mal ordonnancé, équipements publics peu accessibles, liaisons entre le Forum et la surface mal conçues, réseau de transport au potentiel sous-exploité, surconsommation énergétique ...
Quatre projets ont été retenus, aucun réellement acceptable en l?état. Les candidats ont pu cet été compléter leurs propositions avant que la Ville n?opère un choix. Le nouveau quartier ne doit pas seulement être plus beau, il doit être surtout plus utile aux parisiens. Pour élaborer un projet novateur, des priorités claires doivent être dégagées : - un impact minimal du chantier sur la vie des riverains et des usagers : l?organisation des travaux doit permettre de conserver les usages publics du jardin, du conservatoire, etc. /...
ver em: http://conseildeparis.lesverts.fr/article.php3?id_article=226
Respeito a opinião dos que não gostam, eu próprio tenho dúvidas; mas há os que fazem e os que ...
Detesto canteiros. Não servem absolutamente para nada. Ou melhor servem para os cães irem fazer os seus cocós. Agora se me vierem falar de jardins, isso é outra coisa. Pode ser utilizado pelas pessoas, ao contrario dos canteiros que só servem para estorvar e ocupar o espaço que pode servir para dar qualidade a quem passa na avenida. Aquilo está demasiado cinzento é verdade e pior vai ficar quando o granito começar a ganhar lixo e foligem preta, a não ser que lavem aquilo frequentemente. Depois, aquele espelho de água não serve absolutamente para nada, excepto para criar mosquitos tropeteiros. Mas mesmo assim, acho que está melhor agora do que dantes. Quem não se lembra dos escorreganços que mandávamos na calceta de calcário e basalto nos dias de chuva? E dos canteiros que só as pombas usavam? Ai as flores e tal. Sim flores são bonitas mas podem ser aplicadas de outra forma. Não existe a necessidade dos canteiros obsoletos. Cumprimentos,
Bem, eu proprio fiquei boquiaberto com as tentativas de modificarem os Aliados.
No entanto depois de concluidas as obras, posso dizer que até esta giro, tirando o raio do lago e as cadeiras/mesas presas ao chão por cadeados...
A baixa esta limpa e de cara lavada, sem pombos cagoes, e canteiros poeirentos. E não obstante ganhamos uma avenida que funde o passado com o presente, colocando os seus predios com fachadas belas e rusticas a vista para serem admiradas.
Parabéns Invicta, e já agora parabéns ao autor do Blog.
Durante décadas vimos a Avenida com jardins, agora é só granito. Não gosto... Posso, no entanto, contrariar o autor do comentário anterior: os pombos continuam lá. A poeira não pára nos canteiros, pára em todo o lado! Só que não se vê. É como varrer o lixo para debaixo do tapete. Os jardins não tapavam a vista das fachadas (algumas bem degradadas) dos prédios, o que as tapa são as árvores. Passado e presente fundidos? Não, meu amigo. só faltou retirarem as estátuas da Avenida. Agora a principal artéria da nossa cidade é uma ode à estupidez (enfie o barrete quem quiser).
Devo dizer, apesar de tudo, que racionalmente, quer dizer, sem restrições impostas pelo coração, abrir o mais possível o espaço da praça é a conclusão arquitectónica a que se chega. Algo parecido com o que está, portanto. Por uma vez o arquictecto, nota-se, pensou antes de fazer. Como diz alguém num comentário anterior: "fotografado por si nem parece tão mal" - porque a verdade é que não está mal. Tudo indica que não é o que a maioria das pessoas queriam: dispostas a sacrificar luz, espaço, sensações, o que fosse, para manter as árvores já amigas, as pedras familiares, o tom característico...
Deixem-me lembrar que o erro principal foi a incompreensível decisão de fazer ali uma estação de metro - havendo a Trindade e S. Bento, não há, não pode ter havido nenhuma justificação racional para tal empreitada. Mafiosices, foi o que foi.
Hoje vim visitar-te...se calhar é a volta aos blogs! Realmente tens umas imagens fantásticas da nossa cidade. Não sei se, colocares algumas destas a preto/branco levam as pessoas a repensar ainda mais o quanto de mau trato deram agora à baixa com os novos conceptualismos arquitectónicos a tentarem limpar da memória aquilo que realmente era "bonito"!
