A crónica de Carlos Abreu Amorim, a ler na íntegra, no Jornal de Notícias
"(...) O Porto significa autonomia, autogoverno dos assuntos que lhe são próprios, irrequietude perante os poderes externos. Estriba-se na memória milenar de uma cidade de comerciantes que se regia por leis e costumes locais, em que os nobres não podiam pernoitar e em que a pata suja da Inquisição nunca mandou. Muito ao contrário do resto do país.
(...)
Contudo, se as elites nacionais se assemelham a uma caricatura indigesta, as do Porto parecem ter-se sumido na decadência que tem assolado a cidade.
(...)
Rui Rio já engendra pretextos pífios para recusar um novo hospital de crianças - alguns, poucos, protestaram mas a maioria manteve-se num silêncio apático e bovino. Entretanto, o Governo teima em abalroar a região entre Aveiro e Caminha com portagens nas vias que tinha jurado nunca virem a ser pagas - em Junho, muitos reclamaram mas agora parece descido sobre as pessoas um véu pardacento de capitulação que leva a admitir que esta região seja discriminada já em Outubro enquanto o resto do país só pagará as Scut não se sabe bem quando.
A aquiescência subserviente face aos desmandos dos maus governos, sejam locais ou central, é um sinal distintivo que contrasta com o modo de ser que fez o Porto. Quando nada parece beliscar a modorra das elites e o comodismo de quase todos, constata-se que a ideia do Porto se está a tornar uma recordação de tempos que já lá vão."
20 setembro 2010
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4 comentários:
AMÉM!
Com todo o devido respeito, um rematado dislate.
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Contudo, se as elites nacionais se assemelham a uma caricatura indigesta, as do Porto parecem ter-se sumido na decadência que tem assolado a cidade.
Elites?! Quais élites? O País faliu!
O país faliu mas os banqueiros e os políticos estão ricos. E para ter opinião é preciso ter dinheiro? Ou ser respeitado publicamente? Quanto vale a opinião do especulador bolsista Joe Berardo com todos os jornalistazinhos pés- de-microfone prostrados diante dele? Vale zero! o homem nem falar sabe.
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