O palacete da rua António Cardoso em cujo jardim está, num canto recolhida, a Casa das Artes, foi residência de Joaquim Aires de Gouveia Allen (1890-1972). Membro de uma família britânica ligada ao negócio de vinhos, que se estabeleceu no Porto há dez gerações, Joaquim Allen era engenheiro de formação, foi cônsul da Grécia no Porto e era casado com a filha mais velha de Adriano Ramos Pinto. O seu bisavô foi o ilustre portuense João Allen (1781-1848), membro da Feitoria Inglesa e co-fundador da Associação Comercial , que instituiu o primeiro museu do Porto. Era neto de Alfredo Allen (1828-1907), paisagista, botânico e grande impulsionador do desenvolvimento da cidade, que recebeu das mãos de D. Luís I o título de Visconde de Vilar d'Allen.
A casa foi encomendada ao arquitecto Marques da Silva, numa zona da cidade onde, nos anos 20, proliferaram inúmeras residências de luxo pertencentes a famílias ilustres do Porto. Rodeada por um belo jardim, tem uma particularidade que surpreende quem a visita. A fachada nascente, trabalhada como o rosto da casa, com um pórtico colunado, não corresponde à entrada principal. Esta é feita através da fachada sul, que dá acesso a um átrio a partir do qual se articulam as divisões interiores. Talvez Joaquim Allen, que alterou o projecto inicial do arquitecto, tenha tomado esta decisão para usufruir de maior exposição solar.
A Casa Allen, que está a cargo da Direcção Regional de Cultura do Norte, foi classificada como Imóvel de Interesse Público em Outubro de 2012.
15 abril 2014
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12 comentários:
Excelentes fotografias, Carlos Romão !
( Podia ter acrescentado, à laia de curiosidade, que foi nesta casa onde se albergou inicialmente o Centro Português de Fotografia...).
Um abraço e Feliz Pácoa.
Obrigado, João Menéres.
Sobre o CPF, fica a sua nota, para quem ler os comentários.
Um abraço e boa Páscoa.
Estive lá no Outono e o lago tinha água onde se reflectia a fachada da casa. Falei nisso no meu blogue : Coresmovimento.blogspot.pt. Nessa altura não pude entrar na casa pois estava em obras.
Hoje voltei lá e o lago já está vazio o que dá um tom abandonado ao local. Uma pena, pois as árvores estavam lindas com a Primavera.
Será que vão encher de novo o lago?
Quando estive lá havia uma tenda montada no local do lago. Se não o encherem é lamentável, porque faz parte da envolvente da casa.
Não conhecia, quando desconheço da minha terra!
Excelente trabalho, com o qual me aproximaste, mediante fotografias magnificas, a uma extraordinaria realidade.
Um abrazo
Já está aberta de novo ao público, amigo Carlos ?
Joaquim Allen nã0 foi consul da Bélgica mas sim da Grécia, era meu avô e tinha que fazer esta correção. Tambem ui passear nos jardns este sabado passado e o lago estava seco é uma pena, pois perde-se o reflexo da casa nas suas aguas. Este lago chegou a gelar algumas vezes no Inverno.Adoravamos brincar à sua volta...
Sim, amigo Jorge, a casa está de novo aberta ao público.
Ana Isabel Allen Reinas, já corrigi. Obrigado pela sua nota.
Neste momento o jardim e o lago estão muito mal tratados, dando um aspecto de abandono muito negativo... é lamentável!
Pergunta: Foi o Engº. João Allen autor do projecto da Residencial Castelo de Santa Catarina na Rua de Santa Catarina no Porto?
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