07 janeiro 2005
Pôr de Sol na Foz
Alguém deitara milhões de laranjas ao mar
Dois petroleiros aguardavam impacientes a sua vez de entrarem no porto
Eu escutava aterrorizado o som das laranjeiras violadas em FM
Jorge de Sousa Braga
05 janeiro 2005
E La Nave Va
04 janeiro 2005
Um Chá nas Nuvens
Ainda no Guia de Portugal (1), o autor relata-nos um curioso episódio, uma acção de «propaganda comercial» da fábrica de moagens Invicta, ocorrido em 1917, o escalamento da Torre dos Clérigos.
«O barroquismo da torre é tal que o seu acesso, pelo exterior, embora constitua um prodígio de temeridade, se tornou um facto em 28 de Out. de 1917. Foi a proeza de dois escaladores e acrobatas, os espanhóis Puertullanos, pai e filho, trazidos ao Porto nessa data pelo técnico de propaganda comercial, Raul Caldevilla, para criar o renome de alguns produtos da fábrica de moagem Invicta. Com excepção de um lanço de oito ou dez metros, entre o 2º e o 3º piso, onde o acrobata correu risco tão iminente que a multidão estremeceu (lanço liso e que não oferece possibilidade de escalamento sem cordada) o ginasta (o filho) diante de uma enorme multidão angustiada que se apinhava no largo fronteiro e no jardim da Cordoaria, venceu a sós e a pulso as sucessivas pilastras, cornijas e volutas, atingindo no fim de meia hora a esfera. A partir do último campanário, a escalada foi feita por ambos. Alcançado o cruzeiro de ferro, os dois equilibristas, cada um no seu braço, instalaram nele uma pequena mesa sobre a qual tomaram chá com bolachas e espalharam revoadas de prospectos sobre a cidade. A descida, feita de novo pelo exterior da torre, constituiu talvez proeza ainda mais arriscada e difícil do que a ascensão. Se Nasoni tivesse assistido, julgar-se-ia ludíbrio de um sonho.
Dessa escalada se fez um dos primeiros filmes portugueses, intitulado Um Chá nas Nuvens, iniciativa do mesmo Caldevilla.»
(1) Dionísio, Santana /Guia de Portugal, Entre Douro e Minho - I. Douro Litoral / 3ª ed./ 4º vol./ Fundação Calouste Gulbenkian / sd
03 janeiro 2005
O Porto Espremido para Cima
Santana Dionísio, no Guia de Portugal (1), após uma pormenorizada descrição da Igreja dos Clérigos, remata assim: «Mas o extraordinário mérito do templo (e do arquitecto que o concebeu) está na prodigiosa Torre que se ergue no topo ocidental do seu corpo. É, ao mesmo tempo, o inconfundível obelisco e sinete da cidade. Razão tinha o poeta Teixeira de Pascoais ao dizer, com o seu exorbitado humorismo, sempre tão rico de sentido hiperbólico e visão exacta, que "a Torre dos Clérigos é o Porto espremido para cima".
É uma torre única no mundo. Sua arrojada altura, sua esbelteza e segurança, com os alicerces assentes em rocha viva (sic) e o cocuruto a roçar as nuvens, sua rítmica arquitectura tão ajustadamente marcada nos sucessivos lanços, a graça dos seus pináculos e coruchéus - querendo oferecer a perfeita ilusão da imponderabilidade do granito - fazem desta torre um paradigma de audácia barroca. Repare-se sobretudo no coroamento, desde a balaustrada do relógio à esfera terminal - e admire-se o virtuosismo de tanta delicadeza e audácia.»
(1) Guia de Portugal, Entre Douro e Minho - I. Douro Litoral / 3ª ed./ 4º vol./ Fundação Calouste Gulbenkian / sd
01 janeiro 2005
Amanhecer
O nascer de um dia radioso no vale do Douro, em Penha Longa, Marco de
Canaveses, como metáfora de esperança no ano que hoje começa.
31 dezembro 2004
30 dezembro 2004
29 dezembro 2004
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