25 fevereiro 2005

A cidade às escuras

Fui forçado a interromper temporariamente a actualização regular deste blogue, até conseguir resolver um problema surgido com o alojamento das imagens.
A todos aqueles que por aqui têm passado, o meu obrigado e... até breve.

24 fevereiro 2005

A Igreja da Misericórdia



Fachada da Igreja da Misericórdia: apesar da decoração luxuriante, a frontaria da igreja actual corresponde ao mais simples de vários estudos apresentados pelo arquitecto Nicolau Nasoni, no século XVIII.

Há quarenta anos, Santana Dionísio descrevia assim a igreja anterior:

«A igreja primitiva foi construída na segunda metade do século XVI (1555-90), quando a Misericórdia se transferiu da Sé para esta rua, [a Rua das Flores] aberta uns vinte anos antes, por ordem de D. Manuel I a fim de facilitar o trânsito, dentro da cidade, entre a Porta Nova, junto ao rio e a Porta dos Carros, junto do convento das freiras beneditinas. A igreja então construída era bastante diferente da actual. A fachada era recuada uns vinte palmos em relação ao alinhamento da rua e tinha na frente, a toda a largura da fachada, um pátio. (...) Do lado norte, contíguo à igreja, existia um terreno (17x28m) e na frente deste, fazendo face para a rua, estava a Casa do Despacho. Do pendor rochoso, contíguo ao terreiro, jorrava uma abundante nascente: - "...uma fonte muito fermosa que deitava muita água em demasia". (ainda hoje um prédio dessa rua recebe essa água; é o que tem os números 44-48)».



O interior: um lugar tranquilo propício à meditação e ao recolhimento.

23 fevereiro 2005

Um Alfarrabista na Rua das Flores



A livraria Chaminé da Mota, detentora de «algumas obras classificadas como raridade, para além de numerosos manuscritos de escritores portugueses consagrados».



Um pormenor interessante: entre curiosidades bibliográficas antigas está um mocho, símbolo da sabedoria pela capacidade de perscrutar na escuridão.

Fica aqui o convite para amanhã virarmos as costas a esta vitrina, elevarmos o olhar para a fachada da Igreja da Misericórdia, atravessarmos a estreita rua - mandada abrir por D. Manuel I no início do século XVI - e entrarmos no templo.

21 fevereiro 2005

Bonfim



A altaneira Igreja do Bonfim , aberta ao culto em 1894.

18 fevereiro 2005

Massarelos Alcantilada



Um pormenor da cidade enraizada no desfiladeiro cavado pelo Douro, visto dos jardins do Palácio de Cristal.

A igreja voltada de costas para o rio pertence à Confraria das Almas do Corpo Santo de Massarelos. Fundada em 1394, esta irmandade «possuía grande importância no Porto, desempenhando funções bancárias, comerciais e outras, tendo navios que defendiam a costa quando apareciam piratas argelinos. Em 1741, a esquadrilha da Confraria compunha-se de cinco barcos: "São João da Foz", "Santo António de Lisboa", "São Pedro e São Félix", "Nossa Senhora da Conceição" e "Almas"».

A linha de carros eléctricos da Rua da Restauração, que sobreviveu à decisão de desmantelamento deste tipo de veículos na cidade, está ligada à história da viação pública portuense. Por ali passaram, a partir de 1873, os carros da primeira concessionária de transporte de passageiros e mercadorias, a Companhia Carril Americano do Porto à Foz.

Massarelos, que foi terra de mareantes e, mais tarde, um activo centro fabril e metalúrgico, é hoje parte incontornável da animada noite portuense.