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10 janeiro 2010

Retratos da Invernia - IX







O Molhe - lugar de passeio de milhares de portuenses aos fins-de-semana – tal como estava às 14h00 de hoje Domingo, chuvoso, vazio e gélido nos seus 3 graus centígrados de temperatura do ar.

16 julho 2009

A pérgula da Foz do Douro

No tempo em que a direcção do Público prestava mais atenção ao que se passava no norte do país - fora da baixeza dos jogos políticos que continuam a ser notícia - o jornal publicou, entre 1994 e 1997, uma série de crónicas de Luís Miguel Queirós sob o título geral O Nome da Rua. Essas narrativas formam um excelente, apesar de não exaustivo, guia da toponímia portuense, fruto de muito trabalho de investigação e produto, ainda, da redacção de estalo que o Público tinha no Porto.



Numa delas, dedicada à Rua do Dr. Sousa Rosa, eram-nos prometidas Revelações sobre a origem da pérgula da Foz do Douro. O autor, depois de caracterizar «a zona do Porto a que chamamos genericamente “a Foz”», afirma desconhecer «a data precisa em que a autarquia decidiu evocar nesta rua – que liga a aprazível Praça de Liège à Rua do Crasto – o médico e militar Augusto Sousa Rosa», sendo de crer «que a alteração toponímica tenha ocorrido em 1938, já que foi» naquele «ano que faleceu o homenageado».

As revelações surgem pela pessoa de um neto de Sousa Rosa, nascido várias décadas após a morte do avô, que forneceu informação detalhada sobre aquele que em 1929 assumiu a presidência da Câmara do Porto.



«Logo no seu primeiro ano à frente da gestão autárquica, Sousa Rosa – que residia, e veio a morrer, no número 210 da rua que lhe tomou o nome – promove a construção da pérgula que hoje embeleza a Avenida do Brasil» - diz-nos Luís Miguel Queirós. E continua: «Que esta elegante fiada de colunas erguidas junto às praias ficou concluída em 1931, é informação que vem nos livros. Mas o que poucos saberão é que o seu desenho foi esboçado pela própria mulher de Sousa Rosa (...). Tendo acompanhado o marido quando este foi enviado para França, durante a Primeira Guerra, pôde ali admirar um monumento semelhante, que lhe serviu de inspiração para o seu “ante-projecto” da pérgula portuense.»

Infelizmente o neto do autarca desconhecia a localidade onde a sua avó avistou a pérgula que terá servido de modelo à que hoje existe na Foz do Douro.

28 dezembro 2008

Gilreu, o rochedo milenar...

... fustigado pelo vento gelado e pela chuva, antes de ser engolido pela escuridão da noite sob a escolta de dois navios perfilados no horizonte.

27 novembro 2008

A Praia dos Ingleses...

... tal como eu a vi hoje, pelas 17h30.



11 novembro 2008

Janelas do Tempo - II

Avenida do Brasil

A imagem abaixo, da Fotografia Alvão, revela-nos um conjunto urbano equilibrado em que sobressai o grande espaço do passeio marítimo da Avenida do Brasil. Terá sido tirada logo após a conclusão do projecto de embelezamento do local, concluído em 1931 com a construção da pérgula, obra do estucador portuense Enes Baganha.





Mas, o que mudou nas quase oito décadas que separam as duas fotos? O que está à vista e muito do que não se vê na segunda imagem.

As moradias que constam na foto antiga, construídas entre os anos 20 e 30 do século passado, desapareceram quase todas, substituídas, a partir dos anos 70, por incaracterísticos blocos de apartamentos, ocultos - na foto a cores - pelos metrosíderos que entretanto ali cresceram, resistindo, como poucas árvores conseguem, à salinidade dos ventos que sopram do Atlântico. Outra resistente é a araucária que figura no centro da imagem a preto e branco, que continua lá, por detrás do Salva-Vidas - a escultura de Henrique Moreira - assinalando a persistência do tempo, juntamente com a pérgula, a balaustrada, a posição inalterada dos candeeiros de iluminação pública e... esse sim eterno, o rochedo que, emergindo do Atlântico diante da Praia dos Ingleses, ganhou direito a nome próprio: o Gilreu.

Para além disto terá mudado também o cuidado posto nos canteiros ajardinados, que hoje parecem abandonados - uma imagem de marca dos jardins do Porto com que convivemos há alguns anos, distinguindo a cidade, pela negativa, dos concelhos vizinhos, da Póvoa a Vila do Conde, de Matosinhos à Maia e daqui a Gaia e a Espinho.