"Consciência ambiental, ecológica, e paisagista" (como disse a mariana, uns posts atrás)é cuidar das nossas florestas, limpara a mata, ter espaços verdes limpos e tratados dentro e fora das cidades! não é meia dúzia de grandes canteiros de flores ao abandono de todos, para onde se deita o maço de tabaco enquanto se espera pelo autocarro.. (é para isso que os portuenses utilizam os canteiros, como caixote do lixo). Os portugueses não sabem o que são jardins, nem o que são espaços verdes. São de certeza coisas que não existiam nos aliados. Jardins ou espaços verdes são locais onde as pessoas desfrutam do verde, andam sobre a relva e podem interajir com a natureza. O que existia nos antigos Aliados eram canteiros grandes com flores! Não sejam hipócritas porque ninguém alguma vez se passeou pelos tristes banquinhos vermelhos nem por entre os canteirinhos dos antigos Aliados! Os portugueses além de não saberem o que são jardins não sabem cuidar deles, quanto mais de canteiros mais ou menos floridos. As cidades são locais em que o espaço deve ser utilitário, e utilizável pelas pessoas. Estas devem poder desfrutar do espaço e habitá-lo. Não é decorar com uns velhinhos tristes, umas banquetas de rua, para dar milho aos pombos. As árvores da nova praça e o espaço que se respira naquele poço de arquitecturas são uma limpeza visual e funcional necessária. Porque o português gosta de mausoléus e de espaços decorativos e não de espaços verdes. Isto não é arquitectura conceptual, é arquitectura inteligente e só mesmo neste país é que chovem críticas quando se destroem os mausoléus do povo.
61 comentários:
Bom regresso! um abraço.
As imagens são eloquentes, deixou de ter a identidade que tinha, se precisavam de espaço para manif, tinham o estádio...lol
Que rico espaço cinzento?!
Um espaço cinzentão bem de acordo com o presidente de cãmara que temos.
Bem... hmmmm...(suspiro conformado)...Fotografado por ti nem parece TÃO feio...
Já mt se disse aqui sobre este tema e parece unânime que não faz sentido tornar mais cinzenta uma cidade já de si tão cinzenta, devido ao clima.
Mais parece Espanha há 20 anos atrás...
Dói.
Dói muito vê-los assim.
Era tão bonita... tão vivida...
Faz-me lembrar cenas das praças em Moscovo em documentários sobre o início do século XX. Cinzento frio e desconfortavelmente amplo.
O que se nota de bom, o óbvio e já comentado espaço dos peões pois a cidade é para o homem nao para o carro, e o desenho, limpido e fluido. Característico do desenho de um bom arquitecto. Que é o que o Siza continua a ser por mais que faça asneiras. Eu já cheguei a histerizar um bocado neste blog por causa deste tema. Por um lado não sei se me resignei um bocado ou se as tuas fotografias de tão boas amenizam o meu desgosto. É que se ao menos, mas só ao menos voltasse aquele verde florido e fresco que enchia a Liberdade e se reflectia nos Aliados. Essa cor desapareceu toda a avenida parece um deserto gélido e poupem-me à história de festejos, aquela zona do Porto não é a mais movimentada em termos de lazer seja de dia ou de noite. Tem os cafés e o McDonalds mais um restaurante aqui comprar a lotaria ali...não tem vitalização suficiente em redor para dar um minimo de sangue quente ao raio do sítio. Eu antes gostava de descer até lá baixo por Sá da Bandeira para ir apanhar o autocarro na Liberdade. Agora apercebi-me que já não me dá essa vontade, não por preconceito, mas quase inconscientemente.
O ardina que lá está para sempre, devia de voltar para ver o que fizeram ao pitoresco duma cidade cheia de contrastes e já de si melancólica o suficiente, para ainda vir o arquitecto do coração de pedra empedernir o coração da baixa.
Mariana,
Eu também não gosto de calcorrear os Aliados sobre aquele triste pavimento de granito, que começa a ficar surrado. Incomoda-me também a falta de verde na placa central, no entanto, fiquei agradavelmente surpreendido com o tal desenho límpido e fluido, que referes, quando assomei a uma janela e avistei pela primeira vez, do alto, os Aliados.
É um espaço magnífico que qualquer cidade não desdenharia ter.
Vem a propósito um esclarecimento. A minha intenção, com esta entrada, não é relançar a polémica sobre um caso que está encerrado, mas sim abordar a recente intervenção no seu conjunto e sem preconceitos, dado que no último post apenas fotografei os desenhos da desaparecida calçada portuguesa e o jardim, que se perdeu, na placa central da Avenida.
cinza cinza.
Voltei cá, voltei a olhar e a ver...postais do séc. XIX...
Um bom trabalho fotográfico que sem duvida enriquece o que aí temos.
