Vista do cimo das torres da Igreja da Lapa a cidade revela-se diferente das imagens anteriores. Aparte o quartel, que já foi general, aqui não há lugar para grandes construções, para os grandes blocos residenciais, mas sim para pequenos edifícios de grandes empenas cegas, com alguns metros de frente e fundos extensos – que outrora foram quintais e jardins - nascidos das matrizes oitocentistas, de que persistem alguns exemplares, decadentes, com belas fachadas em que predominam o granito e o ferro forjado. O cemitério, enquanto cidade dos mortos, obedece à mesma regra de aproveitamento do espaço dos vivos. Construído em socalcos no monte da Lapa, num sobe e desce de patamares, aparece embutido no casario. No horizonte, para sul, perfila-se a outra parte da mesma mancha urbana, Gaia. Para sudoeste observamos a Boavista e o Cabedelo; a norte o Marquês e os condomínios de Damião de Góis. Clique nas imagens para as ver maiores
16 março 2012
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10 comentários:
A foto do meio, que nos apresenta a fachada principal do antigo Quartel-General, não foi obtida dos torreões da Igreja da Lapa, como o seu texto faz pressupor...
Um abraço.
Há nessa fotografia do meio que me está a baralhar.
Sendo o edifício do quartel um corpo completamente isolado, como se fosse uma ilha, como é possível eu ver um edifício pegado à esquina de SW ?
Terá sido tomada do lado nascente da
Pç. da República?
A fotografia do meio é da Ordem da Lapa e não do QG. Vê-se ao longe a linha do metro e a "Bouça" do Siza.
Fascina-me ver como os padrões de distinção de classe se prolongam para além desta vida. Vai um estudo da geografia dos cemitérios?
João Menéres,
a foto do meio é da Ordem da Lapa, como observa Óscar Felgueiras. A do antigo quartel-general é a primeira. Todas foram tiradas do alto da torre norte da Igreja da Lapa.
Eu bem tinha razão para dizer que na fotografia do meio algo me baralhava.
Não era algo, mas sim TUDO baralhei e cismei que era o o antigo QG.
Obrigado ao
OSCAR FELGUEIRAS
e ao
CARLOS ROMÃO.
Agora, naturalmente, TUDO É CLARO !
Abraços aos dois.
É giro ver o conhecemos das ruas... visto do alto!
A ideia com que se fica é completamente diferente...
É neste cemitério que está a modesta sepultura de Camilo Castelo Branco.
É verdade, Fernando Ribeiro, os restos mortais de Camilo estão, por vontade do escritor, no jazigo do seu amigo Freitas Fortuna, no Cemitério da Lapa. A sua sepultura está ornamentada com uma folha de palmeira em bronze onde, a custo, pode ler-se: “O Comércio do Porto – Centenário de Camilo”. Este “centenário” é o do nascimento do escritor, que veio ao mundo em 1825 e faleceu em 1890.
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