16 setembro 2012

Três imagens da manifestação «... Queremos as Nossas Vidas»

... seguidas de afirmações de dois cidadãos insuspeitos, proferidas fora deste contexto.

Nós estamos em democracia, todos os elementos para que isto funcione existem, se não funciona há uma responsabilidade pessoal do governo, do presidente da república, da classe política em geral, de todos nós. Nós próprios é que criamos as condições para que a classe política, a todos os níveis, não se sinta constantemente responsabilizada pelo nosso pedido de contas. Nós somos os eleitores, eles são os nossos representantes, não são os nossos chefes, não são os nossos senhores. Isso acabou há dois séculos.
Eduardo Lourenço, 22.03.2011

Os contribuintes estão a atingir um ponto de ruptura que não se coaduna com mais sacrifícios sob a forma de impostos. Há um limite, que é a fadiga tributária, e nós não podemos atingir esse ponto.
Adriano Moreira, 28.08.2012

01 agosto 2012

A ver

Porto, cidade de oportunidades


Porto, cidade de oportunidades é um filme com os ingredientes necessários para cumprir os objectivos a que se propõe: a promoção da cidade como destino turístico. A narrativa é dinâmica, tem juventude, um par de namorados e os ícones da cidade, das caves à Lello, da Casa da Música a Serralves; o centro histórico, o rio, as pontes e o mar, são-nos mostrados em excelentes enquadramentos. Apesar disto, falta algo que é habitual aparecer nestas narrativas: a azáfama e o colorido de um mercado tradicional, imagens que, sendo possíveis noutras cidades, se tornaram impraticáveis no Porto. Porquê? Porque os dois grandes mercados do Porto, que qualquer cidade europeia de grande dimensão não desdenharia, são hoje duas vergonhas municipais. O Bolhão, exemplo monumental da arquitectura neoclássica tardia, está transformado numa ruína; o Bom Sucesso, que data de meados do século XX e constitui um modelo da arquitectura moderna, está a ser destruído no que tinha de melhor. Na hiperbólica e luminosa nave interior estão a ser construídos um hotel, escritórios e um centro comercial. Apesar destes dois buracos negros, e de muitos outros de que não é oportuno falar agora, a Câmara do Porto teve uma excelente iniciativa com este filme promocional, produzido pela Tráfico Audiovisual.

31 julho 2012

O Douro internacional

O rio na região de Picote (acima) e a jusante da Barragem de Bemposta.

A jusante da barragem de Bemposta o rio Douro percorre o seu leito original por entre pequenas fragas, bosques ribeirinhos e praias arenosas. Este pequeno troço de cerca de dois quilómetros reconstitui a paisagem duriense que foi alterada há mais de trinta [cinquenta] anos, com a construção dos cinco grandes aproveitamentos hidroeléctricos do Douro internacional (Miranda do Douro [1960], Picote [1958], Bemposta [1964], [e as espanholas construídas no troço do rio reservado a Espanha] Aldeiadávila [1962] e Saucelhe [1956]).
Nesta ampla bacia hidrográfica as encostas assumem pendentes suaves e os penhascos são escassos, o que permitiu o desenvolvimento da actividade agrícola através do cultivo da vinha e do olival, donde se produzem vinho e azeite de excelente qualidade. A partir desta zona para sul o Douro assume novamente um vale mais encaixado por entre rudes e monumentais escarpas graníticas nas freguesias de Peredo de Bemposta, Ventozelo, Vilarinho dos Galegos e Bruçó.
(texto do ICNB)