Fez-se sóbria, perdeu a cor do chão e dos jardins, sobretudo a da faixa central cheia de vida e de pombas. Ganhou em estilo arquitectónico realçando a beleza dos edifícios que antes quase no se viam.
Não sejamos tão derrotistas e esperemos que as arvores cresçam para suavizar-nos destes calores com a sua sombra e encher de passarinhos a avenida e que terminarão por dar um certo encanto ao sitio e nos deixarão alguma recordação doutro teor.
Não vivo no Porto como vós, mas vou sempre que posso e cada dia a minha cidade está mias bonita, por isso é uma das cidades mais belas do mundo.
Devemos ser exigentes e procurar o melhor para Ela, mas estou convencido que vamos mudar de opinião a curto prazo, como disse antes, deixai que as ramas das arvores estiquem os seus braços.
«...A minha intenção, com esta entrada, não é relançar a polémica sobre um caso que está encerrado...»
Pode estar encerrado para si, caro Carlos Romão, e para muitos dos seus amigos e visitantes que por aqui passam e apreciam as suas belìssimas fotos e mais ou menos displicentemente (ou não) comentam (ou não)...mas não o está de todo para muitos portuenses nomeadamente para nós, "ALIADOS".
Faço questão de "lembrar" que o caso está entregue à justiça, para além de estar a ser independentemente investigado por outras entidades oficiais.
Aliás permita-me que aqui diga e torne a repetir o que durante mais de um ano vimos clamando nos ALIADOS: o verdadeiro problema é continuar a ver-se, a querer tratar deste "caso" como apenas uma questão de gosto.
O que se realizou no centro do Porto foi -um monumento à autocracia, como escreveu Manuel António Pina.
O que aconteceu,não foi - parafraseando outro ilustre portuense -a reinvenção
da Avenida, foi a sua falsificação, num processo descarado de arrogância intelectual e prepotência política. Uma indignidade!
Todavia não posso deixar de esperar que o local se torne aprazível, habitado, vivo, que as árvores cresçam e façam sombra, escondendo um pouco a vergonha...
Vale a pena também ver estas fotos publicadas por HVA no Desnorte...
Abraço
Falta algo... alguém me sabe dizer o que é?!?!
Não conheçes o Bairro da Bouça...
E a Virgem do Ó, conheces?
(A tua cidade surpreende-me sempre.)
Eu gostaria de saber quantas das pessoas que dizem que os Aliados estão com pior aspecto, realmente usufruiam dos Aliados? Sim. Pois eu já ouvi muita gente criticar para depois confessar que já não ia há baixa desde o Natal passado!... Que a baixa está deserta, etc e tal... Pelo menos a intervenção tem o mérito de voltar a levar lá pessoas. Nem que seja para falar mal.
Quantas dessas pessoas passeavam de facto na espécie de jardinzeco que lá havia? Quando caminhavam diariamente pelos passeios reparavam nos Aliados? Depois da intervenção eu vi lá avós que iam com os netos no dia de calor ver o espelho de água. Vi senhoras e senhores sentados nas cadeiras em amena cavaqueira. Lembram-se dessas imagens nos últimos tempos antes da intervenção. Eu não...
Pois bem na minha opinião os ALiados estão mais monumentais do que nunca. Está uma bela praça. Despedida de rococós. Será que tem que existir sempre uma série de flores coloridas para um espaço ficar bonito?
Os aliados tornaram-se numa sala de estar da cidade, moderna, um local de apresentação para quem se distribui pelos imensos labirintos que a cidade esconde. Para quem sobre os Clérigos, para quem ainda vai até à Rua do Almada, para quem vem da Trindade, para quem vem da Ribeira...
Para quem como eu já muito calcorreaou aquela malfadada calçada portuguesa e muitas vezes escorregou nas bisgas esverdeadas (estes dias de chuva são mm uma grande prova ao novo pavimento), agora, pelo menos já não se escorrega... é disso que sentem falta?
Só hoje descobri o teu blog e amei!!!!!!!!!!!!
Como estudei no Porto e deixei a cidade à pouco tempo (quando me formei), conheço todos esses sitios, todas essas "caras"... E conheço não de passar, mas de passar e de viver! O Porto foi a minha casa durante 5 anos, deixei-o, mas permanecerá para sempre no meu coração!!! Sempre que deixo VNG e passo a ponte para o Porto... sinto-me feliz e um sorriso estampa-se na minha cara(E quem conhece, percebe o que eu digo!!!)
