José Alexandre Ramos comentou a entrada anterior opondo-se ao lugar-comum que diz que o Porto é uma cidade escura, afirmando que a antiguidade e a condição granítica da cidade, conjugadas com o clima, resultam na característica patine portuense.
Patine que tanto pode ser interpretada como «escuridão», por um olhar apressado, como tem sido fonte de inspiração de inúmeros autores, das artes plásticas à literatura.
Outro comentário, o de Mendes Ferreira na sua escrita sentida:
«Escuro o Porto? não de todo. O Porto tem aquela terrível e indizível luz/claridade das pedras, da grandeza dos contrários, dos infinitos estendidos desde a Foz à Ribeira, desde o sol ao entardecer. A luz do Porto é um mistério que se abre depois de fecharmos o olhar sobre o mar.»
Já para José Pacheco Pereira, «as cores do Porto (...) são difíceis de ver e mostrar».
Pegando nas três referências à luz do Porto, motivadas por este blogue, decidi percorrer o sinuoso caminho de as ilustrar. Nada que não tenha já sido feito aqui, só que desta vez o que preside são as dicotomias luz e sombra, e a cor por oposição à sua quase ausência.
Como nota de rodapé, recomendo uma visita à página pessoal de António Amen que, num esforço louvável, nos presenteia com um exaustivo levantamento fotográfico do Porto.
01 junho 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
12 comentários:
BEm...não poderia estar mais de acordo contigo!
E repete-se o que comentei no [Guerrilhas], que as pessoas passam pela cidade, e ao invés olhar com olhos de ver (como me dizem os professores de desenho), olham com olhos passageiros.
Tudo passa, as imagens ficam para trás, e depois é o nosso subconciente que trabalha.
O Porto não é escuro, de todo...
O material de que este é construido é que é na sua maioria granito!
E os edifícios emblemáticos, marcantes e importantes na definição da Urbe, têm uma escala que 'engole' o Homem...
Não nos esqueçamos que temos o mar, e portanto belas horas de Sol.
E temos a Ribeira, com as esplanadas.
E temos muitas praças, que por bezes necessitam é de sombra!
BEm, acabei!
As fotos dia/noite, luz/sombra (luz), ficaram (invariavelmente) fantásticas!!!
;)
Fotografias belíssimas da minha cidade. Cidade essa que, com a correria do dia-a-dia, muitas vezes nos escapa, me escapa, sobretudo nos pequenos, mas distintos, pormenores.
Ao autor deste blogue, agradecido estou.
Excelentes fotografias de uma cidade que, embora não conhecendo tão bem quanto gostaria, considero belíssima.
Abraço grato. T.
Aplaudo tanto as opiniões como as fotos que as ilustram. Quantas vezes quis explicar isto às tais pessoas de "olhar apressado".
boa noite fazedor/transformador de luz em LUZ. e o meu querido JPP tem razão só se esqueceu de dizer que se há alguém que "abre" a luz do Porto é o Carlos Romao. Esqueceu-se mas sabe. e eu sei que ele Sabe. beijo iluminado a esta "cidade sempre surpreendente".
O Porto é a cidade mais escura e lúgubre que existe. Tem a desculpa de ser uma cidade muito antiga, mas que é escura é! É só para quem gosta...
Não conhecia este blog, vim ca parar entre muitos links que se vão seguindo uns aos outros e nem sabes já onde estás e como foste lá parar! Foi uma surpresa enorme ver as tuas fotografias do Porto...
também eu descobri hoje - e muito por acaso - este blog. gostei mesmo muito. ao percorre-lo, ocorria-me apenas a música:
"o porto é um tesouro/cravejado a ouro/com rubis feitos de luz..."
a propósito, recomendo vivamente esta peça musical sobre a mais bonita cidade do mundo (é unânime, não é?), que tem agora uma versão disponível na net em www.orfeao.up.pt
(tup mp3 online - menu/musica portuguesa/janelas do porto)
Bolas que saudades!
Falta-me a arte e o saber, mas depois do dia 18, vou ao Porto e tenciono fazer uma pequena reportagem fotográfica da minha cidade, que colocarei no meu blog. Cidade que eu defino como uma cidade com PERSONALIDADE.
Não só a cidade é surpreendente como a arte do autor.
Muito bem apanhado este post. Uma ideia criativa inspirada em 3 comentários. Nada melhor que as fotos para ilustrarem a verdadeira luz portuense.
Abraço
Com certeza que as fotografias apresentadas ajudam a transmitir alguma da luminosidade da cidade do Porto, no entanto, e muitos concordarão, que quem melhor soube entender a Luz do Porto, foi o aguarelista António Cruz que nos deixou uma vasta obra, maioritáriamente dedicada a cidade, da qual todos nos deveriamos honrar.
Enviar um comentário