São as cores e o minha estação preferidas, e porque o teu blog é dos meus preferidos e de visita obrigatória quase todos os dias também eu tenho um prémio, o mesmo da Rosa Brava por sinal, e que te desafia para continuar. Um beijo, theo
Fruto da inspiração que causa a ausência, e as fotografias que só tu tão artisticamente sabes obter para trazer-me parte da minha terra, parte de mim...
NOTAS OUTONAIS
É outono, cheira bem e até é possível que já vendam violetas no Carmo e castanhas na Baixa.
O céu é mais cinzento e menos azul. A temperatura ambiente ainda é cálida. A linha do horizonte está mais perto. O Sol foi-se embora mais cedo. A terra adquiriu um tom avermelhado, assim como a linha do horizonte o rubro, que parece em chamas. Os campos menos férteis aguardam um novo ciclo, uma nova jornada.
As praias vão ficando sozinhas, vazias de gente, muito mais belas na sua solidão. As gaivotas voam mais baixo buscando o alimento de cada dia, lentas, caprichosas, convencidas de que com essa envergadura o seu voo é firme, seguro, dando ao conjunto uma bela imagem de outono. Até os barcos pararam, como para contemplar tão sumptuoso quadro, um panorama típico da época mais desejada do ano, o outono!
As árvores, até agora engalanadas e belas , elegantemente vestidas de folhas adornando a ramagem, proporcionaram-nos a sombra tão desejada durante o Estio. Agora vão desprendendo-se delas dando passo à nudez, desprotegendo-as. permitindo que os raios de Sol penetrem através delas. Pouco a pouco, uma a uma, até que acabam por cair todas, num lento, belo y sensual strip-tease, sem possibilidades de poder ocultar esse pudor que a mãe natureza possa-lhe despertar. Caem lentamente, descrevendo um voo sinuoso, como o piloto mais experimentado, ou a ave que saboreia essa liberdade tão desejada, até deixar-se cair sobre a terra que lhe deu vida, suavemente, como querendo acariciá-la; mesmo aos pés de quem a manteve cativa, formando um manto de frondosa folhagem, um tapete espesso, o colchão da natureza. Continuam caindo folhas, notas de outono, como lágrimas vegetais, por um período mais , cumprindo um ciclo de vida, pois, quem sabe donde pode ir parar essa folha que da rama se soltou sem destino? Ao álbum dum coleccionador? Ou simplesmente para cumprir o fim biológico que a fez cair. Da terra saiu e à terra voltou para viver o seu outono.
O romantismo que forja o entorno, convida a uma longa caminhada entre o arvoredo, por esse túnel de braços cruzados e entrelaçados, que envolve o caminho. O vento ao soprar entre esses braços erguidos, tão altos, tão fortes, mais livres e tão nus, ramagem solta ao vento, na busca dum infinito inalcançável, provoca um forte silvo, que tão só o outono o torna audível. Gemidos e murmúrios cruzam-se no caminho, até que um arrepio nos desperta desse encantamento, envolvendo-nos numa atmosfera de tristeza, melancolia e prazer que motiva o estado de ânimo do momento desse deambular.
Escurece, começa a arrefecer. Chove, as gotas já não se detêm por breves momentos entre a folhagem, agora são açoitadas com forte chicotada pela fina ramagem. O outono é assim, tudo é mais directo, mais natural, por vezes duro. A folhagem caída, espessa almofada já sem vida, antes verde, depois seca, agora húmida, deixou traspassar o fluxo líquido para que notemos esse aroma inconfundível, tão entranhável e sublime, que nos aproxima à nossa origem e, nos permite perceber o cheiro a terra molhada.
O vinho já repousa nas pipas esperando o dia de São Martinho; entretanto bocas sedentas aguardam o momento para partir em busca desse manancial, desejosas de saborea-lo e deleitar-se com o seu aroma. Castanhas, vinho novo, magustos, música, alegria, corações ardentes que amam o que de bom e maravilhoso nos dá a mãe natureza no outono.
Será que nasci no outono? O certo é que para mim é a estação do ano na que melhor me encontro, com a que melhor me identifico, a que reúne nessa relação ser humano natureza o binómio perfeito, logrando todos esses encantos que nos concede a vida no equinócio do outono, daí esta inspiração, provocada por este outono que uma vez mais me acercou ao momento e à terra, na que vim ao mundo para viver o MEU PRIMEIRO OUTONO.
11 comentários:
A primeira foto é de facto surpreendente.
Bonitas cores! ;)
Em frente era Engenharia 2, onde havia um tanque que servia para dar habilitação aos candidatos a professores de natação, lá para os idos de 60.
É dos poucos jardins que ainda resiste à saga renovadora (e destruidora) a que temos assistido nos últimos anos.
Pelo apreço que tenho por este blogue, tenho um Prémio para ele, que espero que aceites.