Continua o bom trabalho!
as imagens do link dizem tudo...poderia ser um jardim caótico, mas tinha a sua fauna...mas somos todos uns velhos do Restelo...é o que é!
agora ficamos á espera do bairro da Bouça, ok?
Olá!
Descobri este site por mero acaso e fiquei maravilhada! Infelizmente não consegui ter tempo para o ler de uma ponta á outra, mas vontade não me falta! Estou a tentar ir para o porto estudar e sou completamente maravilhada por esta lindissima e envolvente cidade!
Não só a cidade, mas as próprias pessoas...k maravilha!
Não sei se as fotos são suas, mas são de uma definição espectacular e de um bom gosto fenomenal!
Continuação de bom trabalho e continuação de uma bela cidade!
Cumprimentos,
Catarina Gonçalves
Andreia, julgo que a questão aqui não são rococós, é óbvio que a praça como estava pedia uma intervenção mais moderna. Mas a mim ensinam-me na faculdade que consciencia ambiental, ecologica, paisagista, tem mais importância do que reduzir tudo a uma construção rigida. E pessoalmente nunca me precisaram de dizer que os espaços verdes têm grande importância na cidade por inúmeras razões. Da Liberdade aos Aliados não existe extensão comparável à maior parte das praças da Europa. Aliás, e isto só por curiosidade, a avenida dos Aliados é a avenida menos "avenida" do Mundo uma vez que esse termo se guarda para ruas largas e extensas, mas graças a uma disputa entre a Ordem da Trindade e a Camara Municipal esta acabou por se plantar ali só para despeitar a Ordem tirando-lhe a anterior vista para o rio. Ainda assim por mais que seja uma praça e avenida humilde em área continuo a achar que mais espaço verde dinamizava e vitalizava com mais eficácia sem ter necessariamente de esconder os belos exemplos de arquitectura que ali se encontram.
manueladlramos,
quase que esperava o seu comentário e até compreendo que a Manuela se abespinhe de cada vez que toco nos Aliados. Sei que para si é uma questão epidérmica. Reconheço também o empenho com que se envolveu na contestação à remodelação da Avenida. Luta sua, e doutros também, que, acredite, eu respeito.
Pela minha parte perdi, ao longo do tempo, todas as questões em que me envolvi por causas públicas, devia a Manuela, então, ser ainda uma menina. Para não ir mais longe, digamos que fiquei vacinado, o que não me tem impedido de consultar regularmente o Aliados e, a partir dele e da imprensa que também leio, saber «que o caso está entregue à justiça». Para mim, no entanto, repito, é um caso encerrado.
Quanto aos comentários displicentes que o blogue suscita ? e que a Manuela já referiu uma vez com ironia - gostaria de lembrar que A Cidade Surpreendente não é militante de causa nenhuma. É um blogue de imagens, aberto, onde todos os comentários são bem vindos, e que aqui faço apenas aquilo de gosto, fotografar.
Saudações
Merdinhas,
quando na casa do ferreiro o espeto é de pau, os santos da porta, surpreendentemente, fazem milagres. Conheço a Senhora do Ó desde pequenino ;)
Caros surpreendidos. Fico espantado com alguns comentários que continuam a lutar por uma memória, por canteiros verdes sem escala para serem fruidos. A avenida dos aliados conjuntamente com as duas praças que a limitavam constituiam um espaço disforme sem grande coerência, uma manta de retalhos, resultado de um processo de alterações, operadas ao longo dos tempos sempre incompletas, mediocres, nem o plano de Barry Parker(primeiro autor do plano para os aliados) foi concluido.
Temos que entender o espaço de uma forma global, a arborização efectuada irá sombrear e proporcionar um ambiente mais fresco e agradável do que os canteiros de relva e flores que existiam. Uma praça é uma praça um jardim é um jardim.
Olá eu não sou do Porto mas interesso-me por tudo o que seja cidades em geral...
A minha opinião sobre a nova Avenida dos ALiados é genericamente positiva, mas com algumas observações. claramente ganhou-se espaço e a noção de praça, sitio simbolico que anteriormente não havia. Como algúem anterior a mim disse e bem a antiga Avenida dos Aliados não passava de uma manta de retalhos, no geral todo o desenho e uniformização da praça está bastante conseguida. Também realça os edificios que se encontram á volta.
Agora a parte negativa ou se quiserem menos positiva.Parece que tem poucos bancos ou é impressão minha? as cadeiras "artisticas" que lá puseram pareceme que são insuficientes..
as arvores crescerão e concerteza darão outro colorido á avenida.
não me importava porém de transladar alguns canteiros para ver como ficava e a adesão do público a tal acto
Cumprimentos
Parabéns ao Carlos pela qualidade que a sua arte acrescenta à realidade...
