06 julho 2010

O Movimento pró-Partido do Norte no El País

O Movimento pró-Partido do Norte (MPN) é hoje notícia no jornal madrileno El País. Paradoxalmente é de Espanha, da cidade mais centralista da península, que surge a primeira grande notícia sobre o MPN, fundado a 29 de Maio passado no Clube Literário do Porto. Os jornais de Lisboa, que gostam de ser encarados como nacionais, têm ignorado o MPN. As excepções vão para o I e para o Público. As televisões têm tido o mesmo comportamento, ao contrário do Porto Canal e do Regiões TV, onde o movimento tem sido notícia.
Apesar deste panorama, PS e PSD, os dois partidos políticos que governam Portugal numa dança de cadeiras que dura há 35 anos, concertaram-se, acusando o incómodo provocado pelo surgir de uma nova força política que poderá tirar-lhes votos, logo diminuir-lhes o poder. Veja-se como Rui Rio, um eterno centralista à espera de uma brecha para ingressar num governo de Lisboa, ergueu a voz há dias a propósito das portagens nas SCUT, para segurar o eleitorado e não perder o comboio do descontentamento, que está em marcha.

O Movimento pró-Partido do Norte tem como primeiro objectivo a Regionalização, como meio de combater o empobrecimento e a desertificação do território, resultantes das políticas de concentração dos recursos nacionais na região de Lisboa. É composto por gente dos mais variados quadrantes políticos, eleitores da esquerda à direita, preocupados com a decadência daquela que, apesar de tudo, ainda é a principal região exportadora do país. Defende a regionalização a custo zero – através do aproveitamento das actuais estruturas das comissões de coordenação regionais, da eliminação dos cargos dos governadores civis e da reorganização administrativa do território, entre outros. O MPN não tem quaisquer propósitos separatistas, pelo contrário sustenta que Portugal não se levantará enquanto o Norte for encarado pelo poder centralista como uma parte exterior ao todo nacional.

A notícia no El País: www.elpais.com

14 comentários:

Anónimo disse...

Sou do Porto vai para 62 anos e acho ridículo um partido do norte. A Cidade do Porto continua a ser "parola" e a querer competir com Lisboa e com o Sul. Provincialismo, é o que é. Dá vontade de dizer a estes "letrados" "cresçam e apareçam" mas não sejam ridículos nem envergonhem os Portuenses que não têm "Lobbies" a defender mas sómente a sua dignidade.

António Coutinho disse...

O comentário acima saiu sem o meu nome. Por essa razão, identifico-me: António Coutinho, nascido em Miragaia em l948.

Anónimo disse...

NÃO SABIA NADA SOBRE O TEMA.
Acho que têm toda a razão.

António M. Fonseca Jorge disse...

É interessante ser um jornal espanhol a informar-nos sobre a existência desse movimento. Obrigado à Cidade Surpreendente por trazer a notícia que é uma absoluta novidade para mim.

S�rgio disse...

Eu também sou do Porto, com metade do tempo por cá. Acho tudo menos parolo um movimento pró-regionalização. Não há crescimento sem investimento, e:

1. O país-que-não-Lisboa tem sido votado a um deserto de investimento nas últimas décadas e;

2. Para piorar, o investimento que de facto é feito, é decidido erradamente, sem visão estratégica e sem fazer de facto evoluir os factores de competitividade de cada região.

Uma regionalização bem feita ataca objectivamente estes dois problemas, trazendo orçamento e a decisão de onde aplicar o orçamento para próximo dos actores económicos que actuam em cada região. Não tem nada a ver com movimentos secessionistas ou com possíveis orgulhos feridos regionais. É uma saída eficaz e eficiente para uma falha grave de planeamento estratégico do Estado Português.

Cristina Santos disse...

O El país quase dá mais destaque à situação que os média nacional, os portugaleses estão muito entretidos a homenagear a politica de desertificação nacional, será difícil que disponham de tempo, para dedicar à eventual consideração ou meditação das situações que este movimento coloca, e nessas circunstâncias não há grande esperança que venham a ser ouvidos, é demasiado o esforço, que é exigido.

