20 novembro 2008

Manoel de Oliveira em São Bento

Manoel de Oliveira partilhou hoje o seu prestígio com a CP, Comboios de Portugal, cedendo o seu nome a uma composição da série Alfa Pendular, numa cerimónia realizada na Estação de São Bento. O cineasta chegou acompanhado por uma pequena multidão que, espontaneamente, se juntou no exterior da estação para o ver e aplaudir. A boa disposição do realizador levou-o ao ponto de envergar um boné de revisor da CP e a simular a verificação de bilhetes.

Além da estranha inscrição que ostenta no exterior, Manoel de Oliveira_Cineasta - com barra baixa e tudo, ao invés do acertadíssimo Cineasta Manoel de Oliveira -, o comboio está decorado com motivos retirados do filme Aniki-Bóbó, onde consta a primeira referência cinematográfica aos caminhos de ferro portugueses.

No átrio, a Kumpania Algazarra esforçava-se e conseguia subverter, com cor e música, a ordem natural e cinzentona do ir e voltar das pessoas que por ali passam no percurso casa-trabalho-trabalho-casa. Como curiosidade, registe-se que foi a primeira vez que a velhinha estação central do Porto acolheu um comboio Alfa.

17 novembro 2008

12 novembro 2008

A Torre...



... vista da Rua do Loureiro, hoje, ao cair da noite.

11 novembro 2008

Janelas do Tempo - II

Avenida do Brasil

A imagem abaixo, da Fotografia Alvão, revela-nos um conjunto urbano equilibrado em que sobressai o grande espaço do passeio marítimo da Avenida do Brasil. Terá sido tirada logo após a conclusão do projecto de embelezamento do local, concluído em 1931 com a construção da pérgula, obra do estucador portuense Enes Baganha.





Mas, o que mudou nas quase oito décadas que separam as duas fotos? O que está à vista e muito do que não se vê na segunda imagem.

As moradias que constam na foto antiga, construídas entre os anos 20 e 30 do século passado, desapareceram quase todas, substituídas, a partir dos anos 70, por incaracterísticos blocos de apartamentos, ocultos - na foto a cores - pelos metrosíderos que entretanto ali cresceram, resistindo, como poucas árvores conseguem, à salinidade dos ventos que sopram do Atlântico. Outra resistente é a araucária que figura no centro da imagem a preto e branco, que continua lá, por detrás do Salva-Vidas - a escultura de Henrique Moreira - assinalando a persistência do tempo, juntamente com a pérgula, a balaustrada, a posição inalterada dos candeeiros de iluminação pública e... esse sim eterno, o rochedo que, emergindo do Atlântico diante da Praia dos Ingleses, ganhou direito a nome próprio: o Gilreu.

Para além disto terá mudado também o cuidado posto nos canteiros ajardinados, que hoje parecem abandonados - uma imagem de marca dos jardins do Porto com que convivemos há alguns anos, distinguindo a cidade, pela negativa, dos concelhos vizinhos, da Póvoa a Vila do Conde, de Matosinhos à Maia e daqui a Gaia e a Espinho.

04 novembro 2008

A Afurada a dois tempos

Em maré de comparações do tempo, como se prometeu abaixo, e se há-de cumprir nas Janelas do Tempo, passemos do tempo que aí se abordará, o das existências na sua mutação, para o tempo que faz, aquele que influencia o nosso comportamento no dia-a-dia, o tempo atmosférico, observando a acolhedora povoação piscatória da Afurada, na foz do Douro, a dois tempos - separados por um dia - : um, colorido pelo sol intenso e morno, que convoca a nostalgia do Verão, e o outro, cinzento, chuvoso e frio, que anuncia o futuro imediato, o Inverno que aí vem. Saibamos o que nos espera e não nos iludamos, pois, com o tempo.







24 outubro 2008

Janelas do Tempo - I

Porto, Esquinas do Tempo é o título do catálogo de uma exposição de fotografias do Grupo IF, que ocorreu nos primeiros meses de 1982.

O grupo recolheu fotografias da cidade, tiradas entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, e fotografou os mesmos locais, expondo depois as imagens, antigas e modernas, lado a lado, no Museu Nacional de Soares do Reis.

O que me proponho publicar, aqui, é um exercício paralelo ao que foi feito há 26 anos - revisitar locais fotografados - a que chamarei Janelas do Tempo, numa alusão aos rectângulos fotográficos de luz formados no monitor, que nos permitirão comparar o passado com o presente.

A Praça de D. Pedro

O local revisitado hoje é a antiga Praça de D. Pedro, actual Praça da Liberdade, vista pelo olhar de Domingos Alvão. A fotografia é anterior a 1915, ano em que começou a demolição do edifício dos Paços do Concelho - ao fundo na imagem - para abertura da Avenida dos Aliados.





