25 agosto 2011

A Foz ...

... envolta na neblina que tem caracterizado alguns dias do mês de Agosto.


08 agosto 2011

Rua Conde de Vizela

Foi traçada no século XVII, por iniciativa do padre Baltazar Guedes. No lado poente é composta por um conjunto de edifícios imponentes e de fachadas regulares construídos no início do século XX, características físicas que, juntamente com uma ligeira curvatura, fazem com que a rua pareça mais longa do que na realidade é. Chamou-se Rua do Correio, por ali ter funcionado o correio-mor do Porto. Deve a sua actual designação a Diogo José Cabral, o industrial que detinha a propriedade das casas e terrenos do lado poente, a quem foi concedido o título de Conde de Vizela, em 1900. Ei-la, vista de sul para norte...





... e junto à Rua das Carmelitas, numa ilustração do encontro de dois grandes arquitectos que definiram muito daquilo que o Porto é hoje: Marques da Silva, autor do palácio de dois torreões que liga Conde de Vizela a Cândido dos Reis, e Nicolau Nasoni, o visionário italiano que decidiu viver e trabalhar no Porto, a quem devemos a Torre e a Igreja dos Clérigos.

31 julho 2011

O Alfa Pendular...

... envolto na neblina matinal de hoje, parecia levitar sobre a Ponte Maria Pia quando, ao passar na Ponte de S. João, o avistei da Ponte do Infante.


26 julho 2011

O elogio da mulher

O que têm em comum Guilhermina Suggia, Aurélia de Sousa, Dona Antónia Ferreira, Rosa Ramalho, Carolina Michaëlis, Joaquina da Conceição Gomes e Sophia de Mello Breyner Andresen? A condição feminina, o facto de serem notáveis e, de uma maneira ou de outra, estarem ligadas ao norte de Portugal.


Foram estes factores que levaram a uni-las num painel sem título mas que poderia chamar-se "O elogio da mulher", com 2,00m por 9,00m, exposto, como elemento decorativo, num restaurante, bar, loja e livraria, fundado por mulheres, o No feminino com , na Praça de Carlos Alberto, no Porto.

GUILHERMINA SUGGIA (1885-1950)
Distinguiu-se como violoncelista. Foi precoce. Aos sete anos fez a sua primeira apresentação pública; aos 13 era já a violoncelista principal da Orquestra da Cidade do Porto. Estudou em Leipzig, na Alemanha, viveu em Paris com Pablo Casals - de quem tinha sido aluna – e em Londres. Em 1924 regressou ao Porto. Guilhermina teve um sucesso absoluto no meio musical europeu. A sala principal da Casa da Música tem o seu nome em homenagem a esta mulher notável. E revolucionária também, no sentido em que contribuiu decisivamente para a abolição de um preconceito, o de que o instrumento que tocava era indecoroso para as mulheres.

AURÉLIA DE SOUSA (1866-1922)
A imagem que está no painel é de um auto-retrato inacabado de Aurélia de Sousa, pintado por volta de 1897. Segundo Raquel Henriques da Silva, sua biógrafa, o enorme laço de cetim preto que a pintora ostenta, contraria a discrição habitual dos seus adereços e, ao mesmo tempo, fragiliza o rosto da pintora com uma modernidade inovadora para as convenções oitocentistas da pose feminina. Aurélia, enquanto Arlequim, ter-se-á divertido, nesta cena de interior, com o espelho e o vestuário.
Filha de emigrantes - nasceu no Chile - veio para o Porto com a família aos três anos de idade. Entre 1898 e 1901 viveu em Paris. No Porto, na Quinta da China, diante do Rio Douro, realizou a maior parte das suas obras, marcadas pelo Naturalismo. Ainda segundo R.H.S., Aurélia de Sousa é uma das mais importantes personalidades artísticas dos anos de 1900. Uma boa parte da sua obra pode ser observada na Casa Museu Marta Ortigão Sampaio e no Museu Nacional de Soares dos Reis.

Dona ANTÓNIA FERREIRA (1811-1896)
Mulher, humanista e empresária, três condições difíceis de encontrar em alguém que tenha vivido no século XIX. Teve uma vida pessoal atribulada mas isso não a impediu de contribuir, de forma notável, para o desenvolvimento da região que a viu nascer, o Douro vinhateiro. Debateu-se contra a filoxera, a terrível doença da vinha que dizimou inúmeros vinhedos provocando a miséria, soube ser solidária com os trabalhadores durienses, teve a coragem de dizer não ao poder político lisboeta e, mesmo assim, aumentou a fortuna que herdou. Dona Antónia Ferreira é incontornável, ainda hoje, quando se fala do Douro.