Um abraço,
São as cores e o minha estação preferidas, e porque o teu blog é dos meus preferidos e de visita obrigatória quase todos os dias também eu tenho um prémio, o mesmo da Rosa Brava por sinal, e que te desafia para continuar.
Um beijo, theo
bela perspectiva e belas cores!
A única coisa que ainda surpreende neste blogue é que continua sempre a surpreender.
Fruto da inspiração que causa a ausência, e as fotografias que só tu tão artisticamente sabes obter para trazer-me parte da minha terra, parte de mim...
NOTAS OUTONAIS
É outono, cheira bem e até é possível que já vendam violetas no Carmo e castanhas na Baixa.
O céu é mais cinzento e menos azul. A temperatura ambiente ainda é cálida. A linha do horizonte está mais perto. O Sol foi-se embora mais cedo. A terra adquiriu um tom avermelhado, assim como a linha do horizonte o rubro, que parece em chamas. Os campos menos férteis aguardam um novo ciclo, uma nova jornada.
As praias vão ficando sozinhas, vazias de gente, muito mais belas na sua solidão. As gaivotas voam mais baixo buscando o alimento de cada dia, lentas, caprichosas, convencidas de que com essa envergadura o seu voo é firme, seguro, dando ao conjunto uma bela imagem de outono. Até os barcos pararam, como para contemplar tão sumptuoso quadro, um panorama típico da época mais desejada do ano, o outono!
As árvores, até agora engalanadas e belas , elegantemente vestidas de folhas adornando a ramagem, proporcionaram-nos a sombra tão desejada durante o Estio. Agora vão desprendendo-se delas dando passo à nudez, desprotegendo-as. permitindo que os raios de Sol penetrem através delas. Pouco a pouco, uma a uma, até que acabam por cair todas, num lento, belo y sensual strip-tease, sem possibilidades de poder ocultar esse pudor que a mãe natureza possa-lhe despertar.
Caem lentamente, descrevendo um voo sinuoso, como o piloto mais experimentado, ou a ave que saboreia essa liberdade tão desejada, até deixar-se cair sobre a terra que lhe deu vida, suavemente, como querendo acariciá-la; mesmo aos pés de quem a manteve cativa, formando um manto de frondosa folhagem, um tapete espesso, o colchão da natureza.
Continuam caindo folhas, notas de outono, como lágrimas vegetais, por um período mais , cumprindo um ciclo de vida, pois, quem sabe donde pode ir parar essa folha que da rama se soltou sem destino? Ao álbum dum coleccionador? Ou simplesmente para cumprir o fim biológico que a fez cair. Da terra saiu e à terra voltou para viver o seu outono.
O romantismo que forja o entorno, convida a uma longa caminhada entre o arvoredo, por esse túnel de braços cruzados e entrelaçados, que envolve o caminho.
O vento ao soprar entre esses braços erguidos, tão altos, tão fortes, mais livres e tão nus, ramagem solta ao vento, na busca dum infinito inalcançável, provoca um forte silvo, que tão só o outono o torna audível. Gemidos e murmúrios cruzam-se no caminho, até que um arrepio nos desperta desse encantamento, envolvendo-nos numa atmosfera de tristeza, melancolia e prazer que motiva o estado de ânimo do momento desse deambular.
Escurece, começa a arrefecer. Chove, as gotas já não se detêm por breves momentos entre a folhagem, agora são açoitadas com forte chicotada pela fina ramagem. O outono é assim, tudo é mais directo, mais natural, por vezes duro. A folhagem caída, espessa almofada já sem vida, antes verde, depois seca, agora húmida, deixou traspassar o fluxo líquido para que notemos esse aroma inconfundível, tão entranhável e sublime, que nos aproxima à nossa origem e, nos permite perceber o cheiro a terra molhada.
O vinho já repousa nas pipas esperando o dia de São Martinho; entretanto bocas sedentas aguardam o momento para partir em busca desse manancial, desejosas de saborea-lo e deleitar-se com o seu aroma.
Castanhas, vinho novo, magustos, música, alegria, corações ardentes que amam o que de bom e maravilhoso nos dá a mãe natureza no outono.
Será que nasci no outono? O certo é que para mim é a estação do ano na que melhor me encontro, com a que melhor me identifico, a que reúne nessa relação ser humano natureza o binómio perfeito, logrando todos esses encantos que nos concede a vida no equinócio do outono, daí esta inspiração, provocada por este outono que uma vez mais me acercou ao momento e à terra, na que vim ao mundo para viver o MEU PRIMEIRO OUTONO.
JOAQUIM DUARTE DE SILVA
Mas porque será que as suas fotografias, são bem mais bonitas que todas as outras que andam por aí a «mostrar» o Outono?!...
Fantásticas, ambas.
Kris
O Outono é sempre uma boa época para fotografar.. cores sempre bonitas!
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