Como forma de agradecimento pela obra e pensamento de Fernando Lanhas, decidiu o Clube Literário do Porto homenagear mais um grande artista desta cidade, um dos maiores nomes da arte portuguesa do século XX.
Nascido no Porto, em 1923, é um homem de múltiplos interesses, arquitecto de formação, pintor, desenhador, poeta, arqueólogo, astrónomo, etnólogo, paleontólogo, coleccionador, etc.
A sua pintura introduziu o abstraccionismo em Portugal a partir de finais dos anos 40, tendo desenvolvido ao longo da sua carreira, uma concepção original da pintura.
Muito mais se poderia dizer sobre Fernando Lanhas, mas prefere o Clube Literário do Porto, convidar o público em geral a visitar este espaço e participar no mês de actividades que pretende organizar em sua homenagem, em simultâneo com a mostra que fará, alusiva à sua obra literária e ao seu pensamento.
A exposição inaugura a 5 de Setembro de 2009 pelas 16h00 e poderá ser visitada de Segunda a Domingo, das 09h00 à 01h00 da manhã (entrada livre).
Clube Literário do Porto
04 setembro 2009
03 setembro 2009
Duas dicas
UMA para um filminho feito por quem gosta de ver passar comboios, intitulado Somar recursos mantendo soluções.
A OUTRA, para uma visita à estação ferroviária de Barca d'Alva (ou ao que dela resta), nos confins da sempiterna e resistente (às machadadas do poder central) Linha do Douro, através do imaginário concreto de Jorge Rego, o autor dos Caminhos de Ferro Vale da Fumaça.
A OUTRA, para uma visita à estação ferroviária de Barca d'Alva (ou ao que dela resta), nos confins da sempiterna e resistente (às machadadas do poder central) Linha do Douro, através do imaginário concreto de Jorge Rego, o autor dos Caminhos de Ferro Vale da Fumaça.
02 setembro 2009
Uma ponte tributária das pontes metálicas do Porto
A escassos quilómetros do local onde o rio Douro começa a desenhar a fronteira entre Portugal e Espanha, existe uma ponte em tudo parecida com as pontes metálicas do Porto.
A Ponte de Requejo - nome do político que impulsionou a construção da estrada onde está inserida - liga as aldeias de Villadepera, em Sayago, com Pino del Oro, em Aliste, na região de Zamora. Foi projectada por José Eugenio Ribera (1864-1936), um nome grande da engenharia espanhola que viveu na juventude em Portugal, numa altura em que o caminho-de-ferro conheceu um grande desenvolvimento no norte do país.
Aqui, Ribera terá conhecido as pontes do Porto. A placa informativa junto da ponte assim o sugere, ao informar-nos que aquela obra de engenharia foi inspirada na «arquitectura de Eiffel», referindo-se, provavelmente, à Ponte Maria Pia que, como sabemos, foi projectada por Théophile Seyrig (1843-1923) e construída pela empresa que este engenheiro fundou, em 1869, com Gustave Eiffel. Seyrig, que continua a ser referido erradamente como discípulo de Eiffel, foi também o projectista da Ponte Luís I, construída pela empresa belga Société de Willebroeck.
Entre a apresentação do projecto da Ponte de Requejo, em 1897, e o início da sua construção decorreram cinco anos. Aos primeiros concursos públicos para a execução da ponte não apareceu nenhuma empresa, devido às dificuldades que o projecto apresentava. Finalmente, em 1902, a obra arrancava para estar concluída apenas em 1914, ano da sua inauguração.
Apesar de ser mais pequena do que as congéneres do Porto, a ponte é uma construção ousada, notável com os seus 120 metros de vão, 190 metros de comprimento do tabuleiro e o peso de 450 toneladas de aço. Quando foi inaugurada estava 90 metros acima do nível da água do Douro. Na época foi considerada como um marco da engenharia espanhola da construção de pontes. Hoje, devido à falta de manutenção, a sua estrutura apresenta algumas fragilidades, o que não tem impedido que continue a cumprir a sua função de facilitar a travessia do Douro na região mais pobre e deprimida de Espanha.
A Ponte de Requejo - nome do político que impulsionou a construção da estrada onde está inserida - liga as aldeias de Villadepera, em Sayago, com Pino del Oro, em Aliste, na região de Zamora. Foi projectada por José Eugenio Ribera (1864-1936), um nome grande da engenharia espanhola que viveu na juventude em Portugal, numa altura em que o caminho-de-ferro conheceu um grande desenvolvimento no norte do país.
Aqui, Ribera terá conhecido as pontes do Porto. A placa informativa junto da ponte assim o sugere, ao informar-nos que aquela obra de engenharia foi inspirada na «arquitectura de Eiffel», referindo-se, provavelmente, à Ponte Maria Pia que, como sabemos, foi projectada por Théophile Seyrig (1843-1923) e construída pela empresa que este engenheiro fundou, em 1869, com Gustave Eiffel. Seyrig, que continua a ser referido erradamente como discípulo de Eiffel, foi também o projectista da Ponte Luís I, construída pela empresa belga Société de Willebroeck.