ROSA RAMALHO (1888-1977)
Teve uma vida longa mas a actividade que a tornou notável, a de barrista, moldando, com imaginação e ingenuidade, diabos, porcos, anjos, cristos, cabras e cenas da vida rural, exerceu-a na adolescência e depois só após os 68 anos. De permeio ficaram 50 anos passados em S. Martinho de Galegos, tempo que dedicou a tratar da família. Foi António Quadros que a deu a conhecer, nos anos 50, e lhe sugeriu que assinasse as suas peças. Hoje o duplo R no figurado de Barcelos é uma assinatura de prestígio. Rosa Ramalho tem seguidores, do seu imaginário fantástico, em Júlia Ramalho, sua neta, e noutros artesãos da sua região natal.

CAROLINA MICHAËLIS DE VASCONCELOS (1851-1925)
Nasceu em Berlim. Chegou ao Porto, em 1876, depois de ter casado com o musicólogo e historiador de arte Joaquim de Vasconcelos, que conheceu devido ao seu interesse pela cultura hispânica. Tornou-se portuguesa por devoção. É a mais célebre filóloga da nossa língua e foi a primeira mulher a leccionar numa universidade nacional, a de Coimbra, para onde se deslocava, partindo do Porto, várias vezes por semana. Escritora, crítica literária, lexicógrafa e investigadora, foi eleita para a Academia de Ciências o que provocou alguma discussão pelo facto de ser mulher. Levou 27 anos a “decifrar e copiar, com paixão e paciência” as “páginas seis vezes seculares” do Cancioneiro da Ajuda que editou em 1904. Publicou 180 títulos em prol do conhecimento da literatura portuguesa.

JOAQUINA DA CONCEIÇÃO GOMES, a São (1938)
Nasceu no dia de S. João. Trabalhou toda a vida como lavadeira. Lavava e cantava, cantava e lavava. Deixou de cantar quando a alma entristeceu e de lavar quando lhe faltaram as forças. Vive na Afurada.






SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN (1919-2004)
Nasceu no Porto mas partiu daqui muito cedo, com 10 anos de idade. É uma das figuras nacionais contemporâneas mais consensuais. Discreta e vertical, era avessa a vedetismos, Sophia deixou-nos uma obra literária no domínio da poesia, da prosa e do ensaio, marcada pela originalidade, pelas preocupações sociais e políticas e pela sua formação clássica. É considerada uma das principais personalidades literárias da segunda metade do século XX em Portugal.

08 julho 2011

Café e hotel





«Na década de 60, os cafés foram assaltados pela banca, mas não temos assistido à transformação da banca em café. O Astória é o primeiro caso de um banco passar a café.»
A observação é de Helder Pacheco comentando a reabertura do Café Astória, integrado no hotel Intercontinental Palácio das Cardosas. Café e hotel são, como já aqui dissemos, uma mais-valia para a cidade, dois elementos novos na baixa do Porto, que desejamos renovada.

30 junho 2011

Can I take a picture? - I

O Porto e a Região Norte emergiram para o turismo à revelia dos decisores que durante dezenas de anos promoveram as regiões de Lisboa, da Madeira e do Algarve como únicos destinos turísticos nacionais. Na origem deste fenómeno estão vários factores. As classificações de Património da Humanidade, atribuídas pela UNESCO ao centro histórico do Porto em 1996 e, em 2001, ao Alto Douro Vinhateiro e ao Centro Histórico de Guimarães, estarão entre os primeiros. As vitórias do Futebol Clube do Porto que levaram o nome da cidade a todo o mundo deram uma grande ajuda, tal como o novo aeroporto e o metro, mas foi uma nova filosofia de viagens aéreas, que acabou com o quase monopólio da TAP e ligou a cidade a dezenas de destinos no exterior, a preços impensáveis, que teve um contributo decisivo.



São esses turistas que aqui chegam diariamente e percorrem a cidade curiosos, de máquina fotográfica em punho, constituindo uma multidão que tem um papel importante na recuperação da baixa e está a contribuir para a mudança do perfil da cidade, tornando-a mais aberta, mais cosmopolita, que esta série de imagens procurará retratar, sob o título generalista “Can I take a picture?”.