25 dezembro 2008
Um costume a abater
Celebrar o Natal com o abate de árvores é um costume que deveria ter sido erradicado dos nossos hábitos há muito tempo, por razões sobejamente conhecidas. Veja-se, em La Crónica Verde, a triste história da morte premeditada de um respeitável abeto, com 120 anos de vida e 33 metros de altura, para exibição efémera e natalícia na Praça de S. Pedro, no Vaticano.
23 dezembro 2008
08 dezembro 2008
Janelas do Tempo - III
Um instantâneo de Aurélio da Paz dos Reis em 31 de Janeiro
A figura central da fotografia abaixo - o homem inclinado, de cartola, casaca e luvas – serviu de símbolo na campanha de divulgação da exposição Manual do Cidadão Aurélio da Paz dos Reis, que esteve patente no Centro Português de Fotografia em Dezembro de 1998.
A mostra deu a conhecer ao grande público, creio que pela primeira vez, a figura ímpar desse portuense ilustre que, para além de ter sido o primeiro português a rodar a manivela de uma câmara de filmar em Portugal, foi também fotógrafo amador, revolucionário por idealismo e floricultor de profissão.
Se dos filmes que rodou poucos sobraram – foram queimados pelos filhos, que muito se devem ter divertido com a chama produzida pelos rolos de nitrato de celulose auto-inflamáveis – o seu espólio fotográfico, constituído por cerca de nove mil negativos e uns milhares de positivos, está hoje bem guardado no Centro Português de Fotografia.
Regressando à imagem, ao redor do cavalheiro da cartola com ar curioso há mais três personagens mirando a câmara fotográfica, aparelho que era uma novidade na época: um adolescente que figura com naturalidade envergando um chapéu palhinhas; um indivíduo que parece posar conscientemente para o retrato e uma figura feminina espreitando, protegida por uma sombrinha, que terá entrado no plano no último momento antes do disparo, completando o cunho instantâneo da imagem, uma das características das fotografias de Aurélio da Paz dos Reis (1862-1931), por oposição, por exemplo, aos enquadramentos cenográficos de Domingos Alvão (1872-1946).
A avaliar pelos trajes dos personagens, a fotografia deverá ter sido tirada entre o final do século XIX e os primeiros anos do século XX. Provavelmente retrata um acontecimento social que terá concentrado aquela pequena multidão no cimo da rua, que então tinha o nome de Santo António. Após o 5 de Outubro de 1910 a rua passou a chamar-se 31 de Janeiro, por ali ter ocorrido um dos episódios mais aflitivos da primeira tentativa de implantação da República, em 1891, acontecimento que teve a participação de Aurélio, o nosso fotógrafo.
A grande diferença entre as duas fotografias, separadas por cerca de cem anos, é a substituição das pessoas por veículos automóveis. De resto, o primeiro e o segundo edifício, do lado direiro das fotos, são os mesmos, assim como os do fundo, onde se mantêm uma empena vazia e uma clarabóia como pormenores assinaláveis; o terceiro edifício foi substituído por outro mais alto, construído em betão. Completando as alterações, a fachada da Igreja de Santo Ildefonso foi revestida, em 1932, por azulejos do prestigiado ceramista Jorge Colaço.
A figura central da fotografia abaixo - o homem inclinado, de cartola, casaca e luvas – serviu de símbolo na campanha de divulgação da exposição Manual do Cidadão Aurélio da Paz dos Reis, que esteve patente no Centro Português de Fotografia em Dezembro de 1998.
A mostra deu a conhecer ao grande público, creio que pela primeira vez, a figura ímpar desse portuense ilustre que, para além de ter sido o primeiro português a rodar a manivela de uma câmara de filmar em Portugal, foi também fotógrafo amador, revolucionário por idealismo e floricultor de profissão.
Se dos filmes que rodou poucos sobraram – foram queimados pelos filhos, que muito se devem ter divertido com a chama produzida pelos rolos de nitrato de celulose auto-inflamáveis – o seu espólio fotográfico, constituído por cerca de nove mil negativos e uns milhares de positivos, está hoje bem guardado no Centro Português de Fotografia.
Regressando à imagem, ao redor do cavalheiro da cartola com ar curioso há mais três personagens mirando a câmara fotográfica, aparelho que era uma novidade na época: um adolescente que figura com naturalidade envergando um chapéu palhinhas; um indivíduo que parece posar conscientemente para o retrato e uma figura feminina espreitando, protegida por uma sombrinha, que terá entrado no plano no último momento antes do disparo, completando o cunho instantâneo da imagem, uma das características das fotografias de Aurélio da Paz dos Reis (1862-1931), por oposição, por exemplo, aos enquadramentos cenográficos de Domingos Alvão (1872-1946).
A avaliar pelos trajes dos personagens, a fotografia deverá ter sido tirada entre o final do século XIX e os primeiros anos do século XX. Provavelmente retrata um acontecimento social que terá concentrado aquela pequena multidão no cimo da rua, que então tinha o nome de Santo António. Após o 5 de Outubro de 1910 a rua passou a chamar-se 31 de Janeiro, por ali ter ocorrido um dos episódios mais aflitivos da primeira tentativa de implantação da República, em 1891, acontecimento que teve a participação de Aurélio, o nosso fotógrafo.
A grande diferença entre as duas fotografias, separadas por cerca de cem anos, é a substituição das pessoas por veículos automóveis. De resto, o primeiro e o segundo edifício, do lado direiro das fotos, são os mesmos, assim como os do fundo, onde se mantêm uma empena vazia e uma clarabóia como pormenores assinaláveis; o terceiro edifício foi substituído por outro mais alto, construído em betão. Completando as alterações, a fachada da Igreja de Santo Ildefonso foi revestida, em 1932, por azulejos do prestigiado ceramista Jorge Colaço.
01 dezembro 2008
O céu sobre as Virtudes ...
... ou a moradia setecentista onde esteve instalado o Clube Inglês.
(parafraseando O Céu Sobre Lisboa)
27 novembro 2008
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