28 abril 2009

Janelas do Tempo - VI

A Tabacaria Africana

Na montra da Tabacaria Africana anunciava-se o Diário de Notícias e a venda de pedras para isqueiros, quando um fotógrafo da casa Alvão, pela manhã, captou a imagem abaixo na esquina da Rua 31 de Janeiro com a Praça da Batalha.





A bela fachada metálica da tabacaria, decorada com motivos florais, formaria, no presente, um interessante triângulo com a antiga Ourivesaria Reis Filhos, cuja frontaria resistiu à passagem do tempo, do outro lado da rua, e o cunhal da Livraria Latina, na entrada de Santa Catarina. Desapareceu, porém, com a demolição do edifício, no entanto, a loja sobreviveu-lhe, naquele local, durante alguns anos em que se notabilizou com a venda de jornais estrangeiros.

A ver

Os blogues Sociedade Secreta de Reabilitação Urbana, A Baixa do Porto, Não Lugares na Cidade do Porto e A Cidade Surpreendente com a sua Outra Face, no Diário de Notícias.

25 abril 2009

35 anos após a Revolução de Abril...



... cravos vermelhos e a inscrição «sentidos pêsames» colocados na porta do edifício onde, no Porto, funcionou a PIDE - polícia política do regime deposto em 1974.

20 abril 2009

Expressão gestual



Nadir Afonso durante a conferência As Cidades no Homem, proferida na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, em Guimarães, onde, para além do mais, estiveram presentes duas características do pintor, a franqueza no trato e a expressividade dos gestos.

A ver

A Cidade Surpreendente e a sua Outra Face abordados no Público de ontem.
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Adenda
21.04.09

Transcrevo o comentário de Marta Pereira, a quem agradeço pela oportunidade do esclarecimento, logo abaixo.

“Ninguém está realmente interessado em recuperar a Baixa”
Creio que é uma afirmação que, ainda que inocentemente, fere muitos jovens como eu que desde cedo se movem pela reabilitação e revitalização da cidade. Prova disso é o projecto que eu e alguns colegas estamos a levar a cabo, e para o qual pedimos, há uns tempos atrás, a colaboração do Carlos Romão. Podemos não ter um impacto preponderante, mas interessados estamos, sem dúvida.
Já agora, aproveito para divulgar a realização de um debate intitulado "Porto: Proteger um Berço de Ouro", dia 28 de Maio, na Escola Secundária de Carvalhos (ironicamente, Vila Nova de Gaia), pelas 15h. Contará com a presença, entre outros, de oradores da Porto Vivo e da Associação de Comerciantes do Porto.
Parabéns pelo artigo, são de facto páginas que merecem ser divulgadas!



A minha resposta:

Marta Pereira,

Aquele “ninguém ...” referia-se aos decisores políticos e não às pessoas que trabalham seriamente no terreno, tanto na Sociedade de Reabilitação Urbana como noutras instituições públicas e privadas.
Vejamos, se o abandono, a miséria e a ruína que se abateram sobre a Baixa e o centro histórico do Porto tivessem acontecido de um dia para o outro, devido a uma catástrofe qualquer, provavelmente teria sido declarado o estado de calamidade pública. Como tudo se processou lentamente, durante uns trinta anos, habituámo-nos à ideia e aceitamo-la pacificamente. No entanto, a situação não deixa de ser de calamidade pública.
O que está a ser feito na reabilitação da rua de Mouzinho da Silveira, por exemplo, é importante mas é uma gota no oceano. Todos nós conhecemos bem a extensão da mancha do abandono da cidade: partindo do centro para Norte ultrapassa o Marquês, e para Nascente chega à Circunvalação.
O que deveria ser feito pelo Estado que manteve a Lei das Rendas, do ditador Salazar até aos nossos dias, lei que é uma das causas do crescimento desalmado das periferias das nossas cidades, seria declarar como prioridade nacional a recuperação dos centros urbanos das cidades portuguesas, e não apenas da frente ribeirinha de Lisboa. Esta, no entanto, seria uma decisão política e todos nós sabemos, porque o sentimos na pele, quais são as prioridades dos políticos nacionais.

18 abril 2009

O Porto e Gaia ...



... irmanados pela invernia que regressou à cidade em Abril, depois de um Março ameno e luminoso.

16 abril 2009

Diálogos da Cidade

Integrado no programa Inner City, promovido por alunos da Universidade do Porto, decorrerá amanhã 17, Sexta-feira, e Sábado 18, na Faculdade de Arquitectura, o Fórum Diálogos da Cidade, onde se procurará reflectir sobre políticas urbanas, ordenamento do território, criatividade e inovação. Para saber mais clique aqui.

26 março 2009

A beleza plástica da Rua da Madeira



Há seis meses que não faço aqui qualquer referência ao blogue que corre paralelo a este, A Outra Face da Cidade Surpreendente, onde me proponho abordar, através de imagens, a decadência urbana do Porto. Entretanto passaram por lá a Rua de S. Pedro de Miragaia, Sá da Bandeira, a íngreme Rua das Taipas, a medieval Travessa da Rua Chã, Santa Catarina, uma igreja que serve de estendal de roupa nas Escadas do Codeçal, o cadáver da Livraria Tavares Martins, a Praça de Lisboa vandalizada, a ruína onde funciona a 1ª Divisão da P.S.P. do Porto e, por fim, a fotografia acima, da antiga Calçada da Teresa, hoje Rua da Madeira, que corria junto da Muralha Fernandina.

Esta rua não se afirma, como outras, pela nobreza das fachadas que aqui são corridas, funcionais, despidas de enfeites porque são apenas as traseiras das casas da rectilínea 31 de Janeiro. É antes pelas cores e pelo traçado, serpenteando encosta acima até à Batalha, e por aquele esguio e frágil casario apoiado num muro, a ameaçar ruir em qualquer momento, que poderemos aludir à beleza plástica da Rua da Madeira.