Obrigado à Manuela por não desistir de lutar.
Mas sabe Manuela, o quanto me entristece ler estes comentários de pessoas, ainda para mais, pessoas claramente bem formadas e bem informadas, mas que, ainda assim continuam sen ver, sem entender nem sequer intuir o fundamental :-(
Eu não gosto da "nova" avenida, mas esse não é, nem nunca foi, a questão.
A questão é que A AVENIDA É MINHA !!!!!!
É tanto minha,como da Manuela, do Carlos, e de todas as Manuelas e Carlos e Antónios que nasceram e vivem nesta cidade e de todos os Antónios, Manuelas, Carlos e outros que podem nem sequer ter nascido ou vivido na cidade ou sequer ter cá posto os pés.
O que não é, seguramente, é dum ditadorzeco de merda chamado RUI RIO (desculpem a linguagem mas é o que esse senhor é) por maior que tivesse sido (e nem foi) a maioria que o elejeu para ADMINISTRADOR deste NOSSO CONDOMÍNIO.
Das suas competência não faz parte, nunca fez, nem nunca (enquanto se achar que este é um estado de direito) irá fazer, decidir a seu bel prazer, ao arrepio da legislação e de todos os regulamentos, o que fazer do que é NOSSO, e não apenas dele.
IRRA
Será que é assim tão difícil de entender?
Desculpem a irritação mas tanta "passividade", tanta falta de cidadania, tanta falta de RESPEITO PRÓPRIO, irrita, irrita mesmo.
António Moreira
Gostava mais do visual antigo, era mais intimista.
Um abraço. Augusto
Caro Carlos Romão
O meu "abespinhanço" tenta pelo menos ser racional pois faço um esforço por responder pedagogicamente, argumentando, explicando;
repare também que refiro a displicência (ou NÂO)dos comentadores;
quanto ao caso estar encerrado para si... desculpe mas permita-me perguntar: "em que sentido"? Alguma vez esteve aberto a não ser do modo como o exprime aqui? E como continua a fazê-lo, não se pode considerar que esteja proriamente encerrado (pois não?)já que continua a publicar imagens e a dar-se ao trabalho de responder a comentários (aproveito para lhe dizer que não entro em diálogo com mais ninguém aqui a não ser o Carlos- já me bastou um ano de Aliados...!)
Só mais uma observação acerca da sua afirmação :«Pela minha parte perdi, ao longo do tempo, todas as questões em que me envolvi por causas públicas, devia a Manuela, então, ser ainda uma menina. Para não ir mais longe, digamos que fiquei vacinado...»
Uma "aposta" acerca de eu ser uma menina quando o Carlos já por aqui andava a batalhar... olhe que é bem provável (quase certo)ser o contrário. E sabe, ao longo das décadas (!)fui também ficando vacinada... só que, surpreendentemente,foi contra a indiferença.
Todavia não sou ingénua, nem espero ganhar todas as causas em que "batalho". Esta dos Aliados foi uma que se perdeu (provavel/ devido também a todos/as que já estão vacinados...)e pouco espero dos resultados das averiguações da justiça.
Abraço amigo
Não sou como o «velho do Restelo» mas a verdade é que a Praça está gelada...se ao menos tivesse ficado a calçada...
E aquelas cadeirinhas tão confortáveis que ali puseram?? O povo, o castiço, o portuense desapareceu dali. De que vale uma cidade vazia de gente?
De facto acho que a baixa está muito mais arrumada e fluida como muita gente já o disse aqui, apesar de ter poucos lugares onde se sentar e muito pouco em termos de sombras. Mas apesar de Siza vieira ser um bom arquitecto também comete os seus erros, basta ver os exemplos do miradouro do castelo do queijo, que após a sua inauguração ficou ao abandono, tendo agora algumas obras que nunca mais acabam. O passeio de Leça da Palmeira que não passa de uma estrada pavimentada de alcatrão com uns quantos blocos de granico a fazer de bancos....mas mesmo ali ao lado está a piscina de Leça de Palmeira que está bastante melhor ;)
Continuação de bom trabalho :)
A alma, onde está a alma? Não se trata de boa ou má obra, boa ou má arquitectura. A alma é que pinta os lugares.
O Porto tem agora uma verdadeira alame(r)da ...
Depois dessas fotos... vou ao Porto, está decidido!!! Parabéns!