Entre a apresentação do projecto da Ponte de Requejo, em 1897, e o início da sua construção decorreram cinco anos. Aos primeiros concursos públicos para a execução da ponte não apareceu nenhuma empresa, devido às dificuldades que o projecto apresentava. Finalmente, em 1902, a obra arrancava para estar concluída apenas em 1914, ano da sua inauguração.
Apesar de ser mais pequena do que as congéneres do Porto, a ponte é uma construção ousada, notável com os seus 120 metros de vão, 190 metros de comprimento do tabuleiro e o peso de 450 toneladas de aço. Quando foi inaugurada estava 90 metros acima do nível da água do Douro. Na época foi considerada como um marco da engenharia espanhola da construção de pontes. Hoje, devido à falta de manutenção, a sua estrutura apresenta algumas fragilidades, o que não tem impedido que continue a cumprir a sua função de facilitar a travessia do Douro na região mais pobre e deprimida de Espanha.
22 agosto 2009
Janelas do Tempo - VIII
Uma vista do Douro a partir dos Jardins do Palácio de Cristal
A primeira observação que me ocorre, ao olhar esta imagem, é que a debandada da população do Porto para os concelhos limítrofes ainda não tinha começado quando a fotografia foi tirada no final dos anos quarenta por Fernando Tavares Romão, meu pai, que foi, na juventude, um excelente fotógrafo amador.
Gaia, que hoje alberga mais gente do que o Porto, aparece então menos povoada à beira-rio e na parte alta, na Avenida da República, que daqui se adivinha ladeada por moradias. Os muros, em granito, de contenção do morro onde assenta o Mosteiro da Serra do Pilar não tinham ainda sido construídos.
O conjunto de barcaças negras paradas junto do edifício da Alfândega constitui um testemunho da actividade que o porto do Douro então tinha, actividade que, com o tempo, foi transferida para Leixões. O movimento fluvial de hoje aparece ilustrado, na foto de baixo, por uma imitação motorizada de um rabelo que transporta turistas, embarcação a que Arnaldo Vieira, arrais de rabões, barqueiro, pescador do rio e um dos protagonistas da Arquitectura do Rabelo, reduzia, com humor, à condição de «saboneteira».
De resto as imagens, que não nos revelam grandes diferenças na margem direita, permitem-nos, no entanto, observar que os plátanos do muro das Virtudes eram pequenos e promissores, como se pode verificar nas belíssimas copas que hoje são uma das preciosidades daquele local, enquanto que aqueles que estão diante da Alfândega seriam já adultos quando a fotografia foi tirada há sessenta e tal anos.
A primeira observação que me ocorre, ao olhar esta imagem, é que a debandada da população do Porto para os concelhos limítrofes ainda não tinha começado quando a fotografia foi tirada no final dos anos quarenta por Fernando Tavares Romão, meu pai, que foi, na juventude, um excelente fotógrafo amador.
Gaia, que hoje alberga mais gente do que o Porto, aparece então menos povoada à beira-rio e na parte alta, na Avenida da República, que daqui se adivinha ladeada por moradias. Os muros, em granito, de contenção do morro onde assenta o Mosteiro da Serra do Pilar não tinham ainda sido construídos.
O conjunto de barcaças negras paradas junto do edifício da Alfândega constitui um testemunho da actividade que o porto do Douro então tinha, actividade que, com o tempo, foi transferida para Leixões. O movimento fluvial de hoje aparece ilustrado, na foto de baixo, por uma imitação motorizada de um rabelo que transporta turistas, embarcação a que Arnaldo Vieira, arrais de rabões, barqueiro, pescador do rio e um dos protagonistas da Arquitectura do Rabelo, reduzia, com humor, à condição de «saboneteira».
De resto as imagens, que não nos revelam grandes diferenças na margem direita, permitem-nos, no entanto, observar que os plátanos do muro das Virtudes eram pequenos e promissores, como se pode verificar nas belíssimas copas que hoje são uma das preciosidades daquele local, enquanto que aqueles que estão diante da Alfândega seriam já adultos quando a fotografia foi tirada há sessenta e tal anos.
19 agosto 2009
Eixo do barroco
Anteontem descemos 31 de Janeiro deixando para trás a silhueta feminina que se cruzou connosco apressadamente. Estamos agora perante o imponente conjunto da Igreja e da Torre dos Clérigos, recortado no céu pelo sol oblíquo das cinco horas da tarde deste dia de Agosto. Aqui, o edifício oitocentista da Praça da Liberdade, com o vaso ornamental de granito equilibrado no topo, parece querer competir em altura com a torre da qual Jorge de Sena escreveu um dia querer uma, «como esta, assim alta», para a sua própria alma. Os Clérigos, no entanto, olham por cima da Praça competindo, isso sim, com outra igreja altaneira, a de Santo Ildefonso, que completa este admirável eixo do barroco portuense do lado oposto, no cimo de 31 de Janeiro.
17 agosto 2009
12 agosto 2009
11 agosto 2009
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