09 novembro 2009
05 novembro 2009
Um poema de Minês Castanheira ...
... dito ontem por José Carlos Tinoco, acompanhado pelo improviso, ao piano, de Marco Figueiredo, no Labirintho.
Tenho uma cidade inteira
no livro de bolso.
Uma esquina de segredos que eram a meias
e se escaparam num rasgão,
naquele desencontro ou noutro. Tenho
uma cidade inteira no bolso e levo escondidas
no casaco noites como aquela - em que à conta de
atravessarmos as árvores e arrancarmos raízes,
trocámos os cheiros da terra por histórias
que não precisam de chão. Passámos a ter janelas
para dentro
no lugar dos botões.
Tenho uma cidade de costuras
pouco urbanas,
de buracos remendados com má caligrafia. Tenho
vírgulas gastas, travessões que ninguém quer
a pontuar os encontros nas ruas, quando
destas ruas ainda se faziam margens
para nos esperarmos uns aos outros.
Tenho uma aldeia que se ergue à altura dos olhos
e contorna rotundas com alfinetes de betão.
Tenho uma cidade no bolso.
De contrabando.
Para saber mais sobre a autora consulte o Blogue Literário do Porto
Tenho uma cidade inteira
no livro de bolso.
Uma esquina de segredos que eram a meias
e se escaparam num rasgão,
naquele desencontro ou noutro. Tenho
uma cidade inteira no bolso e levo escondidas
no casaco noites como aquela - em que à conta de
atravessarmos as árvores e arrancarmos raízes,
trocámos os cheiros da terra por histórias
que não precisam de chão. Passámos a ter janelas
para dentro
no lugar dos botões.
Tenho uma cidade de costuras
pouco urbanas,
de buracos remendados com má caligrafia. Tenho
vírgulas gastas, travessões que ninguém quer
a pontuar os encontros nas ruas, quando
destas ruas ainda se faziam margens
para nos esperarmos uns aos outros.
Tenho uma aldeia que se ergue à altura dos olhos
e contorna rotundas com alfinetes de betão.
Tenho uma cidade no bolso.
De contrabando.
Para saber mais sobre a autora consulte o Blogue Literário do Porto
26 outubro 2009
25 outubro 2009
24 outubro 2009
Porto
Porto
Portu
gal de cinza e pedra, crista
de rio e mar. Canto (de pe
dra, ainda) escuro (escura).
garra de
semânticas asas. Porto
e navio de âncoras
erguidas,
soterradas.
Porto 2
Coração que do rio
o sangue e a música retira.
gaivota de pedra,
navio
e lira.
Albano Martins
19 outubro 2009
17 outubro 2009
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