Era linda e continua linda!
Cara Manuela Ramos
A avaliar a pela sua participação no Dias com Árvores, que acompanho desde o início, o que me aproxima de si tem sido mais forte do que aquilo que me afasta. Não posso, contudo, deixar de lhe dizer que a Manuela, ao disparar a torto e a direito, no caso dos Aliados, se tem revelado intolerante para com opiniões diferentes das suas.
Eu teria preferido outra solução para a remodelação dos Aliados - não necessariamente condizente com a que defendeu - no entanto, viverei bem com a que foi adoptada. E não abdicarei de a usufruir, de a fotografar e de divulgar aqui as imagens, desde que isso me dê prazer.
Com estima
Carlos Romão
Estimado Carlos Romão não se "abespinhe" nem me interprete mal.
No caso dos Aliados revelei-me "intolerante com opiniões diferentes das minhas", e tenho "disparado a torto e a direito"?
Se se sentiu atingido, por favor desculpe-me: nunca tive a mínima intenção de o ofender com os meus comentários nem menosprezar o seu talento.
Fala de uma solução de remodelação que terei defendido. Qual? Eu não defendi nenhuma. Não foi dada alternativa nenhuma!
O que o Carlos parece não entender, é que a minha (e não apenas) maior discordância foi e é acerca do modo autocrático como tudo se processou; o que me desespera e indigna é ouvir dizer à boca cheia que houve discussão, debate público, quando essa possibilidade foi negada à cidade e isso logo à partida ; de se afirmar que houve diálogo quando nem sequer se dignaram responder às cartas endereçadas, aos pedidos de audiência, aos milhares de assinaturas reunidas; quando foi recusada consulta de documentos , quando ao contrário do que clamavam se incorreu repetidamente em ilegalidades , etc..
Está a entender? É principalmente esta falta de lisura, de honestidade, este desrespeito pelos valores da democracia que mais ofendem e que nunca deixarei de apregoar.
Não sei em que é que isso o atinge, nem percebo porque acha que estou a disparar "a torto e a direito"! Olhe que não: os alvos estão bem definidos e não são as opiniões avulsas ou os gostos individuais. Tenho bem mais que fazer!
É por isso que, francamente, a sua última frase- «E não abdicarei de a usufruir, de a fotografar e de divulgar aqui as imagens, desde que isso me dê prazer.» me deixa desgostosa! Terá pensado que os meus comentários pretendiam exercer alguma espécie de censura ou crítica ao que aqui publica?
Lamento que os tenha interpretado desse modo e apenas me dou de novo ao trabalho de aqui lhe responder por, como o diz, aquilo que eventualmente nos aproxima ser mais forte do que o que nos afasta.
Manuela
Contra a corrente, eu não desgosto dos novos Aliados. Melhor, eu não acho que os antigos fossem melhores. A nova Avenida dos Aliados precisa é de ganhar vida. Encham aquela placa central de esplanadas e vão ver como toda a gente via adorar os Novos Aleados.
É evidente que preciso de ver com os meus próprios olhos, mas assim à primeira vista fotográfica estou arrepiada com a esta visão fantas-light, ou seja, uma aberração tipo fantasmas sem alma, ou lençóis desalmados!? Já estou como o comentador anterior, encham a avenida de pessoas, ao menos...
Carlos
Não lhe bastava o (enorme) mérito das fotos, ganha ainda, neste blog, o da discussão, causa maior entre os seres humanos. Eu gosto "destes" Aliados e reclamo o direito de gostar, embora considere que nem tudo é perfeito (afinal, a perfeição é uma chatice). Quanto ao cinzento, ao granito frio... cabe a nós, os que usufruem desta cidade, dar-lhe calor, com a ajuda dos que mandam e que, desde o início, deveriam ter criado condições para esplanadas, concertos, activiades culturais, desportivas, até. Levantemos a polémica por este lado e a cidade é capaz de ficar a ganhar
Nunca senti os velhos Aliados, que as minhas pernas sejam livres para seguir a vontade do meu olhar, se o mesmo não me agradar que deva eu seguir e continuar na procura de um espaço que me deleite e dormitar...
Não sinto os velhos Aliados, e não preciso que velho sou eu no sentir, que tanto me alimenta como esses velhos Aliados que como disse não conheço...
