19 outubro 2010

Um jipe, dos autênticos, nos Clérigos



Fiel como um cachorro, forte como uma mula e ágil como um cabrito. Foi com esta expressão que um jornalista definiu, um dia, o desempenho do jipe Willys durante a II Guerra Mundial. Começou a ser fabricado nos Estados Unidos em 1941 e em 1944 passou a integrar o exército português. Trinta anos depois, aquando do fim da guerra colonial, ainda havia inúmeros destes veículos, versáteis e resistentes, nas ex-colónias portuguesas. O que me surpreendeu, há dias, foi ver este exemplar do esplêndido Willys, que terá setenta anos, a descer, ágil como um cabrito, a Rua dos Clérigos.

16 outubro 2010

Paisagens do Douro - Nagoselo


Aqui, o Douro corre liberto dos apertos pedregosos do Cachão da Valeira. Estamos em Nagoselo, no miradouro da Senhora de Lurdes. Próximo do centro da imagem observamos a estação ferroviária do Tua e, ao fundo, antes da curva do grande rio, o vale estreito donde o Tua vem desaguar no Douro. Se fosse possível seguir o curso do rio pela imagem encontraríamos, quatro curvas abaixo, a vila do Pinhão.
Clique na imagem para ampliar.

15 outubro 2010

Paisagens do Douro - S. Salvador do Mundo


Não fora a vegetação, na base da imagem, e, do alto deste miradouro ver-se-ia, como outrora, a 500 metros de profundidade, o local do célebre Cachão da Valeira, um desnível pedregoso que impediu a navegação do Douro para montante até 1792, ano em que foi concluído o seu desmantelamento. A demolição deste obstáculo, que é hoje considerada a primeira grande obra hidráulica no rio Douro, permitiu que o plantio de vinhedos se estendesse até à fronteira espanhola. Antes, o cultivo da vinha era, ali, impraticável pela dificuldade do transporte. O vinho para ser exportado teria de ser levado, em carros de bois, até às alturas da Pesqueira, e daí descer ao Pinhão para embarcar, em rabelos, para Gaia.

Depois da curva da cachoeira, que hoje, após a construção da barragem da Valeira, em 1976, estaria submersa, o Douro corre para ocidente com as margens menos apertadas, como veremos amanhã do alto de outro miradouro, tal como este, situado no concelho de S. João da Pesqueira.
Clique na imagem para ampliar.

11 outubro 2010

Texturas do Douro





O ciclo da vinha está a chegar ao fim. As uvas estão colhidas e as folhas, que começaram a amarelecer, acabarão por cair. Não tarda, as plantas entrarão num período de repouso vegetativo, despontando para um novo ciclo de vida apenas na Primavera.

Na foto do cimo vemos um vinhedo ao alto, em Provesende, na sub-região do Baixo Corgo, entre Sabrosa e o Pinhão. Na outra, em S. João da Pesqueira, próximo de Ferradosa, Cima Corgo, a vinha cresce em patamares emoldurada por olivais, o que é comum no Douro, onde os pequenos produtores têm um enorme contributo na produção de Vinho do Porto.

Sobre a Região Demarcada do Douro, as sub-regiões em que está dividida e ainda o plantio da vinha “em socalcos”, “em patamares”, ou “ao alto”, consulte o documento A paisagem do Alto Douro vinhateiro: evolução e sustentabilidade , de Teresa Andresen.