11 outubro 2010

Texturas do Douro





O ciclo da vinha está a chegar ao fim. As uvas estão colhidas e as folhas, que começaram a amarelecer, acabarão por cair. Não tarda, as plantas entrarão num período de repouso vegetativo, despontando para um novo ciclo de vida apenas na Primavera.

Na foto do cimo vemos um vinhedo ao alto, em Provesende, na sub-região do Baixo Corgo, entre Sabrosa e o Pinhão. Na outra, em S. João da Pesqueira, próximo de Ferradosa, Cima Corgo, a vinha cresce em patamares emoldurada por olivais, o que é comum no Douro, onde os pequenos produtores têm um enorme contributo na produção de Vinho do Porto.

Sobre a Região Demarcada do Douro, as sub-regiões em que está dividida e ainda o plantio da vinha “em socalcos”, “em patamares”, ou “ao alto”, consulte o documento A paisagem do Alto Douro vinhateiro: evolução e sustentabilidade , de Teresa Andresen.

08 outubro 2010

Dois banqueiros da Rua das Flores





António Coimbra & Irmão, Banqueiros
e L.J. Carregosa e Cª. Lda., são dois indicadores da importância que a Rua das Flores teve outrora, rua onde a Misericórdia do Porto e a Casa da Companhia, símbolos de poder, coexistiram, a par de residências nobres ou burguesas, com mercadores, joalheiros, ourives e banqueiros.

Do primeiro, desapareceu recentemente a inscrição gravada na pedra da fachada do nº 308, na Rua das Flores. Era um grafismo de época, dourado, muito interessante, que foi levado pela reabilitação do quarteirão Mouzinho-Flores. Pode ser visto no blogue aqui ao lado, A Cidade Deprimente.

Quanto ao segundo, permanece no nº 278 daquela rua. A L.J. Carregosa e Cª. Lda., foi uma casa de câmbios, fundada em 1833, que está na origem do Banco Carregosa. Não tem grande actividade, mas o banco mantém-na de portas abertas prestando informação bolsista aos clientes, digamos, por uma questão de prestígio. Resta saber por quanto tempo se manterá assim e, também, o que a Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo, tem reservado para aquele espaço.

03 outubro 2010

O farolim de Felgueiras...

... durante a borrasca que se abateu sobre o litoral no dia de hoje ...





... e há apenas uma semana, banhado pelo sol quente num dia de céu azul.

30 setembro 2010

Quatro pontes


Infante, Maria Pia, S. João e, ao fundo, a ponte do Freixo. Clique na imagem para ampliar.

27 setembro 2010

Gaia, praias de sonho









Há uma fotografia da revolução de 74 que nos revela, em segundo plano, uma parede onde estão cartazes com o lema “Moçambique, praias de sonho”. Quereria o regime de então promover a ex-colónia como destino turístico.
Em Gaia, foi feito ao longo de anos um trabalho notável de limpeza das ribeiras que desaguam no mar. A par disso foram construídas, nas praias, paliçadas que protegem e favorecem a consolidação do cordão dunar. Um passadiço que permite percorrer a orla marítima a pé, de Lavadores até Espinho na distância de 15 km, vem completar o conjunto.
Se a isto juntarmos águas transparentes, areais limpos e a beleza natural do lugar, poderemos adaptar, com propriedade, a divisa do cartaz de outrora, o que dará: Gaia, praias de sonho.

24 setembro 2010

A Justiça



A Justiça tal como a viu Leopoldo de Almeida: uma figura juvenil, serena, de olhos abertos, munida da espada punitiva e da balança do rigor. A estátua, que tem 6,5 metros de altura, está enquadrada por um baixo-relevo em granito, da autoria de Euclides Vaz, que representa cenas bíblicas e as quatro virtudes cardeais: a Prudência, a Fortaleza, a Justiça e a Temperança.
Para ver outras obras de arte do Palácio da Justiça do Porto, carregue aqui.

21 setembro 2010

20 setembro 2010

Porto sem ideia nem elites

A crónica de Carlos Abreu Amorim, a ler na íntegra, no Jornal de Notícias

"(...) O Porto significa autonomia, autogoverno dos assuntos que lhe são próprios, irrequietude perante os poderes externos. Estriba-se na memória milenar de uma cidade de comerciantes que se regia por leis e costumes locais, em que os nobres não podiam pernoitar e em que a pata suja da Inquisição nunca mandou. Muito ao contrário do resto do país.
(...)
Contudo, se as elites nacionais se assemelham a uma caricatura indigesta, as do Porto parecem ter-se sumido na decadência que tem assolado a cidade.
(...)
Rui Rio já engendra pretextos pífios para recusar um novo hospital de crianças - alguns, poucos, protestaram mas a maioria manteve-se num silêncio apático e bovino. Entretanto, o Governo teima em abalroar a região entre Aveiro e Caminha com portagens nas vias que tinha jurado nunca virem a ser pagas - em Junho, muitos reclamaram mas agora parece descido sobre as pessoas um véu pardacento de capitulação que leva a admitir que esta região seja discriminada já em Outubro enquanto o resto do país só pagará as Scut não se sabe bem quando.

A aquiescência subserviente face aos desmandos dos maus governos, sejam locais ou central, é um sinal distintivo que contrasta com o modo de ser que fez o Porto. Quando nada parece beliscar a modorra das elites e o comodismo de quase todos, constata-se que a ideia do Porto se está a tornar uma recordação de tempos que já lá vão."