António Alves disse...

o senhor António Coutinho poderá, por favor, explicar-me onde é que está a "parolice" em querer competir?

Não é a competição - saudável, com regras e PRINCIPALMENTE com meios iguais à partida - o motor de todo o desenvolvimento e melhoramento das sociedades, empresas, organizações e também do ser humano?

Estes eternos complexados que desatam a apelidar de "parolo" qualquer um que ponha em causa as suas pequeninas certezas tiram-me do sério.

Anónimo disse...

É claro que a nova geração pensa tal e qual como a ideologia do Partido do Norte. Até mesmo pessoas de Lisboa pensam desta forma: A regionalização é uma das reformas essenciais para Portugal!

Temos 60% de abstenção para convencer!

C.C. disse...

Sou do norte por nascimento, e depois do Porto, primeiro a estudar e depois a trabalhar desde 1954.E sou portuguesa e gosto muito de outras regiões, nomeadamente de Lisboa onde passo muito do meu tempo;com amigos e com aquilo que o Porto não nos proporciona.Nada disto tem a ver com o desenvolvimento que desejo para a região do Norte; porque entendo que tem riquezas que são sistematicamente ignoradas, e quando o não são, são à revelia dos interesses locais. Nada disto tem a ver com "competição"; isto não é nenhum concurso; o País é só um. É preciso, é acordar. Será que ainda vou assistir a isso?

Antero disse...

O regime político está de rastos. Admira-me é como é que a abstenção não é de 100%, de costas totalmente voltadas para os pavões que na AR não representam ninguém, só as suas ambições pessoais e os negócios dos partidos, como o dos submarinos, dos tgv, dos aeroportos e agora o dos chips. Que venham novos partidos, do norte, do centro, do sul, que mudem isto de uma vez por todas.

M da Penha Verde disse...

Wake up and smell the coffee!
vivo na diaspora e noto como Lisboa continua a dominar tudo e todos como vem sendo ha seculos...No entanto como cidade tornou-se num pesadelo horrivel e comeco a contar as horas para de lah sair, mal ai chego...Ha gente a mais em Lisboa e arredores...
O regionalismo eh eficaz!
Nao ha que re-inventar a roda, pois os exemplos existem de sobra: as regioes em Espanha, na Alemanha o estado mais rico eh Baden Wurtemberg e nao Brandenburg-Berlin e nos EUA o mesmo...
Soh se conseguira desenvolver o Norte atraves de uma regionalizacao bem planeada e que primeiro consiga obter um equilibrio social e economico.
A capital do pais deveria mudar-se para Beja e assim aliviariam a congestionada Lisboa cheia de predios horriveis onde metade da populacao desse pais, mais conhecidos como funcionarios publicos na sua maioria ineficientes e malcriados mas que nao teem que dar contas a ninguem e como tal nao correm o risco de ser despedido pela sua "falta de competencia"!
O Porto e o Norte em geral nao necessitam de competir com ninguem, pois nao eh esse o objectivo da regionalizacao!Mas sim o de se progredir na regiao...Milao nao compete com Roma nem Amsterdam com Haia, mas protegem e criam riqueza nas suas regioes...Assim o bem estar podera chegar a todos...Basta de ser retrogados!

Anónimo disse...

Só hoje, quase um mês depois, li este post. Permito-me assim, tão tardiamente, informar que o Diário Económico do dia 5 de Junho escreveu 3 páginas sobre o assunto, com base numa entrevista conjunta a Pedro Baptista e João Anacoreta Correia, dois dos fundadores do movimento.
Obrigado
António Freitas de Sousa (jornalista do DE e autor da notíca)

Carlos Romão disse...

António Freitas de Sousa
O que escrevi partiu da minha observação e de uma pesquisa no Google Notícias, onde não encontrei a peça saída no DE, que refere. Fico-lhe grato pela informação.

Anónimo disse...

Pois é, Espanha está a tentar invadir-nos através da Galícia, já que esta se tenta aproximar de Portugal através do Minho e do Douro Litoral. Envergonha-nos a todos o facto de estes pseudo-movimentos poderem estar indirecta ou directamente a ser apoiados ou financiados por Espanha. É uma vergonha! Paulo Tavares, Vila do Conde