Serão repostos, num pequeno trajecto da rua, os carris dos velhinhos eléctricos, possibilitando a ida do Carmo à Batalha descendo os Clérigos e subindo 31 de Janeiro, e o regresso, de novo a descer, por Passos Manuel até aos Aliados, e voltando a subir ao Carmo pela Rua de Ceuta. Um percurso que se adivinha encantador.
Ignoro o que irá acontecer a Santa Catarina, que parte será renovada, e desconheço o projecto. A rua é tão longa que vai da baixa à alta ligando duas praças. É uma rua de bom traço vinda dum tempo em que se fazia bem a cidade. À semelhança do vale do Douro, e do Porto também, está assente num socalco artificial, construído entre a Batalha e Gonçalo Cristóvão. Daí sobe segura até ao Marquês.
Irá seguramente resistir, até por que o pavimento da parte pedonal é desgracioso. O casamento de blocos de betão com calcário e basalto é infeliz. E a iluminação e os inúmeros obstáculos que por lá semearam as sucessivas vereações camarárias também. É como se a rua que veste casaca calçasse chinelos.
Aconteça o que acontecer, aqui ficam algumas imagens deste Verão, em Santa Catarina, para mais tarde recordar.
14 comentários:
Tenho que ficar atenta a pessoas com máquinas fotográficas, quando andar pela Baixa, senão qualquer dia vejo-me aqui. :-D
Ainda me lembro de Sta. Catarina ter trânsito normal a toda a hora. Um trânsito infernal, com autocarros enormes a furar por entre as gentes que raras vezes se limitavam aos passeios... ficou bem melhor, depois da pedonalização. E mesmo os comerciantes não se queixam disso, pois não é por não se poder levar o carro até à porta da loja que os clientes desaparecem.
Gosto muito de passear naquela rua - na parte da Baixa - aos sábados à tarde (que é quando o trabalho mo permite), e ver aquilo esburacado vai-me custar certamente. Só rezo aos deuses que não a acinzentem como foi feito nos Aliados, porque é possível casar granito, calcário e basalto. O cimento, de facto, é que já é mais difícil...
Possa o 'nosso' Carlos continuar a trazer-nos pérolas da minha cidade, com esta qualidde, por muitos e bons anos. Bem-haja.
Pelo que me foi dado ver aquando aí estive das últimas vezes, santa catarina pode bem dividir-se em três partes:
Da Batalha até à Capela das Almas, lindos os seus azulejos, daqui até Gonçalo Cristovão e o último troço até ao Marquês.
Passeei, como turista, no 1º troço e arrisquei-me a passar uma noite num Hotel no 3º, onde a prostituição é latente, muito embora não me tenha incomodado de forma alguma.
Vamos lá a ver o que podem fazer por esta parte da cidade.
Um abraço, caro Romão, já tinha saudades, th
Ainda bem que regista estas imagens, uma vez que nada ficará como dantes. A única coisa que lamento no meio disto tudo, é que os desgraçados dos logistas da baixa vão, uma vez mais, ficar como sanduiches no meio do entulho...
imagens sempre belas, a que estamos habituados aqui na Cidade Surpreendente
se é pelos eléctricos que venham as obras. o caos do trânsito já não devia assustar ninguém, servida como está a zona da rede de metro. boas novas, portanto. obrigada Carlos.
Olá
Há algum tempo que visito este blog, mas é a 1ª vez que comento.
Santa Catarina. Essa rua magnifica que fez parte de mim desde sempre. Eu que cheguei a estudar na "Escola da Rampa Normal", que depois virou ESMAE, e dp sucessivamente, na escola da Fontinha, Augusto Gil e Aurélia de Sousa.
E é tão triste ver que de Gonçalo Cristovão até ao Marquês é uma pobreza.
casas abandonadas, poucos "peões", pouco para ver. Valha-nos os putos do externato para a algazarra.
O teu trabalho é muito bom. Parabéns.
Captas imagens que ficarão para sempre gravadas na eternidade.
PC
Sempre na crista da onda esta cidade supreendente...esperemos que não façam a mesma asneira que aconteceu na avenida dos aliados...
Já que estamos na 'onda' de registar o presente para a posteridade (pois com a actual política do "parte-tudo-e-faz-de-novo" nunca se sabe como a cidade estará amanhã), deixo aqui a sugestão de se registar o actual largo da Trindade, que tudo indica que sofrerá remodelação em breve (de modo a prolongar as obras dos Aliados, e segundo sei, usando da mesma lógica Sizenta - granítica).
Dentro em breve irei lá pessoalmente registar para a minha posteridade aquele que foi palco de muitos momentos felizes da minha infância: era ali o meu recreio, na primária. Foi naquela escola, da Trindade, que eu andei. De modo que me vai doer ver um dia aquele pavimento substituído por cubo de granito, e quiçá, a fonte retirada, para uma eventual réplica do espelho de água que hoje está em frente à Câmara, do outro lado...
O meu muito obrigado ao Carlos por estes registos, e pelo seu amor a esta cidade.
Espero que venham mesmo os eléctricos!
E sabes de quem é o projecto?
Provavelmente não irá destoar muito dos Aliados. Lá se vai a Calçada Portuguesa.
Inês
A calçada não...não podemos deixar. Chega de cimento.
Ficarei atenta.
Parabéns pelo blog.
Olá, gostei muito do seu blog... estou fazendo o meu também sobre a cidade de Brasília... depois passa lá... achei muito interessante, pq vc trata a cidade de uma maneira diferente... preciso de uma boa camera como a sua e preciso tambem entrar em contato contigo...
É aterrado o que se passa no Porto com o eléctrico. É o espelho do que se passa com tudo. Havia. Perderam-se milhares de horas de trabalho a desfazer, arrancando trilhos. Agora, aos poucos, andam a colocar trilhos nos locais onde antes os havia. É tudo sem rei nem roque. Sem coerência urbanística. Parece que a política da Câmara (ou da administração interna ou seja lá quem decide estas coisas) é decidida ainda com remelas na cara, do género: hoje vou fazer isto. Ainda que isto seja o exacto oposto do que fez ontem.
Quando o exmo. sr. presidente da Câmara, se for, do Porto, só vai restar o nome ...
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