08 maio 2009
04 maio 2009
Petra, em tons de cinza e musgo
O Largo do Colégio tem algo que traz à memória os postais ilustrados da cidade jordana de Petra, mas em tons de cinza e musgo. Ninguém escavou este recanto na pedra, não é disso que se trata aqui. Sucede apenas que ao granito se acrescentou mais granito e que desta rocha se esculpiram casas, muros e igrejas, juntando-se os relevos do maciço original à cantaria dos volumes edificados. O efeito é quase o mesmo, como se tudo fosse parte de uma natureza idêntica e uma imensa mão tivesse urdido estas formas com pancadas de cinzel. Não é Petra, aqui, mas, entrando pela Rua de Santana, assim parece, com as paredes da Igreja dos Grilos erguendo-se imponentes e prolongando-se no granito rude da fraga onde os homens inventaram escadas.
Manuel Jorge Marmelo, em O Porto: Orgulho e Ressentimento
28 abril 2009
Janelas do Tempo - VI
A Tabacaria Africana
Na montra da Tabacaria Africana anunciava-se o Diário de Notícias e a venda de pedras para isqueiros, quando um fotógrafo da casa Alvão, pela manhã, captou a imagem abaixo na esquina da Rua 31 de Janeiro com a Praça da Batalha.
A bela fachada metálica da tabacaria, decorada com motivos florais, formaria, no presente, um interessante triângulo com a antiga Ourivesaria Reis Filhos, cuja frontaria resistiu à passagem do tempo, do outro lado da rua, e o cunhal da Livraria Latina, na entrada de Santa Catarina. Desapareceu, porém, com a demolição do edifício, no entanto, a loja sobreviveu-lhe, naquele local, durante alguns anos em que se notabilizou com a venda de jornais estrangeiros.
Na montra da Tabacaria Africana anunciava-se o Diário de Notícias e a venda de pedras para isqueiros, quando um fotógrafo da casa Alvão, pela manhã, captou a imagem abaixo na esquina da Rua 31 de Janeiro com a Praça da Batalha.
A bela fachada metálica da tabacaria, decorada com motivos florais, formaria, no presente, um interessante triângulo com a antiga Ourivesaria Reis Filhos, cuja frontaria resistiu à passagem do tempo, do outro lado da rua, e o cunhal da Livraria Latina, na entrada de Santa Catarina. Desapareceu, porém, com a demolição do edifício, no entanto, a loja sobreviveu-lhe, naquele local, durante alguns anos em que se notabilizou com a venda de jornais estrangeiros.
A ver
Os blogues Sociedade Secreta de Reabilitação Urbana, A Baixa do Porto, Não Lugares na Cidade do Porto e A Cidade Surpreendente com a sua Outra Face, no Diário de Notícias.
25 abril 2009
35 anos após a Revolução de Abril...
... cravos vermelhos e a inscrição «sentidos pêsames» colocados na porta do edifício onde, no Porto, funcionou a PIDE - polícia política do regime deposto em 1974.
20 abril 2009
Expressão gestual
Nadir Afonso durante a conferência As Cidades no Homem, proferida na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, em Guimarães, onde, para além do mais, estiveram presentes duas características do pintor, a franqueza no trato e a expressividade dos gestos.
A ver
A Cidade Surpreendente e a sua Outra Face abordados no Público de ontem.
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Adenda
21.04.09
Transcrevo o comentário de Marta Pereira, a quem agradeço pela oportunidade do esclarecimento, logo abaixo.
“Ninguém está realmente interessado em recuperar a Baixa”
Creio que é uma afirmação que, ainda que inocentemente, fere muitos jovens como eu que desde cedo se movem pela reabilitação e revitalização da cidade. Prova disso é o projecto que eu e alguns colegas estamos a levar a cabo, e para o qual pedimos, há uns tempos atrás, a colaboração do Carlos Romão. Podemos não ter um impacto preponderante, mas interessados estamos, sem dúvida.
Já agora, aproveito para divulgar a realização de um debate intitulado "Porto: Proteger um Berço de Ouro", dia 28 de Maio, na Escola Secundária de Carvalhos (ironicamente, Vila Nova de Gaia), pelas 15h. Contará com a presença, entre outros, de oradores da Porto Vivo e da Associação de Comerciantes do Porto.
