24 março 2005
Estímulos
Desta vez, as referências estimulantes à Cidade Surpreendente vieram do Blasfémias, do Xanelcinco, do Casaco Amarelo em NY, do Berra-Boi, do Filhos do Pai e da Volúpia. O meu obrigado a todos.
21 março 2005
Impressões de literatas, viandantes e memorialistas # 2
«... o Porto ergue-se em anfiteatro sobre o esteiro do Douro e reclina-se no seu leito de granito. Guardador de três províncias e tendo nas mãos as chaves dos haveres delas, o seu aspecto é severo e altivo, como o de mordomo de casa abastada. Mas não o julgueis antes de o tratar familiarmente. Não façais caso de certo modo áspero e rude que lhe haveis de notar; trazei-o à prova, e achar-lhe-eis um coração bom, generoso e leal.»
Alexandre Herculano
Equinócio de Março
O Sol cruzou hoje o equador celestial rumo ao Norte, anunciando a Primavera, que compareceu chuvosa na cidade surpreendente.
18 março 2005
Impressões de literatas, viandantes e memorialistas # 1
«Lisboa é um mostruário colorido e barroco de uma parte aventureira do nosso sangue. É, sobretudo, simultaneamente, um cais de embarque e desembarque da pressa que percorre o mundo. Cidade de muitas e desvairadas gentes, já lhe chamava o outro. Ora o Porto lembra-me antes uma séria e pacata citânia lusitana, murada da nossa altivez de cavadores. - Se de resto Garrett pode nascer do calor do seu coração, se António Nobre pode morar em paz dentro das suas portas, e se mesmo numa das suas cadeias pode ser escrito o Amor de Perdição, que demónio é preciso mais para honrar os pergaminhos de alguém?»
Miguel Torga
17 março 2005
Eu queria uma torre como esta
Metamorfose
Para a minha alma eu queria uma torre como esta,
assim alta,
assim de névoa acompanhando o rio.
Estou tão longe da margem que as pessoas passam
e as luzes se reflectem na água.
E, contudo, a margem não pertence ao rio
nem o rio está em mim como a torre estaria
se eu a soubesse ter...
uma luz desce o rio
gente passa e não sabe
que eu quero uma torre tão alta que as aves não passem
as nuvens não passem
tão alta tão alta
que a solidão possa tornar-se humana.
Jorge de Sena
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Poesia I,
Torre dos Clérigos
Estímulos
Obrigado ao Quartzo Feldspato e Mica, ao Portuense e ao Hotel Sossego pelas estimulantes referências a este blogue. O meu agradecimento é extensivo ao Atrium e ao Indústrias Culturais que, a seu tempo, já tinham aludido à Cidade Surpreendente.
15 março 2005
O Rosto da Cidade
Harmonia 1 - o centro histórico.
Harmonia 2 - o Cabedelo e o Jardim do Passeio Alegre, onde o Douro se esvai no mar.
Caos - a Cantareira.
14 março 2005
Camões e a Menina
À direita, Camões no cunhal da Livraria Latina. Do outro lado da rua, na esquina de Santa Catarina com a 31 de Janeiro, a menina, da antiga ourivesaria Reis & Filhos, para quem o poeta olha. O que lhe dirá Camões?
Vós que, de olhos suaves e serenos,
Com justa causa a vida cativais,
E que os outros cuidados condenais
Por indevidos, baixos e pequenos;
Se ainda do Amor domésticos venenos
Nunca provastes, quero que saibais
Que é tanto mais o amor despois que amais,
Quanto são mais as causas de ser menos.
E não cuide ninguém que algum defeito,
Quando na cousa amada se apresenta,
Possa deminuir o amor perfeito;
Antes o dobra mais; e se atormenta,
Pouco e pouco o desculpa o brando peito;
Que Amor com seus contrairos se acrescenta.
Luís Vaz de Camões
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