«Não estamos interessados em fazer um edifício público, mas em fazer um edifício para o público. De uma forma subtil, de dia o edifício absorve a cidade e a partir do entardecer projecta o seu interior para a cidade. Há sempre uma fórmula conceptual nas palavras que espoleta o edifício.
Acho que criamos as condições ideais para isso. A embaixada holandesa em Berlim, o centro estudantil IIT, em Chicago, a Biblioteca Pública de Seattle, que foram terminados no último ano. Foi muito importante para mim perceber que cada um dos edifícios começou a ser usado pelas pessoas de uma forma muito natural, sem que fosse preciso explicações da minha parte. Apesar de serem, em termos arquitectónicos, muito ambiciosos, o público não se inibiu de se apropriar deles.»
Rem Koolhaas, em entrevista ao Jornal de Notícias
Quem é Rem Koolhaas?
O Office for Metropolitan Architecture
«Isto é fantástico, parece uma catedral»
Anthony Whitworth-Jones, Director Artístico da Casa da Música
«Uma arquitectura desumanizada, indiferente à escala humana.»
Agostinho Ricca, Arq.
«Ontem, mais de meia centena de responsáveis dos media estrangeiros, guiados pelo cérebro do OMA-Office for Metropolitan Architecture, não disfarçavam a impressão: o olhar dos inquietos a tentar ganhar todos os lados, as mãos de máquinas fotográficas a absorver ângulos, muitos perdidos, muitos holandeses, espanhóis, japoneses, alemães, uma diversidade de línguas e sotaques, italiano, português, dinamarquês, todos a seguir Koolhaas no caminho.»
José Miguel Gaspar, no Jornal de Notícias
«Para os cépticos, a frase que um dia Alexandre O'Neill criou para a Coca-Cola, bem podia ser aplicada à Casa da Música. "Primeiro estranha-se, depois entranha-se."»
Mário Laginha, músico, na revista Arquitectura e Vida
«A Casa da Música não tem que pender para tabus. É uma peça de arquitectura notável, que não tem de estar irritada pela envolvente. Tem a envolvente que quer. A cidade não tem que privilegiar sítios para senhores A, B ou C»
Troufa Real, arquitecto, na revista Arquitectura e Vida
«Custa-me ver um homem [Rui Rio] que nunca gostou do projecto Casa da Música e nem o consegue entender minimamente, vir dizer que vamos abrir a CM. Graças à sua ignorância a Casa da Música abre gerida por amadores, sem credibilidade enquanto projecto cultural, sem promoção internacional (para além da arquitectónica feita por Koolhaas), com uma imagem gráfica digna de associação recreativa de bairro, ainda como comissão liquidatária da Porto 2001, sem restaurante nem loja a funcionarem, com a obra mal acabada e o edifício mal testado, etc, etc. E tudo isto sendo Rio nº 2 do PSD e presidente da Câmara e Agostinho Branquinho administrador.»
Pedro Burmester, músico, no blogue A Baixa do Porto
«Seen from a late-19th-century park across the street, the building has an almost formal elegance. Yet as you circle around it, its canted walls distort your sense of perspective, making it hard to get a sense of its dimensions. From other angles, its faceted form juts out unevenly, so that the entire structure seems oddly off balance.»
Nicolai Ourossof, no New York Times
Um edifício fértil em epítetos
Aberrante; Anguloso; Autónomo; Caleidoscópico; Calhau; Centro-de-mesa; Coeso; Criativo; Desumano; Dissonante; Distorcido; Ecléctico; Emocionante; Equilibrado; Esculpido; Excitante; Exibicionista; Fantástico; Frontal; Icónico; Incatalogável; Inovador; Insólito; Irregular; Labiríntico; Magnífico; Meteórico; Monstruoso; Musical; Opaco; Original; Paradigmático; Pastel; Poligonal; Provocador; Racional; Rasgado; Urbano; Utópico; Sequencial; Simbólico; Sólido; Talhado; Teatral; Titanic; Transparente..._____________________________
Adenda
O slogan «primeiro entranha-se, depois estranha-se» que segundo a revista Arquitectura e Vida é atribuído por Mário Laginha a Alexandre O'Neill, é afinal de Fernando Pessoa.
A correcção, que está nos comentários, veio do teclado do João Mãos de Tesoura, a quem agradeço.