
Qual seria o motivo de tanta atenção, imaginem lá... não era o fotógrafo que estava do lado oposto, divertido com o que observava. Era a Igreja de Santo Ildefonso.





O Movimento pró-Partido do Norte (MPN) é hoje notícia no jornal madrileno El País. Paradoxalmente é de Espanha, da cidade mais centralista da península, que surge a primeira grande notícia sobre o MPN, fundado a 29 de Maio passado no Clube Literário do Porto. Os jornais de Lisboa, que gostam de ser encarados como nacionais, têm ignorado o MPN. As excepções vão para o I e para o Público. As televisões têm tido o mesmo comportamento, ao contrário do Porto Canal e do Regiões TV, onde o movimento tem sido notícia.
«Agora vinde cá, que vos quero dizer uma coisa. Como sabem, o grande cronista desta terra foi Camilo Castelo Branco, esse diabo, que não é tão feio como o pintam. Mas depois de Camilo vieram outros: o Ramalho, que era um homem de respeito, o Raul Brandão, que tinha um olho muito fino para os pescadores da Foz e para aquele mar, e já nos nossos dias, a Agustina, que fala do Porto ora com azeda melancolia ora com incomparável sedução. Mas a cidade tem outro cronista admirável, em que se não repara tanto por não se servir de palavras. É de Júlio Resende que estamos a falar. Agustina e Resende são em rigor contemporâneos, mas o olhar inquisitoriamente poético de ambos contempla realidades muito diferentes. O mundo que despertou o interesse da romancista é o da burguesia decadente, o da aristocracia rural, com algumas incursões às esferas da finança e da política; ou seja, um mundo pelo qual a pintura de Resende tem um soberano desprezo.»