Parabéns pelo artigo, são de facto páginas que merecem ser divulgadas!
A minha resposta:
Marta Pereira,
Aquele “ninguém ...” referia-se aos decisores políticos e não às pessoas que trabalham seriamente no terreno, tanto na Sociedade de Reabilitação Urbana como noutras instituições públicas e privadas.
Vejamos, se o abandono, a miséria e a ruína que se abateram sobre a Baixa e o centro histórico do Porto tivessem acontecido de um dia para o outro, devido a uma catástrofe qualquer, provavelmente teria sido declarado o estado de calamidade pública. Como tudo se processou lentamente, durante uns trinta anos, habituámo-nos à ideia e aceitamo-la pacificamente. No entanto, a situação não deixa de ser de calamidade pública.
O que está a ser feito na reabilitação da rua de Mouzinho da Silveira, por exemplo, é importante mas é uma gota no oceano. Todos nós conhecemos bem a extensão da mancha do abandono da cidade: partindo do centro para Norte ultrapassa o Marquês, e para Nascente chega à Circunvalação.
O que deveria ser feito pelo Estado que manteve a Lei das Rendas, do ditador Salazar até aos nossos dias, lei que é uma das causas do crescimento desalmado das periferias das nossas cidades, seria declarar como prioridade nacional a recuperação dos centros urbanos das cidades portuguesas, e não apenas da frente ribeirinha de Lisboa. Esta, no entanto, seria uma decisão política e todos nós sabemos, porque o sentimos na pele, quais são as prioridades dos políticos nacionais.
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Adenda
21.04.09
Transcrevo o comentário de Marta Pereira, a quem agradeço pela oportunidade do esclarecimento, logo abaixo.
“Ninguém está realmente interessado em recuperar a Baixa”
Creio que é uma afirmação que, ainda que inocentemente, fere muitos jovens como eu que desde cedo se movem pela reabilitação e revitalização da cidade. Prova disso é o projecto que eu e alguns colegas estamos a levar a cabo, e para o qual pedimos, há uns tempos atrás, a colaboração do Carlos Romão. Podemos não ter um impacto preponderante, mas interessados estamos, sem dúvida.
Já agora, aproveito para divulgar a realização de um debate intitulado "Porto: Proteger um Berço de Ouro", dia 28 de Maio, na Escola Secundária de Carvalhos (ironicamente, Vila Nova de Gaia), pelas 15h. Contará com a presença, entre outros, de oradores da Porto Vivo e da Associação de Comerciantes do Porto.
Parabéns pelo artigo, são de facto páginas que merecem ser divulgadas!
A minha resposta:
Marta Pereira,
Aquele “ninguém ...” referia-se aos decisores políticos e não às pessoas que trabalham seriamente no terreno, tanto na Sociedade de Reabilitação Urbana como noutras instituições públicas e privadas.
Vejamos, se o abandono, a miséria e a ruína que se abateram sobre a Baixa e o centro histórico do Porto tivessem acontecido de um dia para o outro, devido a uma catástrofe qualquer, provavelmente teria sido declarado o estado de calamidade pública. Como tudo se processou lentamente, durante uns trinta anos, habituámo-nos à ideia e aceitamo-la pacificamente. No entanto, a situação não deixa de ser de calamidade pública.
O que está a ser feito na reabilitação da rua de Mouzinho da Silveira, por exemplo, é importante mas é uma gota no oceano. Todos nós conhecemos bem a extensão da mancha do abandono da cidade: partindo do centro para Norte ultrapassa o Marquês, e para Nascente chega à Circunvalação.
O que deveria ser feito pelo Estado que manteve a Lei das Rendas, do ditador Salazar até aos nossos dias, lei que é uma das causas do crescimento desalmado das periferias das nossas cidades, seria declarar como prioridade nacional a recuperação dos centros urbanos das cidades portuguesas, e não apenas da frente ribeirinha de Lisboa. Esta, no entanto, seria uma decisão política e todos nós sabemos, porque o sentimos na pele, quais são as prioridades dos políticos nacionais.
18 abril 2009
O Porto e Gaia ...
... irmanados pela invernia que regressou à cidade em Abril, depois de um Março ameno e luminoso.
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