é assim: venho aqui em silêncio, há muitos meses, mas hoje tenho que dizer que existem pessoas dotadas para falar e fazer amar as suas cidades. Parabéns
Obrigada pela fotografia da Câmara, do relógio onde aprendi as horas- e desculpem-me, eu quando o vejo, seja lá perto, ou em fotografias, não resisto a dizer "olha o meu relógio"- e já agora, se puder, para a próxima, 1 foto da Igreja da Trindade.
Devo confessar que cada vez gostomais. Quando vi aqui as fotos pela primeira vez fiquei primeiro bastante revoltada, mas depois de lá ter estado e também de ver agora estas, devo dizer que cada vez me parece melhor. A praça, que era dantes um aglomerado um pouco sem nexo, ficou praça, ganhou uma identidade comum, espaço para por exemplo se ver os edifícios do outro lado, etc.
Eu votava uns banquinhos, mas não no meio, antes nas ruas laterais, mas de resto, apoio.
cadê as pessoas?
mal-me-quer... bem-me-quer... tudo... pouco... nada...
As suas fotos dos Aliados são limpas, luminosas, perfeitas. As que tirei no sábado são escorregadias e lúgubres? Porquê?
Porque, em contraponto à Av dos Aliados, cinzenta ou não, o que faz falta ao Porto e a Lisboa é gente feliz, desejosa de espaços livres, de arte e de convívio, como em Helsínquia, Copenhaga e Luxemburgo. Nestas cidades ocorre todo o tipo de manifestações de rua, que é usada descontraidamente, abusando-se dos pés e das bicicletas. Dir-se-ia, até, que aí vivem povos tão ou mais latinos do que os espanhóis.
Mas, para encher praças em Portugal, de dia e com alegria, só insistindo nos êxitos do futebol.
Ora, para isso, chega a árida e desolada vastidão dos novos Aliados.
Eu gosto muito mais dos novos Aliados. Está mais presente a noção de espaço e de praça central de uma cidade que se quer Grande!
Ana Rita
Diga-se: "Ninguém está bem com a vida que tem" !
Paris - Les Halles - por onde passei vão uns anos largos, sofreu, sofre da mesma contestação o que me faz lembrar a história "O Rapaz o Velho e o Burro" .
Veja-se:
/...
Les Halles : Un coeur Vert pour Paris
TRIBUNE PARUE DANS LE JOURNAL MUNICIPAL A PARIS, SEPTEMBRE-OCTOBRE 2004
Les Halles ont besoin d?une rénovation : jardin mal ordonnancé, équipements publics peu accessibles, liaisons entre le Forum et la surface mal conçues, réseau de transport au potentiel sous-exploité, surconsommation énergétique ...
Quatre projets ont été retenus, aucun réellement acceptable en l?état. Les candidats ont pu cet été compléter leurs propositions avant que la Ville n?opère un choix. Le nouveau quartier ne doit pas seulement être plus beau, il doit être surtout plus utile aux parisiens. Pour élaborer un projet novateur, des priorités claires doivent être dégagées :
- un impact minimal du chantier sur la vie des riverains et des usagers : l?organisation des travaux doit permettre de conserver les usages publics du jardin, du conservatoire, etc.
/...
ver em: http://conseildeparis.lesverts.fr/article.php3?id_article=226
Respeito a opinião dos que não gostam, eu próprio tenho dúvidas; mas há os que fazem e os que ...
Imagens fascinantes...O Porto merece serr visto assim.
Cumps
Porto tristíssimo!
Só quem não sente, nem é do Porto é que pode achar esta tristeza "fascinante"!
A Silva
Detesto canteiros. Não servem absolutamente para nada. Ou melhor servem para os cães irem fazer os seus cocós.
Agora se me vierem falar de jardins, isso é outra coisa. Pode ser utilizado pelas pessoas, ao contrario dos canteiros que só servem para estorvar e ocupar o espaço que pode servir para dar qualidade a quem passa na avenida.
Aquilo está demasiado cinzento é verdade e pior vai ficar quando o granito começar a ganhar lixo e foligem preta, a não ser que lavem aquilo frequentemente.
Depois, aquele espelho de água não serve absolutamente para nada, excepto para criar mosquitos tropeteiros.
Mas mesmo assim, acho que está melhor agora do que dantes. Quem não se lembra dos escorreganços que mandávamos na calceta de calcário e basalto nos dias de chuva? E dos canteiros que só as pombas usavam?
Ai as flores e tal. Sim flores são bonitas mas podem ser aplicadas de outra forma. Não existe a necessidade dos canteiros obsoletos.
Cumprimentos,
Jukinha Má-Onda.
Excelentes fotografias? espantoso como se sente tal serenidade neste espaço com ?agitado? da nossa cidade!