30 setembro 2008

Setembro no Porto #3

Crepúsculo, na Avenida de Montevideu.

11 setembro 2008

18 março 2008

Paisagem



(...)
Era a verdade e a força do mar largo,
Cuja voz, quando se quebra, sobe,
Era o regresso sem fim e a claridade
Das praias onde a direito o vento corre.

Sophia de Mello Breyner Andresen

08 setembro 2007

Mar chão



Navio que rumou a sudoeste alguns minutos após o ocaso de ontem, depois de ter zarpado de Leixões, desaparecendo no mar e na noite.

31 maio 2006

Intervalo



A Cidade Surpreendente vai atravessar um novo período de pousio. Não fotografo há algum tempo, as imagens estão a rarear e o blogue tem-se ressentido disso. Como o Pedro comentou, uma vez, os blogues «devem ser irregulares, porque são pessoais, ou seja, irregulares somos nós todos». A regularidade, isto é, a actualização semanal às quartas-feiras, regressará no próximo dia 21 de Junho.
Até lá, fica aqui outra imagem - mais uma dirão - de um local que não me canso de contemplar: o mar, desta vez em segundo plano, diante do Jardim de Montevideu.

17 maio 2006

Liberdade



O céu é o da frente marítima do Porto sobre o Farol de Felgueiras, num fim de tarde de Novembro, com a Lua a aparecer em quarto crescente antes do cair da noite. Tinha acabado de colocar o satélite natural na linha divisória vertical de um dos terços do visor da câmara fotográfica, quando a gaivota entrou no plano completando um instantâneo feliz, fruto do puro acaso, que me dá a sensação de liberdade.

03 maio 2006

Silhuetas







... de Metrosideros desenhadas ao anoitecer no céu da Avenida de Montevideu.

30 novembro 2005

Ainda as Vozes do Mar

Tanto quanto me apercebi, pela leitura dos comentários, das fotografias publicadas nas entradas abaixo, a mais apreciada foi a do Farolim de Felgueiras. Talvez porque, como comentou Funes , «Não há no Porto portuense nenhum que não saiba que nesta foto está a nossa essência de portuenses. De portugueses», referindo-se, quanto a mim, ao local, que está na retina de todos os portuenses, à neblina do litoral nortenho e à nossa condição de país atlântico.

A segunda foto não se sustentaria sozinha por falta de rigor técnico - por isso está no meio - mas foi assim que eu a quis, mar e céu apenas, vistos de frente, olhos nos olhos como quem conversa, a condizer com o poema. Está lá também aquele desfalecimento da luz, que Florbela Espanca designa como delíquio, termo que eu desconhecia.

A terceira foto é a minha preferida. Nela consigo ver «o céu pesado e nevoento», ouvir «a trágica voz rouca» do mar e sentir o vento «a passar como o voo de um pensamento», como refere o poeta. Há também ali algo de inefável que me remete para a pintura naturalista da segunda metade do século XIX.
Pretensiosismo da minha parte? Não, é apenas o gosto profundo pelas imagens.

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Sem tempo e com a motivação esmorecida, A Cidade Surpreendente esteve suspensa durante nove dias. Para que haja alguma regularidade nas actualizações do blogue, elas surgirão apenas uma vez por semana, às Quartas-Feiras.
Palavra de blogger!

21 novembro 2005

Vozes do Mar - 3



Fundo do Mar

No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.

Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.

Sophia de Mello Breyner Andresen

18 novembro 2005

Vozes do Mar - 2



Vozes do Mar

Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d'oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?...

Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?

Tens cantos d'epopeias? Tens anseios
D'amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!

Donde vem essa voz, ó mar amigo?...
... Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!

Florbela Espanca

17 novembro 2005

Vozes do Mar - 1

Vozes do Mar é o título de um poema de Florbela Espanca, que escolhi para epígrafe de três ilustrações de poemas sobre o mar. As imagens foram colhidas na frente marítima do Porto.




Oceano Nox

Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo dum pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,

Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...

Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?

Mas na imensa extensão, onde se esconde
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...

Antero de Quental

Poesia Completa, 1842-1891
Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2001

14 setembro 2005

Tempo de pousio



Não é por ócio, como a imagem sugere, mas por outras ocupações que não poderei actualizar A Cidade Surpreendente nas próximas três semanas. Regressarei ao blogue no dia 4 de Outubro.