Tanto quanto me apercebi, pela leitura dos comentários, das fotografias publicadas nas entradas abaixo, a mais apreciada foi a do Farolim de Felgueiras. Talvez porque, como comentou
Funes , «Não há no Porto portuense nenhum que não saiba que nesta foto está a nossa essência de portuenses. De portugueses», referindo-se, quanto a mim, ao local, que está na retina de todos os portuenses, à neblina do litoral nortenho e à nossa condição de país atlântico.
A segunda foto não se sustentaria sozinha por falta de rigor técnico - por isso está no meio - mas foi assim que eu a quis, mar e céu apenas, vistos de frente, olhos nos olhos como quem conversa, a condizer com o poema. Está lá também aquele desfalecimento da luz, que
Florbela Espanca designa como delíquio, termo que eu desconhecia.
A terceira foto é a minha preferida. Nela consigo ver «o céu pesado e nevoento», ouvir «a trágica voz rouca» do mar e sentir o vento «a passar como o voo de um pensamento», como refere
o poeta. Há também ali algo de inefável que me remete para a pintura naturalista da segunda metade do século XIX.
Pretensiosismo da minha parte? Não, é apenas o gosto profundo pelas imagens.
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Sem tempo e com a motivação esmorecida,
A Cidade Surpreendente esteve suspensa durante nove dias. Para que haja alguma regularidade nas actualizações do blogue, elas surgirão apenas uma vez por semana, às Quartas-Feiras.
Palavra de blogger!