JAC
Tecnologias de Informação e Comunicações
http://o-meu-computador.blogspot.com/
fria, cinza e pedra... mmmm não sei se me vou habituar
Amanhã já é outra 4ª feira.
O que está a acontecer?
Já te mandei um email, gostaria de saber novas.
Abraço, th
Bem, eu proprio fiquei boquiaberto com as tentativas de modificarem os Aliados.
No entanto depois de concluidas as obras, posso dizer que até esta giro, tirando o raio do lago e as cadeiras/mesas presas ao chão por cadeados...
A baixa esta limpa e de cara lavada, sem pombos cagoes, e canteiros poeirentos. E não obstante ganhamos uma avenida que funde o passado com o presente, colocando os seus predios com fachadas belas e rusticas a vista para serem admiradas.
Parabéns Invicta, e já agora parabéns ao autor do Blog.
Durante décadas vimos a Avenida com jardins, agora é só granito. Não gosto...
Posso, no entanto, contrariar o autor do comentário anterior: os pombos continuam lá. A poeira não pára nos canteiros, pára em todo o lado! Só que não se vê. É como varrer o lixo para debaixo do tapete. Os jardins não tapavam a vista das fachadas (algumas bem degradadas) dos prédios, o que as tapa são as árvores. Passado e presente fundidos? Não, meu amigo. só faltou retirarem as estátuas da Avenida. Agora a principal artéria da nossa cidade é uma ode à estupidez (enfie o barrete quem quiser).
Olho, olho, olho... e quanto mais olho menos gosto!
Devo dizer, apesar de tudo, que racionalmente, quer dizer, sem restrições impostas pelo coração, abrir o mais possível o espaço da praça é a conclusão arquitectónica a que se chega. Algo parecido com o que está, portanto. Por uma vez o arquictecto, nota-se, pensou antes de fazer.
Como diz alguém num comentário anterior: "fotografado por si nem parece tão mal" - porque a verdade é que não está mal.
Tudo indica que não é o que a maioria das pessoas queriam: dispostas a sacrificar luz, espaço, sensações, o que fosse, para manter as árvores já amigas, as pedras familiares, o tom característico...
Deixem-me lembrar que o erro principal foi a incompreensível decisão de fazer ali uma estação de metro - havendo a Trindade e S. Bento, não há, não pode ter havido nenhuma justificação racional para tal empreitada. Mafiosices, foi o que foi.
mais cinza que o granito, sao estes comentários de quem só procura o negativo!
Hoje vim visitar-te...se calhar é a volta aos blogs! Realmente tens umas imagens fantásticas da nossa cidade. Não sei se, colocares algumas destas a preto/branco levam as pessoas a repensar ainda mais o quanto de mau trato deram agora à baixa com os novos conceptualismos arquitectónicos a tentarem limpar da memória aquilo que realmente era "bonito"!
"Consciência ambiental, ecológica, e paisagista" (como disse a mariana, uns posts atrás)é cuidar das nossas florestas, limpara a mata, ter espaços verdes limpos e tratados dentro e fora das cidades! não é meia dúzia de grandes canteiros de flores ao abandono de todos, para onde se deita o maço de tabaco enquanto se espera pelo autocarro.. (é para isso que os portuenses utilizam os canteiros, como caixote do lixo). Os portugueses não sabem o que são jardins, nem o que são espaços verdes. São de certeza coisas que não existiam nos aliados. Jardins ou espaços verdes são locais onde as pessoas desfrutam do verde, andam sobre a relva e podem interajir com a natureza. O que existia nos antigos Aliados eram canteiros grandes com flores! Não sejam hipócritas porque ninguém alguma vez se passeou pelos tristes banquinhos vermelhos nem por entre os canteirinhos dos antigos Aliados! Os portugueses além de não saberem o que são jardins não sabem cuidar deles, quanto mais de canteiros mais ou menos floridos. As cidades são locais em que o espaço deve ser utilitário, e utilizável pelas pessoas. Estas devem poder desfrutar do espaço e habitá-lo. Não é decorar com uns velhinhos tristes, umas banquetas de rua, para dar milho aos pombos. As árvores da nova praça e o espaço que se respira naquele poço de arquitecturas são uma limpeza visual e funcional necessária. Porque o português gosta de mausoléus e de espaços decorativos e não de espaços verdes. Isto não é arquitectura conceptual, é arquitectura inteligente e só mesmo neste país é que chovem críticas quando se destroem os mausoléus do povo.
Enviar um comentário