A Flora Portuense
Já aqui aludimos ao carácter multifacetado de Aurélio da Paz dos Reis que além de pioneiro do cinema português foi fotógrafo amador, revolucionário e floricultor de profissão.
Nesta última actividade - que poderá ter menos interesse para a história mas completa a personalidade de Aurélio como homem do século XIX - também ele se distinguiu. Moderno, ousado e empreendedor, relacionava-se com horticultores franceses e holandeses. Os produtos que saíam do seu horto, na Rua Barão de Nova Sintra, eram acompanhados por um certificado de origem que garantia a sanidade das suas sementes e produtos hortícolas, algo invulgar para a época. Foi ali que criou uma variedade de dália, a que chamou Mimo de Nova Cintra.
Na Flora Portuense, a sua loja na Praça de D. Pedro que abriu em 1893, vendia, para além do que produzia no horto, cache-pots, fitas, lápis para escrever em vasos, carvão, café, champanhe, assinaturas de jornais republicanos e... as suas fotografias estereoscópicas.
Dele disse Henrique Alves Costa, o divulgador e historiador do cinema: No Porto era muito estimado pelo seu carácter, pelo seu trato, pela sua verticalidade e honradez de comerciante.
No local onde existiu a Flora Portuense, está hoje a Confeitaria Ateneia, na Praça da Liberdade. Quanto ao edifício, foi substituído por outro que, por sua vez, foi remodelado no ano passado por iniciativa do actual proprietário, neto de Aurélio da Paz dos Reis, o mesmo que tomou a acertada decisão de doar o espólio do avô, em 1997, ao Centro Português de Fotografia.
Já aqui aludimos ao carácter multifacetado de Aurélio da Paz dos Reis que além de pioneiro do cinema português foi fotógrafo amador, revolucionário e floricultor de profissão.
Nesta última actividade - que poderá ter menos interesse para a história mas completa a personalidade de Aurélio como homem do século XIX - também ele se distinguiu. Moderno, ousado e empreendedor, relacionava-se com horticultores franceses e holandeses. Os produtos que saíam do seu horto, na Rua Barão de Nova Sintra, eram acompanhados por um certificado de origem que garantia a sanidade das suas sementes e produtos hortícolas, algo invulgar para a época. Foi ali que criou uma variedade de dália, a que chamou Mimo de Nova Cintra.
Na Flora Portuense, a sua loja na Praça de D. Pedro que abriu em 1893, vendia, para além do que produzia no horto, cache-pots, fitas, lápis para escrever em vasos, carvão, café, champanhe, assinaturas de jornais republicanos e... as suas fotografias estereoscópicas.
Dele disse Henrique Alves Costa, o divulgador e historiador do cinema: No Porto era muito estimado pelo seu carácter, pelo seu trato, pela sua verticalidade e honradez de comerciante.
No local onde existiu a Flora Portuense, está hoje a Confeitaria Ateneia, na Praça da Liberdade. Quanto ao edifício, foi substituído por outro que, por sua vez, foi remodelado no ano passado por iniciativa do actual proprietário, neto de Aurélio da Paz dos Reis, o mesmo que tomou a acertada decisão de doar o espólio do avô, em 1997, ao Centro Português de Fotografia.
7 comentários:
010579Adoro ver fotos assim. Onde o tempo parou e marcou com a dádiva das dádivas o mistério dos anos.
Fico petrificada quando passo algum edificio assim, onde as paredes esquecidas por nós contam histórias. Onde por vezes já se passou tudo e agora apenas o vento as trespassa.
Há algo mágico que não sei explicar apenas sei que voou para longe bem longe deste século, todos ficam em camara lenta e a curiosidade em velocidade aumenta.
Sei que parece loucura mas do pequeno ecran que me deixa ver a imagem, a primeira vez parecia ver o actor Charles Chaplin e achei piada, podia ter sido uma cena de filme cómido ainda a preto e branco e sem grandes sons, ou mesmo nenhum... Obrigado por este mimo.
Ficarei atenta.
:-)
olá meu amigo, desconhecia a história, mas conheço o local e já lanchei muitas vezes na Ateneia, ponto de encontro das senhoras na baixa.
Também eu adoro o "antes" e o "depois", principalmente como aqui , em que a história foi preservada e não como ainda agora vi na "Outra Face".
Pensa sériamente em publicar todo este estudo, as tuas fotos e pesquisas, os portuenses agradeceriam.
Para já o meu agradecimento, e um beijo, Teodora.
Não fazia ideia nenhuma do que nos conta. Muitas vezes já tenho ouvido, lido e visto exposições sobre Aurélio da Paz dos Reis, e em nenhuma ocasião recordo a alusão a essa faceta de comerciante de plantas; muito menos a referência à origem da Ateneia.Está a fazer um trabalho muito bom, e bem gostaria de o poder adquirir em livro.Faz essas tensões?
Quantas coisas desconheço da minha terra e só agora, e na distância, o que muito te agradeço, vou ficando ao corrente da gesta de alguns homens que não conheci.
Menos mal que este neto soube seguir os passos dados pelo avô!
Carlos, obrigado.
Olá, Carlos!
Sou de Curitiba, Brasil, e não só freqüento como tenho o link de seus sitios em meu blog:
www.naftalina55blogspot.com
Apareça lá!
Muito interessante seu trabalho e muito belas suas fotos.
abc
Lina
Sem Aurélio Paz dos Reis e Joshua Benoliel o princípio do século XX português, em termos de imagens, teria sido uma coisa muito próxima da penúria.
Abraço do Torres (o escrevinhador)
E assim continua a humanidade a construir sua histório onde o tempo parece tudo mudar.
Excelente rever tudo o que nos conta...
Um abraço
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