Se da praça daquela época restam hoje, apenas, o prédio à esquerda e a estátua do Libertador, há semelhanças e pormenores muito interessantes em ambas as fotos. Observem-se as parecenças dos toldos e do arvoredo; e a posição do lampião de iluminação pública. E leiam-se as duas placas afixadas no edifício. A que está na varanda, no primeiro andar, anuncia o Consultório Dentário de um tal P. Alexander, Dentista Licenciado. A outra, mais adiante, sobre uma porta no rés-do-chão, diz-nos que no local da actual Cervejaria Sá Reis já se bebia Cerveja Gelada a 40 Reis o Copo, no início do século passado.

06 outubro 2008

A sombra da Igreja de S. José das Taipas...



... estampada na ala poente da vetusta Cadeia da Relação, no final do suave e luminoso dia de ontem, 5 de Outubro de 2008.

01 outubro 2008

A Outra Face da Cidade Surpreendente...


... regressou à vida. Há por lá imagens da fachada do antigo Cinema Águia d'Ouro e das Escadas da Vitória.

30 setembro 2008

Setembro no Porto #3

Crepúsculo, na Avenida de Montevideu.

28 setembro 2008

25 setembro 2008

Setembro no Porto #1

Dois olhares urbanos, em Santa Catarina.



18 setembro 2008

Bolhão, o dia zero

O Mercado do Bolhão está hoje aqui, no dia em que o acaso quis que caísse por terra uma tentativa de transformar o velho reduto tripeiro numa miragem de si próprio, numa espécie de Portugal dos Pequenitos dos mercados.



Os problemas do Bolhão, no entanto, mantêm-se e têm um nome: decadência. É esse declínio que as imagens pretendem retratar enquanto mostram, também, a dignidade e a autenticidade do velho mercado.

O que ele necessita é que o reabilitem como mercado de frescos sem, como já alguém disse, lhe atirarem com milhões de euros para cima. O Bolhão, para sobreviver, não precisa dos tiques do novo-riquismo nacional para nada.























Adenda 25 de Setembro

DIVULGAÇÃO

Caros/as Bloggers,

Temos o prazer de enviar em anexo convite para o evento do próximo Sábado, dia 27 de Setembro, 16:00H, no Salão Nobre do Ateneu Comercial do Porto.

Durante o mesmo será entregue, pela Plataforma de Intervenção Cívica do Porto, a Proposta de Reabilitação do Mercado do Bolhão.

Será ainda apresentado, às 17:00H, o documentário em vídeo "Cidade com Memória" que retrata a Cidade do Porto e em particular o Mercado do Bolhão através de mensagens em vídeo de diversas personalidades do País, como:

Cineasta Manoel de Oliveira
Arquitecto Siza Vieira Maestro

Pedro Osório Músico Rui Veloso
Actriz Simone de Oliveira
Escultor José Rodrigues

Solicitamos também a divulgação deste evento no V/ Blogue.

Agradecendo desde já a V/ presença,

pela Plataforma de Intervenção Cívica do Porto

Paula Sequeiros

15 setembro 2008

O retiro das garças-reais...

... em Lordelo do Ouro, Porto.

Conta-me quem sabe que há vinte anos não havia garças no Porto, e que as pobres aves terão vindo parar aqui porque os lugares onde viveriam e cresceriam naturalmente, têm vindo a ser destruídos pela contínua pressão humana.

A verdade é que há uma colónia de garças-reais que faz parte da paisagem do estuário do Douro. A maioria anda pelo Cabedelo mas há um bando que pesca e descansa numa zona do rio pouco profunda, diante do jardim do Cálem, em Lordelo.





Ontem, como a manhã estava temperada e luminosa e era Domingo, a actividade humana, em terra e no rio, levou dezoito dessas garças – contadas por mim - a erguer as asas e voar... para o topo de dois respeitáveis eucaliptos que, naturalmente, as acolheram.

11 setembro 2008

07 abril 2008

Vinte minutos…

... do anoitecer de 29 de Dezembro, em cinco fotogramas.

18h15

18h21

18h27

18h28

18h35

18 março 2008

Paisagem



(...)
Era a verdade e a força do mar largo,
Cuja voz, quando se quebra, sobe,
Era o regresso sem fim e a claridade
Das praias onde a direito o vento corre.

Sophia de Mello Breyner Andresen

10 março 2008

O estuário do Douro...



... tingido pelo Sol, no final da tarde de ontem.

01 janeiro 2008

Quietude



O Jardim do Passeio Alegre encerrado em si, tal como estava no início da tarde de hoje, primeiro dia do ano de 2008.